Mota-Engil é uma das principais empresas de Portugal e figura num ranking de 30 organizações. Tem presença em 21 países e executa projetos de expressão nas engenharias de construção da Europa, África e América, além da Ásia.
Proposta vencedora ofereceu desconto de 0,5% sobre o valor da contraprestação pública máxima, fixada em R$ 438,3 milhões ao ano.
Agora a concessionária tomará providências para dar andamento à obra. Conforme o edital, e empresa ficará responsável pela construção, operação e manutenção do túnel por um período de 30 anos.
Com investimento estimado em R$ 6,8 bilhões, a obra do túnel Santos-Guarujá, terá aporte público de até R$ 5,14 bilhões, dividido igualmente entre o governo de São Paulo e o governo federal. O restante será coberto pela iniciativa privada.
Protesto por indenização justa
Durante a sessão na Bolsa de Valores de São Paulo, houve protestos. Associação Comunitária do Macuco falou em nome de 200 famílias, reclamando atenção e informações atualizadas a respeito das indenizações de propriedades que serão atingidas pelo projeto de construção do Túnel. "Queremos desapropriação justa, ética, moral e digna.” Falou assim o presidente da Associação, José Santaella.
“O que nós queremos é uma tutela do Estado, que garanta uma documentação rápida para as pessoas que não tem isso hoje. Depois, que faça uma avaliação dos imóveis do entorno porque a cidade de Santos é uma ilha.” Proprietários temem ser expulsos dos imóveis, sob alegações quaisquer.
Antes do leilão, foi anunciado que o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), rejeitou um pedido feito pelo Ministério Público junto ao TCU (MPTCU) para suspender o leilão do túnel . Petição alegava suspeita de benefícios da licitação, a empresas estrangeiras.
Porto de Santos vê benefícios
Anderson Pomini (na foto, batendo o martelo na Bolsa de Valores), presidente da APS, Autoridade Portuária de Santos, afirmou que a escolha da empresa torna mais próxima a realização de um sonho de 100 anos. "Esse é um momento histórico para a população da Baixada Santista e para o porto de Santos." Palavras de Pomini, que assumiu a diretoria da APS há mais de 2 anos com objetivo de concretizar o túnel.
As autoridades citadas discursaram e bateram o tradicional martelo das licitações da B3. Todos enalteceram o espírito de união entre Governo Federal, Governo do Estado de São Paulo, prefeituras e comunidade portuária.
Já pensado desde o início do século 20, o projeto de ligação seca entre as duas margens do Porto de Santos foi elaborado há 15 anos, durante a gestão do então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. O projeto recebeu a primeira licença ambiental, o que permitiu a celeridade da atual retomada do processo.
A concessão será na modalidade Parceria Público-Privada (PPP). A Mota-Engil terá a concessão por 30 anos, havendo o retorno do ativo à União/APS após esse prazo. O aporte financeiro da APS viabilizará a obra de natureza infraviária, reforçando a governança do empreendimento.
A APS atua como interveniente e articuladora da comunidade local, aprovando previamente e mitigando impactos regionais e operacionais.
Túnel vai integrar Baixada Santista
Além dos benefícios diretos ao Porto de Santos e as cidades de Santos e Guarujá, o túnel permitirá maior integração entre os 9 municípios da Região Metropolitana da Baixada Santista, beneficiando cerca de 2 milhões de pessoas/dia.
Diretamente, hoje, são cerca de 80 mil pessoas que cruzam o canal, todos os dias. A travessia de balsas, considerada a mais movimentada do mundo tem tráfego de 27 mil veículos/dia. Os veículos de carga, que precisam rodar mais de 40 quilômetros para fazer o percurso, terão o deslocamento reduzido de 40 minutos para pouco mais de 1 minuto.
Para o meio ambiente, a implantação desta ligação será decisiva, com a redução de 70 mil toneladas de CO²/ano, ao encurtar o percurso de 45 km (5 mil caminhões/dia) para apenas 960 metros.
O Porto de Santos ganha em competitividade, com o aumento da segurança da navegação, que não terá mais o cruzamento dos cargueiros com as balsas de ligação urbana. A expansão das operações portuárias será beneficiada, com acréscimo de áreas na margem esquerda.
Além de outras melhorias diretas à população e à economia nacional, a construção do túnel chega em um momento estratégico, com a implantação do maior terminal de contêineres do complexo, o Tecon Santos 10, com capacidade de 3,5 milhões de TEUs, que colocará Santos entre os 20 maiores portos do mundo.
250902 - 00:16 horas
Empresas estrangeiras irão construir o túnel Santos-Guarujá
Dois grupos estrangeiros apresentaram propostas para participar do leilão para a construção do túnel que vai ligar as cidades de Santos e Guarujá, no litoral paulista. As empresas que vão participar do leilão são a espanhola Acciona e a portuguesa Mota-Engil. O leilão acontece na próxima sexta-feira (5), a partir das 16h, na B3, sede da bolsa de valores de São Paulo. Empresa espanhola faz a obra da Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo. A Mota-Engil construirá uma plataforma para a Petrobras.
Há contestação do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU), alegando proteção a empresas estrangeiras, que deve ser julgada pelo Tribunal de Contas da União.
A Acciona é a empresa atualmente responsável pela execução das obras da Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo. Já a Mota-Engil assinou recentemente um contrato com a Petrobras para execução de serviços dos sistemas submarinos de plataformas offshore.
A concessionária vencedora do leilão ficará responsável
pela construção, operação e manutenção do
túnel por um período de 30 anos.
Com investimento estimado em R$ 6,8 bilhões, o projeto terá aporte público de até R$ 5,14 bilhões, dividido igualmente entre o governo de São Paulo e o governo federal. O restante será coberto pela iniciativa privada.
O túnel Santos-Guarujá será a primeira travessia submersa do Brasil e terá 1,5 quilômetro de extensão. Desse total, 870 metros serão imersos, com módulos de concreto pré-moldados instalados no leito do canal portuário.
O projeto inclui três faixas de rolamento em cada sentido, uma delas adaptada para Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de ciclovia e espaço para pedestres e galeria de serviços. O projeto já conta com licença ambiental prévia da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), emitida em agosto de 2025.
Segundo o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) que foi realizado para esse empreendimento e apresentado em julho de 2024, o túnel pretende solucionar um gargalo histórico de mobilidade entre os dois municípios.
Atualmente, há dois principais modos de travessia: o trajeto de 43 km via Rodovia Cônego Domênico Rangoni, utilizado por veículos comerciais, com tempo médio de 60 minutos, e o sistema de balsas e barcas, usado por pedestres, ciclistas e veículos leves, com tempos de travessia que variam de 18 a 60 minutos, dependendo das condições operacionais do porto.
Segundo o governo paulista, mais de 28 mil pessoas cruzam diariamente as duas margens utilizando barcos de pequeno porte (catraias, que são usadas apenas por pedestres) ou as balsas. Com o túnel, o tempo gasto nessa travessia deve cair para cerca de dois minutos.
A construção desse túnel, portanto, deve desafogar o atual sistema de travessias, aliviar o tráfego na Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-055) e aumentar a capacidade de escoamento do Porto de Santos, que enfrenta congestionamentos frequentes.
Para o governo federal, o túnel deve “transformar a mobilidade urbana, estimular a economia local e melhorar diretamente a qualidade de vida das mais de 720 mil pessoas que vivem nessas duas cidades”. O governo também destaca que a obra tem potencial de gerar milhares de empregos diretos e indiretos, tanto na fase de construção quanto na operação do túnel.
“O túnel Santos–Guarujá é uma das obras mais emblemáticas do Novo PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] e marca um novo tempo para a mobilidade urbana e a infraestrutura do Brasil, que agora se torna realidade com o esforço conjunto dos governos federal e estadual. Essa obra vai encurtar distâncias, gerar empregos, fortalecer o turismo, dinamizar a economia local e ampliar a eficiência logística do Porto de Santos”, avalia o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
Fonte: Agência Brasil
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