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Autoridades do mundo falam de êxito em 15 anos de tratamento da AIDs


15-07-2015 00:19:57
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Novas infecções pelo HIV foram reduzidas em 35% e as mortes relacionadas à aids em 41%. A resposta global ao HIV evitou 30 milhões de novas infecções pelo vírus e cerca de 8 milhões (7,8 milhões) de mortes relacionadas à aids desde 2000, ano em que foram estabelecidos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Hoje há 15 milhões em tratamento.

 


Responsáveis pela saúde mundial dizem que está próximo o alcance da meta de investimento de US$ 22 bilhões na resposta à aids até 2015 e que uma ação conjunta nos próximos 5 anos pode acabar com a epidemia de aids até 2030.

“Há 15 anos existia uma conspiração do silêncio. A aids era uma doença dos ‘outros’ e o tratamento era acessível apenas para os ricos e não para os pobres”, disse Michel Sidibé, diretor executivo do UNAIDS. “Provamos que eles estavam errados e hoje temos 15 milhões de pessoas em tratamento – 15 milhões de casos de sucesso.”

Relatório “Como a aids mudou tudo – ODM 6: 15 anos, 15 lições de esperança da resposta à aids” celebra o marco histórico de 15 milhões de pessoas em tratamento antirretroviral – um feito considerado impossível quando os ODM foram estabelecidos há 15 anos. O relatório também analisa o impacto incrível que a resposta à aids teve na vida das pessoas e em seu sustento, nas famílias, comunidades e economias, assim como a notável influência que a resposta à aids teve em muitos dos outros ODM.

 

Novas infecções pelo mundo

No início do milênio, a aids começou a ser levada a sério. Lideranças globais visionárias se reuniram e a resposta resultante deste encontro fez história. Entre 2000 e 2014, novas infecções caíram de 3,1 milhões para 2 milhões, registrando uma redução de 35%. Se o mundo tivesse apenas assistido paralisado a epidemia de aids se desenvolver, o número anual de novas infecções pelo HIV teria provavelmente aumentado para cerca de 6 milhões em 2014.

Em 2014, o relatório apresenta que 83 países, que reúnem cerca de 83% de todas as pessoas vivendo com HIV no mundo, interromperam e reverteram as epidemias – países como Índia, Quênia, Moçambique, África do Sul e Zimbábue, todos com grandes epidemias.

 

Crianças a preocupação

A Etiópia teve um progresso significativo na prevenção de novas infecções pelo HIV entre crianças. Em 2000, cerca de 36 mil crianças se infectaram pelo vírus. Entretanto, em 2014, este número caiu em 87% – chegando a 4.800, uma vez que a cobertura da terapia antirretroviral para prevenir novas infecções por HIV entre crianças aumentou em 73%.

Impedir novas infecções por HIV entre crianças foi um dos sucessos da resposta à aids. Em 2000, por volta de 520.000 crianças foram infectadas pelo vírus. Na ausência de terapia antirretroviral, registrava-se um alto número de mortes de crianças relacionadas à aids. Esta injustiça fez com que o mundo agisse – uma das maiores prioridades tornou-se assegurar que grávidas vivendo com HIV tivessem acesso a medicamentos para evitar que seus bebês nascessem com o vírus.

Esta ação sem precedentes que veio em seguida conquistou resultados. Entre 2000 e 2014, a percentagem de mulheres grávidas vivendo com HIV com acesso à terapia antirretroviral aumentou em 73% e novas infecções entre crianças caíram para 58% em todo o mundo.

Em 2014, o UNAIDS estima que 85 países tinham menos de 50 novas infecções pelo HIV entre crianças por ano. Em 2015, Cuba tornou-se o primeiro país a ser certificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por ter eliminado novas infecções entre crianças.

 

Não é mais sentença de morte

Entre 2005 e 2014 as mortes por AIDs caíram 41% em todo o mundo. Isso é devido aos cuidados profissionais e o uso de remédios antirretrovirais, cada vez mais exitosos.

Assegurar o acesso à terapia antirretroviral para 15 milhões de pessoas é um marco que chegou a ser considerado impossível há 15 anos. Em 2000, menos de 1% das pessoas vivendo com HIV em países de baixa e média renda tinha acesso ao tratamento, já que os valores altíssimos dos medicamentos – cerca de US$ 10 mil por pessoa por ano – tornavam-nos inalcançáveis.

A desigualdade de acesso e a injustiça provocaram a indignação global, o que criou uma das conquistas mais determinantes da resposta ao HIV – reduções massivas nos preços de medicamentos antirretrovirais.

Até 2014, a militância, o ativismo, a ciência, a vontade política e a disposição das indústrias farmacêuticas tinham feito com que os valores dos medicamentos para o HIV caíssem 99%, chegando a 100 dólares por pessoas por ano em formulações de primeira linha.

Até o ano passado, 40% de todas as pessoas vivendo com HIV tinham acesso à terapia antirretroviral, um aumento de 22 vezes ao longo dos últimos 14 anos. Na África Subsaariana, 10,7 milhões de pessoas tinham acesso, 6,5 milhões (61%) das quais eram mulheres. Garantir tratamento para 15 milhões de pessoas ao redor do mundo comprova, sem sombra de dúvida, que o tratamento pode ser ampliado até mesmo em contextos com poucos recursos.

 

Muito gasto e futuro decisivo

Há no cenáraio internacional, 36.9 milhões de pessoas que vivem com HIV. Próximos 5 anos serão cruciais. Investimentos antecipados durante a frágil janela de 5 anos até 2020 podem reduzir novas infecções em até 89% e mortes relacionadas à aids em 81% até 2030.

Investimentos atuais na resposta à aids chegam a cerca de 22 bilhões de dólares por ano. Este valor terá que aumentar em 8 a 12 bilhões por ano para que as meta de Aceleração da Resposta de 31,9 milhões de dólares seja alcançada até 2020. Ao alcançar a meta de 2020, a necessidade de recursos começará a reduzir progressivamente, caindo para 29,3 bilhões de dólares em 2030 e para muito menos no futuro. Este fenômeno produziria benefícios de mais de 3,2 trilhões de dólares que vão para além de 2030. Calcula-se que o retorno sobre os investimentos seja de 17 dólares em benefícios econômicos para cada dólar investido.

Assistência internacional, especialmente para países de renda baixa e de renda média baixa, será necessária no curto prazo antes que o financiamento sustentável esteja garantido em longo prazo. A África Subsaariana exigirá a maior parcela do financiamento global para a aids: 15,8 bilhões de dólares em 2020.

 

 

Fonte: UNAIDS
 

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