Shakespeare tinha razão quando, certa ocasião, falou do homem como sendo, dos animais predadores, o mais predador. Nada mais certo quando vemos o que acontece à nossa volta. Não é preciso irmos a outros continentes para percebermos essa verdade que ele nos transmitiu. Ou irmos para outras regiões do País.
Em se tratando de flora e da fauna, é triste o que o homo-sapiens do Século XXI está deixando para a posteridade. Folheando o “Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná”, chegamos a uma lamentável, para não dizer deplorável, constatação: 163 espécies ameaçadas de extinção, sendo 69 aves, 32 mamíferos, 22 peixes, 18 abelhas, 15 lepidópteros, quatro anfíbios e três répteis.
Desse total, pelo menos quatro espécies já desapareceram no Estado: três aves (gralhão, uiraçu-falso e a codorninha), e um mamífero (preguiça-de-três-dedos). Outras espécies ameaçadas: perereca, rãzinha, sapo, tamanduá-bandeira, os porcos-do-mato (cateto e queixada), paca, macuco, harpia, papagaio-da-cara-roxa, macaco sagüi, cachorro-do-mato, lobo guará, lontra, ouriço, inambu.
Os velhos marumbinistas que o digam, pois muitas dessas espécies eram o colorido e a sinfonia da vida da mata da Serra do Mar, onde era comum a se dividir espaços com urus, gaviões, tucanos, arapongas, jacus, saí-andorinha, corocochós, papagaios, anambés, pula-pula-ribeirinho, e com cuícas, gambás, bugios, micos, tatus, coatis, onças-pintadas, graxaim, gatos-do-mato, antas, ouriços, capivaras, e, até mesmo, pumas e jaguatiricas. Espécies que, ou desapareceram, ou estão a caminho da extinção.
O mesmo destino está, ou foi, reservado aos peixes. Nos rios poluídos da grande região metropolitana de Curitiba, já sumiram o cascudo, o saguaru, o jaceraia, o lambari-rei, o bicudinho, o iacundá. O lambari rabo vermelho e o lambari prateado, infelizmente, estão seriamente ameaçados de extinção.
Quanto à flora, a situação não é muito diferente. Da exuberância da floresta da Serra do Mar, muitas espécies ou sumiram completamente, ou estão ameaçadas de extinção ao longo da Mata Atlântica. O palmito, por exemplo, é coisa rara. No mesmo caminho, a bromélia (várias espécies), gravatá, aroeira, sucupira, jequitibá, canela-preta, sassafrás, o samambaiaçu imperial (xaxim), a baga-de-macaco (frutinha amarela ácida) e o bacupari (frutinha amarela adocicada).
Fonte: zair schuster-jornalista
Não há Comentários para esta notícia
Aviso: Todo e qualquer comentário publicado na Internet através do Noticiario, não reflete a opinião deste Portal.