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Mudanças do clima já causam estragos pelo mundo, diz secretário-geral da ONU


05-11-2014 13:23:59
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Fazer escolhas certas num mundo que está cada vez mais sujeito ao aquecimento da atmosfera, é o risco que os mais de 6 bilhões de habitantes da Terra estão enfrentando. Último painel intergovernamental diz em relatório final no Japão, que os efeitos das mudanças climáticas estão à mercê da preparação dos homens para os riscos.

 


Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, disse que o relatório confirma que os efeitos das mudanças climáticas causadas pelo homem já estão generalizados e consequentes, afetando a agricultura, a saúde humana, os ecossistemas, o abastecimento de água e algumas indústrias.


“Para diminuir esses riscos, a redução substancial das emissões globais de gases de efeito estufa deve ser feita juntamente com estratégias e ações para melhorar a preparação contra os desastres, bem como para reduzir a exposição a eventos causados pelas alterações climáticas inteligentes”. Foi o que disse Ban, em um comunicado divulgado por porta-voz em Nova York.


O secretário-geral estimulou todos os países a agir com rapidez e ousadia em todos os níveis, para trazer anúncios e ações ambiciosas para a cúpula do clima, e fazer todos os esforços necessários para chegar a um acordo climático jurídico global até 2015.


Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) no relatório “Mudanças Climáticas 2014: Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade” coloca a gestão de impactos como a maior dificuldade em meio a um planeta aquecendo rapidamente.


Em Yokohama, no Japão, os participantes detalham os impactos das mudanças climáticas até agora, os riscos futuros e as oportunidades para medidas eficazes de reduzir os riscos. Conclui que a resposta às mudanças climáticas envolvem fazer escolhas sobre os riscos em um mundo mudando constantemente.


O relatório identifica as pessoas, indústrias e ecossistemas vulneráveis por todo o mundo e descobre que o risco de uma mudança climática vem da vulnerabilidade (falta de preparação) e exposição (pessoas ou bens em perigo) sobreposta aos riscos (acontecimentos ou tendências climáticas).


O presidente do IPCC, Rajendra K. Pachauri, considera que os impactos apresentados no relatório e aqueles que estão sendo projetados para o futuro só confirmam que ninguém ficará imune à mudança climática.


Uma parte de uma das mais de 200 ilhas de Palau, uma nação insular no Oceano Pacífico ameaçada pela elevação do nível do mar. Foto: IRIN/Jaspreet Kindra

Uma parte de uma das mais de 200 ilhas de Palau, uma nação insular no Oceano Pacífico ameaçada pela elevação do nível do mar. Foto: IRIN/Jaspreet Kindra



O encolhimento de geleiras, migração de espécies, diminuição da produtividade das culturas, aumento de doenças transmitidas por vetores e aumento de eventos extremos são alguns dos fatores citados por Pachauri como evidência da necessidade que a comunidade internacional tem de fazer escolhas para melhor adaptação e diminuição dos efeitos negativos.


“O mundo tem que levar a sério este relatório, porque há implicações com a segurança do abastecimento de alimentos, os impactos de eventos extremos na morbidade e mortalidade, impactos graves e irreversíveis sobre espécies e um risco de cruzar vários pontos de ruptura por causa do aumento da temperatura”, disse Pachauri, explicando que esses impactos também afetam a segurança humana, podendo provocar deslocamento da população em massa ou aumento de conflitos.


Um total de 309 pessoas, entre eles coordenadores, autores e editores de revisão de 70 países, foram selecionados para produzir o relatório. Eles pediram a ajuda de 436 autores e de um total de 1.729 especialistas e colaboradores governamentais.


“Vivemos em uma era artificial de mudança climática”, disse Vicente Barros, co-presidente do Grupo de Trabalho II. “Em muitos casos, não estamos preparados para os riscos relacionados com o clima que já enfrentamos. Os investimentos em uma melhor preparação podem ter dividendos, tanto para o presente quanto para o futuro.”


Segundo o relatório, as pessoas que são socialmente, economicamente, culturalmente, politicamente, institucionalmente ou de alguma outra forma marginalizadas são especialmente vulneráveis às alterações climáticas e também para algumas respostas de adaptação e diminuição de risco.


A característica marcante dos impactos observados é que eles estão acontecendo dos trópicos para os pólos, de pequenas ilhas a grandes continentes, e dos países mais ricos aos mais pobres.


“A adaptação pode desempenhar um papel fundamental na redução desses riscos”, afirma Barros. “Ela é muito importante. O mundo enfrenta uma série de riscos de mudanças climáticas já contidos no sistema climático, devido às emissões passadas e infraestrutura existente”.


O IPCC foi estabelecido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a Organização Meteorológica Mundial (OMM) em 1988 para fornecer ao mundo uma visão científica clara sobre a mudança do clima e seus potenciais impactos ambientais e socioeconômicos. Hoje, possui 195 Estados-membros.

 

 

 

 1 Comentários para esta notícia

  1. author

    Incrível como os efeitos da poluição passaram de pontuais, afetando apenas microclimas regionais e já atravessam oceanos como ondas de emissões atmosféricas chinesas que já são percebidas nos Estados Unidos, a população chinesa andando de máscaras pelas ruas devido a alta incidência de GEEs, as mudanças dramáticas em climas de regiões isoladas noa oceanos... As mudanças climáticas já significam perigo para a vida no planeta, precisamos timar atitudes, em âmbito macro, pois pequenas mudanças já não são suficientes, apesar de muito válidas. Migrar nossa matriz energética é fundamental para mudança de cenário e consiste numa ação que deve ser encabeçada pelas grandes economias, e incentivada aos países em desenvolvimento, mas para garantir a competitividade, os devidos créditos devem ser repassados pelos grandes poluidores para financiar a vida no futuro do planeta


 

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