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SUS incorpora tecnologia para tratar casos graves de AVC

SUS incorpora tecnologia para tratar casos graves de AVC
[foto] - Casos graves de AVC terão tratamento moderno pelo SUS ainda em 2022
10-08-2022 20:23:28 (283 acessos)
Trombectomia, esta é a nova tecnologia que está sendo incorporada aos procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) para substituir a trombólise nos casos mais graves de AVC (acidente vascular cerebral). Tratamento consiste na inserção de um cateter no vaso sanguíneo do paciente para remover o bloqueio e restaurar o fluxo do sangue para a área afetada. Tecnologia deve estar completamente implantada até o final de 2022, pois já tem sinal verde em todas as etapas, só restando escolha dos hospitais

 


Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, anunciou (220810) a inclusão da trombectomia, em São Paulo,  na abertura do Global Stroke Alliance – for Stroke without Frontiers, congresso médico destinado a debater o Acidente Vascular Cerebral (AVC). 

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, participa da abertura do Global Stroke Alliance 2022 no Sheraton World Trade Center São Paulo.

Ministro Marcelo Queiroga, na abertura do Global Stroke Alliance 2022 no Sheraton World Trade Center São Paulo. Foto Agência Brasil - Rovena Rosa

Ministro explicou que a logística da trombectomia é complexa, mas o Brasil já tem experiência para realizar esse procedimento. Antes de ser aprovada para inserção no SUS, a tecnologia foi avaliada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). A portaria foi publicada pela Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), do Ministério da Saúde, faltando concluir a terceira fase que é a disponibilização dos hospitais especializados.

"São 88 centros do Brasil que realizam o tratamento especializado no AVC, mas não são todos que terão essa tecnologia num primeiro momento. Isso é feito degrau por degrau. Só pode estar disponível naqueles centros onde há qualificação técnica de equipes de profissionais habilitados”.

Queiroga explicou que o critério de escolha dos locais onde a tecnologia será implantada serão os indicadores de cada um dos hospitais, como dados de mortalidade por AVC, tempo de internação no hospital, reinternações, pacientes que são tratados com trombolíticos e a experiência dos médicos.

Lembrou a autoiridade o desafio de cuidar do AVC, tão amplo que não abrange só a atenção especializada, porque começa na atenção primária, com controle da hipertensão arterial, do diabetes, com o combate ao tabagismo, sedentarismo, entre outros. Ministro reforçou que as doenças cardiovasculares são a primeira causa de morte no mundo, atingindo 18 milhões de pessoas por ano.

Destroem coágulos

"Essa é a maneira mais eficaz de reduzir óbitos por AVC, mas aqueles que têm, precisam de terapia para reperfundir a artéria que está obstruída levando ao AVC. Isso se faz com trombolíticos, que são os medicamentos que dissolvem o coágulo, ou então com a trombectomia. É como acontece no infarto, mas a logística do AVC é mais complexa porque temos menos tempo".

Queiroga reforçou que todas as terapias inovadoras acarretam custos que podem ser incrementais ou a eficácia dessa terapia é muito superior ao que já existe, sendo um custo decremental. "No caso da trombectomia, foi avaliado, e a razão de custo e efetividade incremental está dentro do patamar de limiar que o sistema brasileiro suporta financiar. Essa questão dos custos não é a preocupação maior em relação a essa terapia. A nossa maior atenção é garantir que os resultados dos ensaios clínicos se repliquem na prática".

Até esta incorporação, a única terapia clínica disponível na rede pública era a trombólise, opção nem sempre eficiente para os casos mais graves. Enquanto isso, 4 hospitais públicos no Brasil, em São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina e Ceará, já oferecem a trombectomia, mas, nesses casos, o tratamento é custeado pelo próprio hospital ou pela secretaria estadual de Saúde. O tratamento custa de R$ 15 mil a R$ 20 mil.

AVC tem dois tipos

Quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea, é como ocorre o AVC. Doença que acomete mais os homens, é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo. Há dois tipos de AVC, que ocorrem por motivos diferentes: AVC hemorrágico e AVC isquêmico.

Isquêmico é o AVC que ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. Essa obstrução pode acontecer devido a um trombo (trombose) ou a um êmbolo (embolia). AVC isquêmico é o mais comum e representa 85% de todos os casos. Cada minuto em que o AVC isquêmico não é tratado, faz com que o paciente perca 1,9 milhão de neurônios. Isso resulta em graves comprometimentos que podem deixar sequelas permanentes, como redução de movimentos, perda de memória e prejuízo à fala.

Já o AVC hemorrágico ocorre quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia. Esta hemorragia pode acontecer dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge. É o responsável por 15% de todos os casos de AVC, mas pode causar a morte com mais frequência do que o AVC isquêmico.

AVC mata 11 poor hora

Somente no mês de julho de 2022, o AVC matou 8.758 brasileiros, o equivalente a 11 óbitos por hora, segundo dados do Portal de Transparência dos Cartórios de Registro Civil do Brasil. No primeiro semestre deste ano, foram 56.320 mortes, número acima das vítimas de infarto (52.665) e covid-19 (48.865).

Segundo informações do Ministério da Saúde, os principais sinais de alerta para qualquer tipo de AVC são fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão mental; alteração da fala ou compreensão; alteração na visão (em um ou ambos os olhos); alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar; dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.

Os fatores que aumentam o risco de AVC são a hipertensão, o diabetes tipo 2,

colesterol alto, sobrepeso; obesidade; tabagismo; uso excessivo de álcool;

idade avançada; sedentarismo; uso de drogas ilícitas; histórico familiar;

ser do sexo masculino. Para prevenir, o ideal é manter uma vida saudável,

sem fumar, consumir álcool ou drogas ilícitas, além de manter alimentação

equilibrada, peso ideal, beber bastante água, praticar atividades

físicas regularmente e manter a pressão e a glicose sob controle.

 

 

Fonte: Ministério da Saúde e Agência Brasil
 

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