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Concessionária desiste de Aeroporto do Galeão. Governo muda licitação.

10-02-2022 22:38:04 (691 acessos)
Porque as perdas com a redução do tráfego aéreo durante a pandemia chegaram a R$ 7,5 bilhões e não houve ganhos, somente prejuízos, a empresa Changi, de Cingapura, pediu desistência da administração do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Isso provou reação imediata do Governo do Brasil. Responsável pelas concessões, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas anunciou que vai unificar o leilão do Aeroporto Santos Dumont com o do Galeão. Fará isso no segundo semestre de 2023.

 


Aeroporto Santos Dumont, próximo ao centro do Rio de Janeiro, será leiloado junto com o Aeroporto Internacional do Galeão. Em função dessa mudança, confirmou a saída do Santos Dumont da 7ª Rodada de Licitações de aeroportos, marcada para 2022.

Por causa da suspensão, a 7ª rodada ficou com 15 aeroportos que serão vendidos em três blocos:

  1. São Paulo–Mato Grosso do Sul–Pará (lote que inclui o Aeroporto de Congonhas, na capital paulista e mais oito aeroportos);
  2. Rio de Janeiro–Minas Gerais (que ficou apenas com os aeroportos de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, Montes Claros, Uberlândia e Uberaba, em Minas Gerais);
  3. Norte 2 (composto pelos aeroportos das capitais Macapá e Belém).

“Vamos avaliar a concessão de Galeão e Santos Dumont em conjunto. Isso é uma resposta à preocupação do setor produtivo e do governo do Rio de Janeiro. Vamos considerar o terminal Rio andando em conjunto.”

A empresa de Cingapura protocolou (220210) um pedido na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para deixar a concessão, após o órgão ter negado, no início do mês, pedido para rever o equilíbrio do contrato.

Segundo a Changi, as perdas com a redução do tráfego aéreo durante a pandemia chegaram a R$ 7,5 bilhões. A concessionária, que atualmente detém 51% do aeroporto, queria abater esse valor das outorgas a serem pagas ao governo até 2039, quando acabaria o contrato atual. Em valores atualizados, a empresa teria que desembolsar pouco mais de R$ 1 bilhão por ano.

Tarcísio de Freitas anunciou que a Changi continuará a prestar os serviços no Galeão até o contrato da nova licitação ser assinado. Os outros 49% do Galeão são administrados pela estatal Infraero.

“A gente vinha acompanhando essa questão do Galeão há algum tempo, e isso se deve à forma como a concessão foi feita e o bid [lance] que foi dado lá atrás. A proposta oferecida na época foi R$19 bilhões, superando R$ 30 bilhões em recursos atualizados. Isso gera uma outorga de mais de R$ 1 bilhão por ano e a receita é insuficiente para essa outorga”, explicou Freitas.

Grupo encerrado

Com o adiamento do leilão do Santos Dumont, será encerrado o grupo de trabalho do Governo Federal e de autoridades estaduais e municipais do Rio de Janeiro. O grupo discutia o modelo de licitação para o Santos Dumont. Antes da decisão, as negociações enfrentavam um impasse, porque as autoridades locais eram contrárias a uma eventual expansão do Santos Dumont, que diminuiria ainda mais o tráfego aéreo no Galeão, que vinha tendo dificuldades em recuperar a demanda anterior à pandemia.

O contrato de concessão do Galeão está em vigor desde 2014. Na época, o consórcio formado pela empreiteira Odebrecht e a Changi venceram o leilão. Em 2017, a Odebrecht vendeu a parte no consórcio para a Changi, em meio a dificuldades financeiras da empreiteira após a Operação Lava Jato.

Licitação nova

Pouco antes da entrevista coletiva, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, André Ceciliano, tinha lamentado a desistência da Changi e defendido a suspensão da licitação do Santos Dumont.

“Para mim, que sempre lutei para o equilíbrio do funcionamento dos terminais do Centro e da Ilha [do Governador, onde fica o Galeão], fica óbvio que, com esse comunicado, a licitação do Santos Dumont tem que ser imediatamente suspensa para se discutir uma nova modelagem para o Rio de Janeiro que torne viável as operações do Aeroporto Internacional do Galeão, não só em passageiros, mas também na movimentação de cargas e manutenção de aeronaves”, destacou o presidente da Alerj.

 

 

Fonte: ANAC
 

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