Emergências de hospitais públicos lotadas, pacientes sendo atendidos em camas improvisadas no chão, banheiros sujos. Esse quadro, que não é novo, foi constatado pelo grupo de trabalho da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, que realizou diligências nos serviços de emergência de hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) em 8 estados nas 5 regiões do País.
O grupo de trabalho visitou os hospitais Arthur Ribeiro de Saboya, em São Paulo; Souza Aguiar, no Rio de Janeiro; Roberto Santos, na Bahia; João Paulo 2º, em Rondônia; Pronto Socorro Municipal Mario Pinotti, no Pará; Hospital de Base, no Distrito Federal; Nossa Senhora da Conceição (Porto Alegre), no Rio Grande do Sul; e o Pronto Socorro Municipal de Várzea Grande, no Mato Grosso. As visitas ocorreram de 19 de setembro de 2011 a 14 de dezembro de 2012.
"A situação é caótica. Nós não podemos aceitar que a sexta economia do planeta tenha uma situação tão trágica e criminosa como nós assistimos no Brasil: as pessoas morrendo". Foi o que disse o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA). Principais vítimas são a “base da pirâmide socioeconômica: os pobres, as pessoas que dependem do Estado e do SUS. Infelizmente, muitas vezes, [essas pessoas] têm que apelar à reza ou à sorte, porque os profissionais às vezes têm que escolher entre um ou outro paciente para poder atender, deixando os demais à própria sorte".
Maria do Carmo, diretora do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, para diminuir os problemas das emergências dos hospitais do SUS, o governo tem adotado medidas preventivas, como o programa Farmácia Popular. Segundo ela, o acesso a medicamentos reduz em 20% a ida dos pacientes aos serviços de urgência e emergência. É necessário melhorar o acesso da população às unidades de atenção básica à saúde e de levar profissionais para trabalhar nessa área específica.
Para o procurador da República Peterson Pereira, falta investimento justamente em ações que evitem que as pessoas fiquem doentes, incluindo saneamento básico, água tratada e redução do sódio na comida. "A questão do SUS tem que ser enfrentada na linha de prevenção. Você tem que promover a saúde, e não direcionar todos os esforços do País no atendimento à doença, porque você trata aquele doente que veio ao sistema, cura ele, mas, em seguida, vêm mais 10, vêm mais 20, porque você não ataca as causas".
Fonte: Agência Câmara
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