A doença atinge 1 milhão de brasileiros e é apontada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como a maior causa de cegueira definitiva. De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, o glaucoma é uma doença crônica que acompanha a pessoa para o resto da vida. Em 90% dos casos está relacionado ao aumento da pressão intraocular. Isso acontece por um bloqueio ao humor aquoso, fluido que circula na parte posterior do globo ocular. Como nosso olho é um órgão fechado, comenta, este fluido não tem como vazar para fora. Por isso, a pressão interna fica acima do nível normal que é de 21 mmHg (milímetros de mercúrio).
Resultado: As células do nervo óptico sofrem danos irrecuperáveis que impedem a transmissão das imagens ao cérebro e diminuem o campo visual até a cegueira definitiva. O problema é que o glaucoma não apresenta sintomas. Por isso, mais da metade dos portadores, nem desconfiam ter a doença e já chegam à primeira consulta com perda do campo visual.
Grupos de risco
Queiroz Neto afirma que o glaucoma pode ocorrer em qualquer idade. Por isso, toda pessoa deveria fazer um exame oftalmológico periódico para garantir o diagnóstico das doenças oculares no início, quando a maioria passa despercebida. Os grupos de maior risco para desenvolver glaucoma são:
Tratamento incorreto atinge 45%, mostra estudo
Para piorar, Um estudo conduzido por Queiroz Neto com 184 pacientes diagnosticados com glaucoma mostra que 45% não fazem o tratamento corretamente. Neste grupo 52% desperdiçou colírio pingando mais que uma gota, 24% instilou o colírio fora da mucosa ocular, 13% se esqueceu de usar e 11% usou de forma descontínua por causa dos efeitos adversos.
O médico afirma que pingar mais que uma gota dos colírios aumenta a absorção pelo organismo podendo ocorrer sintomas como aumento da pressão arterial, secreção gástrica, inflamação, dor de cabeça e falta de ar. Estes efeitos podem ser reduzidos com a instilação correta do colírio
As principais recomendações do especialista para garantir o tratamento adequado são:
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Importância das atividades físicas
Queiroz Neto afirma que de acordo com estudos internacionais as atividades aeróbicas como correr, nadar, caminhar ou pedalar funcionam como coadjuvantes no tratamento porque ajudam a manter sob controle a pressão intraocular. É claro que não adianta nada fazer uma quantidade mínima desses exercícios. A recomendação é fazer, pelo menos, 150 minutos por semana. A má notícia é que de acordo com o Ministério da Saúde 57,4% dos brasileiros mantiveram atividade física insuficiente em 2013.
Por outro lado, comenta, os exercícios anaeróbicos como a musculação ou qualquer outra atividade que utilize a força para ganhar massa muscular, bem como, os esportes de impacto e posições da ioga em que a cabeça é mantida para baixo devem ser evitados. Isso porque podem agravar o glaucoma por facilitarem o aumento da pressão interna do olho.
Outros tratamentos
O especialista explica que um tratamento alternativo para controlar a pressão intraocular é a aplicação de laser acima do ponto de drenagem, visando facilitar a passagem do humor aquoso. Em 50% dos casos o procedimento libera do uso contínuo de colírio. Para a outra metade dos pacientes apenas ajuda a manter a pressão intraocular abaixo de 22 mmHg, exigindo, portanto o uso de colírio.
Nas pessoas em que a pressão interna do olho muito elevada e de difícil controle é indicada a trabeculotomia. “Nesta cirurgia retiramos uma pequena porção da malha trabecular para melhorar a drenagem”, afirma. Mais complexa do que a aplicação do laser, o especialista ressalta que neste caso a recuperação visual pode demorar algumas semanas e 1 em cada 3 pacientes desenvolve catarata.
Fonte: Instituto Penido Burnier SP - Eutrópia Turazzi
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