Foram as andanças pelo campo dos arredores da localidade de São Carlos,m interior de São Paulo, que levaram à observação do inseto, num trecho de mata de cerrado no próprio campus da Instituição. Popularmente é chamado de lavadeira ou donzelinha e está habitando na área do córrego do Espraiado.
Trabalham no processo de identificação o professor Rhainer Guillermo Nascimento Ferreira, do Departamento de Hidrobiologia (DHb) e o biólogo e mestrando em Entomologia pela Universidade de São Paulo (USP), Rodrigo Roucourt Cezário.
“Nós do laboratório trabalhamos há alguns anos no córrego do Espraiado e, um certo dia, percebi um macho dessa espécie pousado em uma árvore alta. Não conseguia capturá-lo para examiná-lo, mas a pulga ficou atrás da orelha porque uma espécie desse gênero azul é algo raro.” Assim explica o professor Ferreira.
“Comentei com meu aluno de mestrado, Rodrigo Cezário, que provavelmente tínhamos uma espécie nova no local, mas nunca encontramos de novo. Até que, no ano passado (2020), Rodrigo encontrou vários em um mesmo dia, inclusive fêmeas.”
São muito específicas as características que diferenciam a nova espécie das demais libélulas, mas chama atenção a coloração azul. “Não se trata de uma característica exclusiva, mas a grande maioria das espécies desse gênero tem um tom ocre amarelado.”
Atualmente há mais de 6 mil espécies de libélulas no mundo. No Brasil, são cerca de 700 registradas. Diz o professor que o inseto é um predador voraz na fase larval aquática, quando consome larvas de mosquitos e outros animais pequenos, e também quando adultas. “São as grandes responsáveis por controlar populações de outros insetos e manter o equilíbrio ecológico. Além disso, são muito sensíveis à poluição das águas e ao desmatamento, sendo utilizadas como bioindicadores e espécies bandeira para a conservação do Cerrado, da Mata Atlântica e da Amazônia." Este é comportamento da libélula, conforme descreve o pesquisador.
Nome científico Heteragrion gorbi sp.nov., foi dado em homenagem ao professor Stanislav Gorb, da Universidade de Kiel, na Alemanha, pesquisador de libélulas. O artigo inédito sobre o estudo, que contou com apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), está disponível na íntegra na plataforma aberta Europe PMC.
Fonte: UFScar e Agência Brasil
Aviso: Todo e qualquer comentário publicado na Internet através do Noticiario, não reflete a opinião deste Portal.
Pensei que tivesse visto errado mas uma libélula totalmente azul entrou na minha casa … Que linda