“Queremos mostrar para a sociedade que, se a gente não conservar a natureza, se não conservar nosso maior ativo, o que faz a gente ser essa potência econômica, ambiental e um país megadiverso, a gente não vai conseguir resolver nossos desafios econômicos nem crescer para ser uma nação que oferece qualidade de vida para os brasileiros”.
Do ponto de vista econômico, 70% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos), é produzido nos 17 estados que compõem o bioma da Mata Atlântica e que concentram 85% da população do País. “Apesar de ser uma floresta extremamente ameaçada, que já perdeu mais de 90% da sua cobertura, ainda assim é uma provedora de qualidade de vida, de serviços ambientais e de insumos para gerar nossa economia, tanto insumos ligados ao agronegócio quanto outras matrizes econômicas”.
Além de matérias-primas para outras atividades econômicas, há a contribuição na área do turismo. “Se a gente pensar só no turismo associado à visitação de parques nacionais, há uma geração estimada de R$ 2,5 bilhões por ano. Isso contribui para gerar de 80 mil a 100 mil empregos”.
Erika lembrou que a economia brasileira serviu-se do bioma ao longo da História. “Desde a extração do pau-brasil até os grandes ciclos econômicos do Brasil, passaram pela Mata Atlântica: o café, a cana de açúcar, a industrialização e agora a urbanização, que é uma das maiores ameaças a esse bioma atualmente”. Pequenos remanescentes de florestas que sobraram estão dentro das cidades e servindo de área para expansão urbana.
A situação é bastante desafiadora, ressalta a gerente, porque cada vez mais a sociedade está vivendo em áreas urbanas, com déficit de natureza. Enquanto isso, pesquisas recentes mostram que estar próximo de florestas e de áreas verdes traz benefícios para a saúde.
“Esse é um tema muito novo: a relação entre saúde e natureza. Estar em área de natureza melhora a imunidade, reduz a pressão arterial, diminui a ansiedade, diminui a produção do hormônio associado ao estresse – o cortisol – e, como nós temos uma população urbana, esses 145 milhões de pessoas que vivem no bioma da Mata Atlântica vivem majoritariamente na área urbana, portanto sem floresta e portanto com sua saúde cada vez mais comprometida, seu bem-estar e qualidade de vida”.
Nas ações promovidas no evento deste mês, a SOS Mata Atlântica tem o objetivo de promover uma reflexão entre as políticas de conservação da natureza, políticas de planejamento e desenvolvimento urbano e políticas de saúde pública e coletiva. “As pesquisas tem mostrado que esses três pilares tem que caminhar juntos”.
Viva a Mata 2019 está no site da entidade.
Fonte: Agência Brasil
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