Diretor de Biodiversidade, Áreas Protegidas e Ecossistemas do Instituto, Cleber Ferreira, tem umka explicação para esses achados que partilham o desprezo dos homens do mundo sobre os bens naturais: “Esses resíduos são descartados de forma incorreta e acabam encontrando os nossos corpos hídricos. Seja um rio, seja um mar, seja uma lagoa. Isso acontece no mundo inteiro. A gente tem verdadeiras ilhas de resíduos sólidos no oceano. Muitas vezes, esses resíduos se desprendem dessas ilhas chegam nas nossas praias e em boa parte do litoral do país.”
Seguramente é a ação das correntes marítimas que transportaram esse material poluente, achado pelos colaboradores entre os dias 13 e 16 de julho de 2025. Mãos mecânica, ecopeneira, luvas de plástico, vidro e muita disposição, foram os recursos usados pelos ajudantes do INEA. A equipe organizou o material que geerou 242 kg, e o levou até cooperativas de recicláveis de Angra dos Reis.
O plástico pode ser ingerido por tartarugas e aves marinhas, provocar sufocamento e morte. Resíduos de vidro podem levar mais de 4 mil anos para se decompor no ambiente.
“O sentimento que a gente tem é que esses resíduos estão cada vez mais constantes e trazem cada vez mais prejuízos para a nossa fauna. Sim. A gente percebe um aumento significativo do lixo. Eu posso fazer quantas operações for necessário e vou retirar pelo menos uma tonelada ou 500kg de resíduos a cada operação, dependendo da quantidade de pessoas no trabalho,” disse Cleber Ferreira.
A parceria entre o Instituto e a Somos Natureza prevê mutirões mensais nas praias de Ilha Grande. A ideia é que voluntários participem ativamente das ações. A atividade do último fim de semana teve turistas de São Paulo, Espanha, Argentina e Islândia.
Os participantes receberam informações sobre as unidades de conservação do INEA e compartilharam experiências de combate à poluição marinha nos países de origem.
Bernardo Rossi, secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, entende que todos os atores internacionais precisam avançar nas políticas de controle e destinação correta de resíduos.
“Não temos controle sobre o que chega ao Rio de Janeiro vindo de outros países, mas atuamos diretamente na coleta e destinação desses resíduos que aparecem nas nossas unidades de conservação. É gratificante ver também visitantes de fora integrando a nossa missão de conservação.”
A Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul é uma unidade de conservação que abrange 3.309,63 hectares. Reserva cobre parte das áreas da Ponta da Escada, Morro do Pilão, Serra de Araçatiba, Serra do Papagaio, Tucunduba e a Enseada da Praia do Sul.
Unidade tem como missão preservar biodiversidade e sítios arqueológicos. Segundo o INEA, é a única do Estado do Rio de Janeiro que possui todos os ecossistemas litorâneos. Por ser uma reserva biológica, a visitação recreativa no local não é permitida. São autorizadas, apenas atividades de pesquisa científica e de educação ambiental.
Fonte: INEA
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