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Livros sofrem acentuada queda de publicação e de venda

25-05-2021 20:20:31 (721 acessos)
Em 2020 foram lançados no Brasil 11.295 novos títulos, o que representa 24% dos 46 publicados. Os restantes 76% referem-se a reimpressões de livros já existentes. Não foi bom o mercado de livros no Brasil. As obras religiosas sofreram a maior retração: 14,2%. Já o faturamento do subsetor Didáticos caiu 10,9%, enquanto o de Científicos, Técnicos e Profissionais caiu 6,7%. Esses números nada animadores, foram oferecidos (210525) pela Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro.

 


Faturamento do mercado editorial em 2020 caiu 8,8% em relação a 2019, atingindo um total de R$ 5,2 bilhões.

Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro ano-base 2020, foi realizada pela Nielsen Book, com coordenação da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).

Marcos da Veiga Pereira, presidente do Snel, atribuiu a queda, entre outros fatores, ao fato de que o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) não conseguiu ser executado em 2020. 

Disse mais que em função da pandemia do novo coronavírus (covid-19), “apesar de todo o esforço de sua equipe, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) não conseguiu selecionar os acervos, mandá-los para as escolas; não obteve o quantitativo total, não pôde negociar com as editoras, nem fazer os contratos no ano passado. Tudo foi feito no primeiro trimestre de 2021”. 

Em 2020, Pereira falou que o Governo foi responsável por agregar R$ 1,4 bilhão ao faturamento do setor editorial, contra R$ 1,6 bilhão em 2019.

Referiu-se a “uma queda grande e muito surpreendente” registrada no segmento de livros religiosos, representada por um canal importante que é o sistema porta a porta, afetado pelo distanciamento social. 

No mercado de educação, que engloba os subsetores de livros didáticos e científico, técnico e profissional, o presidente do Sindicato disse que a mudança já vem ocorrendo há muito. “Você tem uma migração para ferramentas virtuais e, aí, a pandemia deve ter acelerado isso”. 

Lembrou que as aulas na rede privada de ensino passaram a ser pela internet, com os estudantes dentro das casas. “A pandemia, de várias formas diferentes, impactou o resultado no setor”.

Mostra a pesquisa que o subsetor Religiosos foi o mais afetado em termos de faturamento nas vendas das editoras ao mercado, apresentando retração de 14,2%. Já o faturamento do subsetor Didáticos caiu 10,9%, enquanto o de Científicos, Técnicos e Profissionais caiu 6,7%.

O único subsetor que mostrou aumento nominal no faturamento, com as vendas ao mercado, foi o de Obras Gerais, que encerrou 2020 com R$ 1,3 bilhão, alta de 3,8% comparativamente ao ano anterior. 

Leitura espontânea

Marcos Pereira disse que a leitura espontânea foi a tônica de 2020. “Houve a redescoberta das pessoas com o livro e, curiosamente, também por conta da pandemia. Aí é o efeito contrário, de ter tempo, com a coisa da pessoa voltar àquele momento com ela mesma que a leitura proporciona. Faz parte do ato de ler você ter o seu espaço”.

Combinado a esse retorno à leitura, disse o Presidente que ocorreu o fato de o varejo online ir se preparando ao longo da pandemia, para atender essa demanda. As vendas de editoras para o canal de livrarias exclusivamente virtuais, cresceram 84%, com faturamento de R$ 923,4 milhões em 2020. Marcos Estimou que o crescimento das vendas de livrarias online aos consumidores, deve ter superado em muito esses 84%.

A pesquisa mostra ainda que as vendas para as livrarias físicas, caíram 32% em relação a 2019. Vitor Tavares, presidente da Câmara Brasileira do Livro, acredita em recuperação, apesar do ano difícil que a pandemia representou para o setor. “Acreditamos nessa recuperação, pois elas [livrarias físicas] são fundamentais para a descoberta de novos títulos pelo leitor e para o bom desempenho do mercado como um todo.”

Lançamentos novos

As editoras brasileiras produziram em 2020, 46 mil títulos, dos quais 24% foram lançamentos (11.295), enquanto 76% foram reimpressões. O número de lançamentos caiu 17,4% em 2020, no comparativo com 2019. 

O presidente do Snel, Marcos Pereira, prevê que este ano as vendas de livros didáticos para o mercado deverão apresentar grande queda também, porque “a volta às aulas foi ainda no ambiente de pandemia, no auge da crise [de saúde] no Amazonas e, depois, no resto do Brasil, com escolas e livrarias fechadas”. 

O segmento de obras gerais, por outro lado, segundo Marcos Pereira, começou o ano crescendo a dois dígitos em relação a 2020. Ele reconhece que “é um desafio enorme a gente manter a leitura nos níveis atuais, porque não se sabe o que vai acontecer no momento em que a população estiver vacinada e as pessoas começarem a voltar a circular”. 

“Será que elas vão manter o hábito de leitura como está hoje? Acho que isso depende até de nós mesmos”. 

Mas com a reabertura das livrarias físicas, aposta em crescimento grande.

 

 

Fonte: CBL, SNEL e Agência Brasil
 

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