Paulo Hoff é o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia e defende que uma compra centralizada e bem planejada faria com que as novas tecnologias estivessem disponíveis para toda a população.
“O poder de compra, o poder de negociação do Governo Federal poderia ser utilizado para conseguir um custo menor dessas terapias de alto custo. O Governo poderia disponibilizar créditos desses produtos para as unidades federadas para que os remédios e cuidados possam chegar aos pacientes.”
Burocracia atrasa cuidados
Denise Blaques, representante do Instituto Lado a Lado pela Vida, criticou a burocracia que impede o acesso dos pacientes aos medicamentos. Lembrou que anualmente 600 mil brasileiros desenvolvem câncer, e os tratamentos muitas vezes não são eficientes porque demoram a começar.
Disse que “os hospitais hoje não podem comprar medicamentos para futuros pacientes, mesmo sabendo que tem 200 cadastrados com um tipo de câncer e que a cada mês irão atender 20, 30 novos casos desse mesmo câncer. Os hospitais têm que esperar a próxima compra para incluir esses novos pacientes na lista e só então comprar o tratamento. E o pior: não há data prevista para essa próxima compra.”
Pandemia e logística difícil
Clariça Soares, representante do Ministério da Saúde, afirmou que já existe dentro do Ministério a divisão de medicamentos comprados pelo Governo Federal e pelas secretarias estaduais, mas admitiu que, com a pandemia, a compra e distribuição de remédios foram prejudicadas.
“Houve o impacto muito grande da pandemia, que gerou escassez dos insumos farmacêuticos ativos e dificuldade na logística, porque as fronteiras foram fechadas. Até há pouco, muitos medicamentos importados tinham que ser trazidos de navio, o que deixava a logística ainda mais demorada." Ressaltou ainda que o preço dos medicamentos sofreu um impacto muito significativo. "Então algumas situações que ocorrem aí nesse processo, acabam impactando o tratamento desse paciente.”
Gestão dos recursos
A deputada Silvia Cristina (PL-RO), que pediu a realização da audiência, destacou que o papel da comissão é justamente apontar soluções para que novas tecnologias de tratamento do câncer estejam disponíveis para os pacientes do SUS, dentro do prazo adequado.
“A gestão do serviço público é necessária porque existe um protocolo de tratamento de uma doença que é tão traumática na vida de tantas pessoas. Não temos mais espaço e nem tempo para receber reclamações de que estão faltando medicamentos”, lamentou Silvia Cristina.
Eduardo Calderari, vice-presidente da Interfarma, lembrou ainda que há prazo para usar os medicamentos. Falou que as terapias têm hora certa para ser utilizadas, e por isso é preciso garantir um diagnóstico precoce aos pacientes.
Fonte: Agência Câmara
Não há Comentários para esta notícia
Aviso: Todo e qualquer comentário publicado na Internet através do Noticiario, não reflete a opinião deste Portal.