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Industriais criticam aumento da taxa de juros , decisão da política monetária


04-08-2021 21:04:20
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É um erro aumentar a taxa Selic (juros básicos da economia) para 6,25%. Isto é o que diz a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Justifica a posição, por entender que não é o consumo a causa da inflação, mas "fatores externos" como alta da moeda Dólar e preços elevados de insumos e matéria prima. Entende a Federação das Indústrias de São Paulo, FIESP, que a decisão do COPOM vai manter o desemprego e inibir o crescimento. Federação das Indústrias do Rio de Janeiro diz que a medida é exagerada

 


aceleração do aperto monetário pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) recebeu críticas de entidades do setor produtivo. Na avaliação de representantes da indústria, a elevação da taxa Selic (juros básicos da economia) para 5,25% ao ano atrasa a recuperação econômica e pode se refletir na manutenção do desemprego alto nos próximos meses.

Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) classificou de “equivocada” a decisão do Copom. Para a entidade, as altas recentes da inflação não decorrem da demanda, mas de fatores externos que afetam a oferta, como a subida do dólar e o encarecimento de matérias-primas e insumos.

“O controle da inflação de oferta via juros é menos eficaz e requer um forte desestímulo à atividade econômica em um momento em que a recuperação da economia ainda se mostra frágil. A taxa de desemprego ainda está próxima do pico histórico e a produção da indústria de transformação perdeu força ao longo deste ano, apresentando queda em cinco meses no primeiro semestre”, destacou, no comunicado, o presidente da CNI, Robson Andrade.

Para a CNI, as pressões de custos cairão à medida que o Dólar caia e o mercado de insumos e matérias-primas se reequilibre nos próximos meses.

Fiesp

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) também criticou o aumento dos juros básicos da economia. Considera que a decisão pode pôr em risco a “frágil” recuperação da economia brasileira, mantendo o desemprego alto e comprometendo o crescimento em 2022.

“Embora vários segmentos econômicos estejam com desempenho positivo, o mercado de trabalho continua com 14,8 milhões de desempregados e 4,6 milhões de pessoas que, apesar de estarem na força de trabalho antes da pandemia, não estão buscando emprego no momento devido às restrições”, ressaltou a Fiesp, em nota.

“Além disso, o PIB [Produto Interno Bruto] no segundo trimestre deve ter ficado próximo da estabilidade e as expectativas de crescimento para 2022 são de apenas 2,1%, segundo o último boletim Focus [pesquisa divulgada toda semana pelo Banco Central]”, finalizou a entidade.

Firjan

A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan)  também criticou a decisão do Copom de elevar a Selic. Em nota afirma entender que o aumento da taxa de juros para 5,25% é exagerado e "pode prejudicar o processo de retomada do crescimento econômico do País”.

"Os choques temporários nos preços observados em 2021 devem se dissipar, não impactando a inflação em 2022, que exibe expectativa de inflação bem-comportada e dentro do intervalo da meta. Sendo assim, a federação acredita que dosar a alta da taxa básica de juros seria compatível com o momento e já garantiria a ancoragem das expectativas para a inflação de 2022”.

A Firjan destaca a necessidade de solucionar os gargalos estruturais que impendem o país "de alçar voos mais altos e consistentes". “Isso não acontecerá sem mudanças profundas na estrutura do Estado, e por isso, é mandatório o avanço da reforma administrativa para que possa haver redução dos gastos públicos e assim da carga tributária. Apenas com a redução dos gastos públicos e a consequente redução da carga tributária, a indústria nacional terá competitividade suficiente para gerar emprego e renda, tornando o Brasil um país mais forte e justo”, diz a nota.

 

 

Fonte: CNI, FIRJAN e FIESP
 

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