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Olhos antecipam diagnóstico do diabetes, revela pesquisa

14-09-2021 21:49:07 (784 acessos)
São 16,8 milhões de diabéticos no Brasil. Esse número coloca o País na quinta posição mundial em número de portadores da doença, segundo dados da IDF (International Diabetes Federation). Só perde para a China que tem 116,4 milhões, Índia com 77 milhões, EUA com 31 milhões e Paquistão com 19,4 milhões. Para o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier há evidências de que um dos efeitos colaterais da COVID entre brasileiros foi o agravamento do diabetes.

 


 

Brasil é o quinto país com mais diabéticos no mundo Pandemia aumentou casos.

Para o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier há evidências de que um dos efeitos colaterais da COVID entre brasileiros foi o agravamento do diabetes que está entre as principais causas de perda irreversível da visão. Isso porque, explica, dois levantamentos da Ipsos mostram que 52% ganharam peso na pandemia e o Brasil é líder mundial dos países que menos fazem atividade física. “O ganho de peso somado ao sedentarismo e stress deste período pioram o diabetes” afirma.

Pesquisadores da Indiana University descobriram biomarcadores que permitem diagnosticar alterações na retina de um portador de diabetes antes do diagnóstico clínico. Podem ser combinados com outros biomarcadores durante o exame da  retina pela OCT (Tomografia de Coerência Óptica).

Queiroz Neto afirma que é comum pacientes descobrirem o diabetes na consulta oftalmológica, quando já surgiram as primeiras alterações nos vasos da retina. Os novos biomarcadores antecipam ainda mais o diagnóstico e por isso ajudam a preservar a visão.

Sintomas da doença

O oftalmologista afirma que não é comum sentir alteração na visão no início do diabetes. Os sintomas mais frequentes são: sede excessiva, micção frequente, perda de peso e fadiga, mas não acontece com todos. Por isso, quem tem casos na família deve passar por check-up clínico periodicamente. Um simples hemograma pode evitar graves complicações  

Na pandemia o tratamento de muitos pacientes sofreu descontinuidade, seja por paralização dos serviços, medo de pegar o vírus ou estrangulamento dos atendimentos no período de pico.

O problema é que não basta um bom controle glicêmico para o diabético continuar enxergando.  Depende também de quanto tempo convive com a doença. Depois de 5 anos, aumenta o risco de desenvolver edema na mácula, porção central da retina, formação de neovasos que enfraquecem a membrana ou formação de depósitos de sorbitol, uma substância que favorece o extravasamento de liquido dos vasos e leva à perda da visão.

tratamento deve incluir aplicação de laser, injeções antiangiogênicas e cirurgia em casos de hemorragia ou descolamento da retina.

Miopia e nutrição

Queiroz Neto explica que quanto mais alta a glicemia, maior a viscosidade do sangue que leva à miopia. “Isso acontece com mais frequência depois das refeições quando o nível de glicose sobe”, explica.

Nas mulheres a absorção de água pelo cristalino, pode ser maior por causa dos estrogênios  e levar a um grau mais alto de miopia. Períodos prolongados de jejum fazem o cristalino desidratar e a miopia desaparece. Por isso, antes de prescrever óculos, o oftalmologista verifica se o índice glicêmico está controlado.

A dica do médico para manter a estabilidade da refração e glicemia é se alimentar a cada 3 horas, dando preferência aos grãos integrais, verduras e frutas em pequena quantidade.

Catarata e lente

O especialista esclarece que a repetida hidratação e desidratação do cristalino alteram as fibras, antecipando a formação da catarata, opacificação do cristalino que responde por 49% dos casos de cegueira tratável no Brasil. O único tratamento é a cirurgia em que o cristalino opaco é substituído por uma lente intraocular.

“No caso de diabéticos, quanto antes o procedimento é feito, melhor”, afirma. Isso porque, a catarata diminui a quantidade de luz azul que chega à retina e com isso a produção de melatonina, hormônio que regula nosso estado de alerta e sono. Resultado – Diabéticos que convivem muito tempo com a catarata ficam estressados pelas noites mal dormidas, ganham peso e maior resistência à insulina.

Glaucoma, morte de células

Queiroz Neto afirma que o glaucoma em diabéticos é uma reação secundária da retinopatia. É caracterizado pela formação de neovasos, menor irrigação sanguínea, inflamações oculares. A dificuldade de escoamento do humor aquoso causa aumento da pressão intraocular e morte de células do nervo óptico.

O especialista ressalta que o glaucoma renovascular tem evolução rápida e o campo visual perdido é irrecuperável. Por isso, é importante que toda pessoa diabética faça exames oftalmológicos anualmente. As alterações oculares que podem cegar geralmente aparecem após 10 anos mas é o tratamento contínuo que mantém a visão.

 

 

Fonte: Instituto Penidio Burnier, SP - Eutrópia Turazzi
 

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