Na Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) está criado o Observatório do Sistema Único de Saúde (SUS), ligado à Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), que vai estimular as discussõies. Interesse é atrair a academia, gestores públicos, representantes de movimentos sociais e dos trabalhadores e usuários do SUS. é buscar soluções para "problemas crônicos e desafios."
Em 1° de setembro será desenvovlido ujm seminário inaugural para avaliar as ações encontradas, anuncia Eduardo Melo, vice-diretor da Escola de Governo em Saúde da Ensp/Fiocruz. O evento terá parceria da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).
"Há expectativa muito grande de fazer um evento que não só analise essa questão, mas elabore proposições para o subfinanciamento crônico que enfrenta o SUS."
Representando o Ministério de Saúde no lançamento, o assessor especial da Saúde dos Territórios Vulneráveis, Valcler Rangel ressaltou que o SUS é a maior ferramenta de defesa da vida no País, e que os debates envolvem também questões econômicas, políticas e interseccionais, além da crise climática e a inclusão das populações e territórios.
"A vitória cotidiana contra a destruição do SUS, contra as ameaças ambientais, contra a fome e contra a pobreza, tem que ser um desafio colocado também para esse observatório. Não pode ser apenas técnico, voltado para a tecnologia, que o SUS tem muita."
Além da apresentação da proposta, a Ensp/Fiocruz promoveu uma conferência inaugural com o médico sanitarista Gastão Wagner de Sousa Campos, doutor em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O título da conferência questionava se o SUS estava sob ameaça ou diante de uma janela de oportunidade, e o pesquisador iniciou sua apresentação afirmando que, na verdade, ambas ocorrem simultaneamente.
Médico sanitarista Gastão Wagner de Sousa Campos, doutor em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) faala o seguinte sobree o SUS: "Apesar de o SUS estar na Constituição, na lei, tem muita gente querendo retroagir à Constituição, em relação ao SUS e em relação aos direitos trabalhistas, por exemplo." Ressaltou as ameaças políticas como as pressões para derrubar a ministra da Saúde, Nísia Trindade, por parte de grupos que desejam assumir o ministério. "A proposta de saúde que eles têm é de enfraquecimento do SUS, como foi nos governos [Micherl] Temer e [Jair] Bolsonaro. Querem privatizar, terceirizar, comprar serviços. O presidente Lula disse que não vai ceder, mas é uma ameaça constante".
Gastão Wagner também vê janela de oportunidade com a nomeação de uma ministra que se declara "ministra do SUS" e defende os princípios, "uma vez que o Ministério tem grande capacidade de articulação do sistema e de indução de suas diretrizes em outros entes federativos. Ter o Ministério da Saúde pró-SUS, proativo, antirracista, antimachista, pelo desenvolvimento econômico, pelo meio ambiente, é muito importante", disse Sousa Campos.
Entre alguns desafios dos próximos anos, destacou a necessidade de dobrar a cobertura da atenção primária, que hoje chega a cerca de 50% da população brasileira. Para tal, defendeu que é preciso avançar em políticas como o Mais Médicos, com a adoção de concursos públicos e carreiras para equipes multiprofissionais, em vez de apenas contratações de médicos por bolsas temporárias.
"Só na atenção primária, nesses próximos quatro anos, vamos precisar de R$ 5 bilhões por ano a mais, o que é super viável do ponto de vista econômico."
Defendeu que a política de atenção primária do SUS é uma das mais sofisticadas do mundo, mas precisa ser posta em prática de forma mais ampla. "Atenção primária não é para pobre, é pra todos nós."
Fonte: Ministério das Saúde, FIOCRUZ, SUS
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