Com a restauração interna e externa, a Catedral de São Pedro de Alcântara,
também conhecida como Catedral Imperial, localizada no centro histórico de
Petrópolis, região serrana do estado do Rio de Janeiro, vai aumentar o fluxo
turístico na cidade. O prédio da igreja, que foi incluído no plano de urbanização
pelo imperador Pedro II e a filha princesa Isabel, começou a ser construído em
1884 e foi inaugurado em 29 de novembro de 1925.
Bispo da Mitra Diocesana de Petrópolis, dom Gregório Paixão disse que "a catedral precisava passar por essa reforma porque apresenta estrutura que deve ser aberta para o público com toda a segurança”. A Paróquia São Pedro de Alcântara é a gestora direta do patrimônio cultural do projeto de restauração, com recursos não reembolsáveis do Fundo Cultural do BNDES, no valor de R$ 13,1 milhões. A participação do Banco representa 98% do investimento global, de R$ 13,4 milhões.
É a restauração de um monumento que faz parte da história do Brasil. Segundo o Bispo, foi uma obra que teve continuidade “por força muito forte das mulheres daquele período [Império], que a levaram adiante. Por isso, a obra tem também um viés da importância da presença feminina, que foi capaz de construir um prédio que, depois, se tornou um símbolo da cidade e um símbolo nacional”.
A Catedral recebe cerca de 300 mil turistas por ano, e as visitas são gratuitas. “Deve estar entre as principais igrejas do Brasil, com essa visitação”. A expectativa é que, após a conclusão das obras, o número de visitantes aumente 20% e 25%. O secretário de Turismo de Petrópolis, Marcelo Valente, enfatiza que a Catedral São Pedro de Alcântara é um dos principais atrativos turísticos e o mais procurado dentro do circuito religioso na cidade.
“Nosso município recebe, por ano, mais de 2 milhões de turistas, e a preservação do patrimônio histórico e cultural é fundamental para continuarmos atraindo cada vez mais visitantes”.
Já o BNDES estima que, após o restauro, a catedral receberá
cerca de 5,2 mil visitantes por mês. Avalia que o projeto
reforçará a vocação da cidade como polo de turismo
histórico-cultural no Brasil. Com o aumento do turismo local,
a perspectiva é de incremento anual à economia
petropolitana em torno de R$ 10 milhões.
Com a restauração, será reaberto ao público o mausoléu onde estão os restos mortais de dom Pedro II, da imperatriz Teresa Cristina, da princesa Isabel, do marido, o conde d'Eu, e do primogênito do casal, dom Pedro de Alcântara, e a esposa dona Elisabeth. Atualmente estão fechadas para o público, as áreas superiores da catedral, que reúnem órgão, coro, torres e telhado, assim como o mausoléu.
Dom Gregório salientou também a importância das obras na Catedral para a geração de empregos, uma vez que a ideia é contratar profissionais da própria região. Disse acreditar que muitas pessoas trabalharão na reforma, o que será positivo diante do crescimento do número de desempregados na região por causa do fechamento de vagas provocado pela pandemia do novo coronavírus.
Segundo o BNDES, durante a implantação do projeto, serão criados 40 empregos diretos nas obras de restauro e implantação da galeria expositiva.
Torre para o público
Uma das novidades que a reforma trará será a abertura da torre da igreja ao público. “As pessoas não só vão ter uma visão panorâmica da cidade, mas poderão conhecer a história da catedral, de uma construção que se confunde com a própria história do Brasil”, disse dom Gregório. Destacou que a catedral, embora seja administrada pela igreja católica, é aberta às pessoas de todos os credos. “É patrimônio do povo brasileiro.”
De acordo com o bispo, a catedral precisa de um trabalho de estruturação porque apresenta rachaduras em alguns pontos. A restauração devolverá o monumento “mais seguro, mais belo e informativo" à população”.
Para dom Gregório, a segurança é uma questão fundamental porque boa parte dos visitantes é constituída de crianças de colégios de todo o Estado. “Essas crianças poderão visitar o monumento de forma integral, terão uma visão geral sobre arte, cultura, e de uma forma profundamente ecumênica”. A igreja está aberta ainda aos que quiserem participar das celebrações, rezar ou assistir a concertos musicais.
A próxima etapa será a abertura de licitação para escolha da empresa responsável pelas obras. Segundo o Bispo, os primeiros passos para a reforma poderão ocorrer até outubro, e a obra deve ser concluída no segundo semestre de 2021.
O projeto foi proposto ao BNDES pela Mitra Diocesana de Petrópolis e faz parte de um conjunto de investimentos que vêm sendo implementados para promover a cidade como destino turístico relevante.
A restauração da catedral ocorrerá em três ações: restauro externo do
edifício, abrangendo a recuperação da cobertura e do madeiramento
estrutural, elementos de ornamentação e calhas, recolocação das rosáceas
e modernização de toda a parte elétrica no interior e exterior da igreja,
assim como instalação de sistema de combate a incêndio. Serão realizados
também o restauro e a requalificação interna, com recuperação de elementos
artísticos. Finalmente, haverá a implantação de uma galeria expositiva nos
dois primeiros pavimentos da torre que antecedem o sino.
Nas cúpulas e agulhas neogóticas da Catedral serão instaladas uma passarela e telas de projeção para contar a história da construção do prédio e exibir documentos históricos da fundação da cidade. A nova área permitirá a visitação do público à torre, que tem 70 metros de altura e proporciona uma vista panorâmica da cidade.
Fonte: Mitra Diocesana de Petrópolis e Agência Brasil
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