O Brasil e a Argentina são lembrados na pesquisa por terem sido palco de estiagens devastadoras em 2012. Os episódios de seca estiveram associados ao fenômeno La Niña, que provoca o resfriamento da temperatura da superfície de porções do Oceano Pacífico, desregulando o regime de chuvas em diferentes regiões do mundo.
Ao longo do decênio 2005-2015, 2012 foi o ano de maior volume de perdas
econômicas na agropecuária provocadas por desastresU$ 7 bilhões, seguido
por 2014, quando estiagens em Honduras, Guatemala e El Salvador
agravaram prejuízos no setor, causando danos e baixas produtivas
estimados em pouco mais de 6 bilhões de dólares.
Na avaliação da FAO, houve a partir de 2010 um aumento considerável do impacto de fenômenos naturais sobre a produção agrícola. O quadriênio 2011-2014, por exemplo, acumula um valor aproximado de 17 bilhões de dólares em perdas — o que representa quase 80% do registrado em todo o período 2005-2015.
Quando analisadas as culturas e cadeias produtivas, a agência da ONU revela que os legumes como feijões, lentilhas e grão-de-bico foram os mais afetados, com perdas chegando a quase 8 bilhões de dólares.
Segundo o levantamento da FAO, de 2005 a 2015, os desastres naturais em todo o mundo custaram 96 bilhões de dólares à agropecuária dos países em desenvolvimento. Metade desse valor foi calculado para prejuízos na Ásia. Os outros 26 bilhões de dólares equivalem a perdas na África.
Secas foram responsáveis por quedas e perdas de produção estimadas em 29 bilhões de dólares — desse montante, 10,7 bilhões foram prejuízos no continente africano e 13 bilhões, na América Latina e Caribe.
Na Ásia, os fenômenos naturais mais devastadores para a produção de alimentos foram as enchentes e tempestades. Terremotos, tsunamis e temperaturas extremas também afetaram significativamente a agropecuária.
“Os setores agrícolas, que incluem a produção da agricultura e da pecuária, bem como a silvicultura, a pesca e a aquicultura, enfrentam muitos riscos, como a volatilidade do clima e do mercado, pestes e desastres, eventos climáticos extremos e um número crescente de crises e conflitos prolongados”, alertou o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva.
O relatório do organismo internacional também chama atenção para os perigos
a que estão suscetíveis os pequenos Estados insulares em desenvolvimento.
Nessas ilhas, que são particularmente vulneráveis a tsunamis, abalos sísmicos,
enchentes e tempestades, as perdas econômicas aumentaram de 8,8 bilhões
de dólares no período 2000-2007 para mais de 14 bilhões em 2008-2015.
Acesse a pesquisa na íntegra clicando aqui.
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