Entre os causadores de problemas visuais que levam à necessidade de transplante, estão a poluição maior nos meses de outono e a falta de prevenção às doenças oculares.
Crianças e adolescentes respondem melhor ao procedimento que evita o transplante.
O médico ressalta que a estimativa é de que a doença atinge os 2 olhos de 1 em cada 1000 brasileiros, ou seja, cerca de 200 mil pessoas. Do total 30% não conseguem ter boa correção visual usando óculos, lente de contato ou um anel que é implantado na córnea para achatar o formato. “É este grupo que vai para a fila de transplante por falta de alternativa para corrigir a visão”, diz Queiroz Neto.
Sinais de alerta
O especialista destaca que geralmente o ceratocone vem acompanhado de astigmatismo. Alérgicos formam o principal grupo de risco da doença. Isso porque, o hábito de coçar os olhos enfraquece as fibras de colágeno da córnea, facilitando o afinamento e deformação.
Não por acaso, no outono o aumento da poluição pode agravar a doença. Para aliviar a coceira recomenda aplicar compressas de água fria sobre os olhos. A instilação de colírio antialérgico e até a suplementação de ômega 3 para melhorar a produção da lágrima que protege a superfície da córnea, só devem ser feitas sob supervisão de um oftalmologista. Além da alergia, diz o Médico que o ceratocone pode ser sinalizado por:
· Mudança frequente na prescrição dos óculos
· Fotofobia.
· Aumento da fadiga ocular
· Olhos irritados.
· Enxergar halos noturnos
Diagnóstico precoce
No início da doença alguns portadores podem ter boa visão sem usar óculos de grau. “Este é o caso deste paciente que tem irregularidades na córnea, mas ainda enxerga perfeitamente bem sem óculos”, afirma Queiroz Neto, apontando para a tomografia de um menino com 13 anos de idade. Explica que a falta de sintomas acontece quando a córnea tem irregularidades ópticas na face anterior e na posterior que se compensam. “A tomografia da córnea oferece imagens das duas faces e torna o tratamento mais seguro e previsível do que a topografia que analisa uma só face”.
Evitando o transplante
O especialista explica que o crosslink ou reticulação da córnea, aumenta em 3 vezes a resistência, mas só deve ser aplicado em córneas com espessura mínima de 400 micras. “Em córneas mais finas a camada interna pode ser atingida e deixar a visão definitivamente embaçada”. O procedimento consiste na aplicação de vitamina B2 (riboflavina) associada à radiação ultravioleta para reorganizar as fibras de colágeno.
Problema é que no Brasil 43% dos portadores descobrem a doença em estágio intermediário e muitos adiam o crosslink. O adiamento aumenta o risco de transplante que pode até melhorar a acuidade visual, mas não restitui 100% da visão e tem risco de rejeição.
Melhor resultado
Queiroz Neto afirma que a metanálise de estudos europeus sobre o crosslink mostra que em crianças e adolescentes o ceratocone tem uma evolução mais rápida, mas que a técnica tem melhor resultado entre os mais jovens.
Durante 3 anos, o acompanhamento de 66 pacientes submetidos ao crosslink, com idade entre 9 e 18 anos, mostrou que todos tiveram estabilização do ceratocone, melhora da visão erecuperação da espessura central da córnea mais rápida que a dos adultos. Os estudos também mostram melhora da visão entre pessoas com mais de 18 anos que passaram pelo procedimento, mas o risco de complicações como ceratite microbiana é maior neste grupo.
A dica para os pais é submeter crianças que coçam os olhos com frequência a um check up da córnea para prevenir futuras complicações. O especialista ressalta que embora o crosslink não elimine a necessidade de óculos preserva a integridade dos olhos.
Fonte: Instituto Penido Burnier SP - eutrópia Turazzi
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