A denúncia é da pesquisadora Tânia Sanaiotti, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/INPA. Resultado do trabalho será mostrado ao mundo, quarta-feira, dia 29 de agosto, às 19h30, no Teatro Direcional do Manauara Shopping, dentro do programa "Ciência às 7 e meia", do Museu da Amazônia (MUSA).
Gavião-real (Harpia harpyja) é a maior águia das Américas. Atinge a idade adulta aos 5 anos e pode viver até 40 anos. Alimenta-se, principalmente de preguiças, macacos e porco-espinho.
FOTO VEICULADA AQUI EM WWW.NOTICIARIO.COM.BR, SÃO DE JOÃO MARCOS ROSA E OLIVIER JANDOIN.
Ameaçado de extinção, principalmente pelo desmatamento e a caça, o gavião-real está inserido num Programa de Conservação que tem entre os objetivos acompanhar o desenvolvimento de filhotes em comunidades onde há ninhos, desenvolver campanhas de proteção e reabilitar os que estão feridos para serem integrados à natureza.
Segundo Tânia Sanaiotti, “desde a criação do Programa Brasileiro de Conservação do Gavião-real, em 1997, através da parceria entre IBAMA, ICMBio, INPE e outras instituições, esse trabalho de acompanhamento e reabilitação dos animais vem sendo realizado, além das campanhas para manter a árvore do ninho e a floresta do entorno em pé”.
A pesquisadora conta que participam do programa escolas, comunitários, organizações locais e órgãos municipais, que formam a corrente da conservação do Gavião-real. “Os gaviões reais capturados recebem uma anilha do CEMAVE/ICMBio para serem identificados na floresta e também são rastreados por meio de sinais enviados por satélites para saber a distância de dispersão dos filhotes e a área utilizada pelos adultos”.
Distribuição do gavião-real
O gavião-real (Harpia harpyja) é a maior águia da Américas. A fêmea pesa entre 6 a 8 kg, enquanto o macho pesa entre 4,5 a 5,5 kg. A ponta de uma asa à outra chega a 2 metros. O gavião-real precisa de árvores muito altas para construir seu ninho, como a Castanheira, o Angelim ou a Samaúma.
Os ninhos do gavião-real possuem quase dois metros de diâmetro. A fêmea põe de um a dois ovos que são chocados durante 58 dias. A cada três anos, é criado um novo filhote de gavião-real que voa pela primeira vez aos seis meses e é alimentado pelos pais até os dois anos e meio de idade.
Mas não só o gavião real (Harpia harpyja) entra no programa de conservação. O Uiraçu-falso, também conhecido popularmente como gavião-real-falso, o Morphnus guianensis (Daudin 1800), e o gavião-de-penacho, o Spizaetus ornatus, também ameaçados pelo desmatamento e a caça, estão sendo acompanhados pelos pesquisadores do programa de conservação.
Características das aves de rapina
O gavião-real, harpia, uiraçu, gavião-pega-nenê (Harpia harpyja) possui garras de 6 cm de comprimento que o colocam como a mais possante ave de rapina do mundo. Chega a medir 1,05 m comprimento total do corpo e, quando adulto, pode atingir 2,05m de uma ponta a outra das asas. Seu peso varia entre 5 Kg (macho) e 10 Kg (fêmea).
Quando adulto, a cabeça do gavião-real torna-se cinza, com duas penas evidentes no penacho e uma faixa de penas pretas no pescoço. Cabeça, lados do pescoço e garganta são cinza-claro; dorso e parte superior das asas são pretos, não há dimorfismo sexual quanto à coloração das penas. Alimenta-se de mamíferos de médio e pequeno porte (tais como preguiças e primatas) e aves e se reproduz a cada dois anos e meio a três.
Já o Uiraçu-falso, possui garras (hálux) de 4 cm, atinge entre 81 a 91 cm de comprimento total do corpo, tem uma envergadura de 1,60 cm de uma ponta a outra das asas e pesa entre 1 kg (macho) a 1,5 kg (fêmea). Tem um penacho preto com uma pena evidente, cinza no pescoço e alto do peito, região ventral clara, com estrias bege-claro. Possui morfotipos distintos e alimenta-se de pequenos mamíferos, aves e répteis. Sua reprodução é de um filhote a cada um ano e meio.
O gavião-de-penacho , Spizaetus ornatus (Daudin 1800), também conhecido por inapacanim e águia-de-tufo, possui garras de 58 a 67 cm de comprimento e envergadura de 1,40 m de uma ponta a outra das asas. Pesa 1 kg (macho) e 1,5 kg (fêmea). O pescoço tem a cor-de-castanha, costas preto-fuliginosas, coberteiras superiores das asas pretas, cauda preta, garganta branca, penacho da cabeça preto. Alimenta-se de diversas espécies de aves, pequenos mamíferos e répteis e se reproduz a cada dois anos.
Sobre a pesquisadora
Tania Sanaiotti possui graduação em Biologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1982), mestrado em Biologia Tropical e Recursos Naturais Ecologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (1987), doutorado em Biological and Molecular Sciences - University Of Stirling (1996) e pós Doutorado em Nicho potencial de Harpia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais-INPE (2008).
Desde 1987 é pesquisadora titular do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e é anillhadora do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Tem experiência na área de Ecologia de plantas e vertebrados, com ênfase em Ecologia de Savanas Amazônicas, atuando principalmente nos seguintes temas: savana, aves, Conservação de espécies ameaçadas, Amazônia. Líder do Grupo de Pesquisa " Fitogegrafia da Amazônia".
Palestra: Sua majestade, o Gavião-real!
Local: Teatro Direcional. Manauara Shopping - Av. Recife, 1300. Adrianópolis
Entrada Gratuita
Fonte: Museu da Amazônia - Reghina Melo
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