A doença
A bananeira (Musa spp.) é afetada por várias doenças. Uma dessas é a murcha-de-fusarium, que foi identificada pela primeira vez em 1876, na Austrália.
Raças que afetam a planta são divididas em 1, 2 e a 4 que é subdividida em subtropical ST4 e TR4.
A raça 1 afeta as cultivares Gros Michel, Maçã e Prata, entre outras.
A raça 2, as cultivares do grupo Figo ou Bluggoe.
A raça TR4 as cultivares do subgrupo Cavendish (Nanicão, Nanica, Grande Naine) e todas as resistentes e suscetíveis às raças 1 e 2.
Sintomas da presença da TR4, são semelhantes aos causados pelas raças 1 e 2. Por isso é importante acessar o documento técnico observando as características contidas nas imagens fotografadas.
Prevenindo entrada no Brasil
Raça 4 tropical (TR4) do fungo da murcha-de-fusarium da bananeira foi recentemente detectada na Colômbia. Trata-se da única raça do microrganismo Fusarium oxysporum f. sp. Cubense, ausente no Brasil, e para a qual não há ainda cultivares resistentes da planta. É o agente causador da doença conhecida como murcha-de-Fusarium ou fusariose (antes conhecida como mal-do-panamá), considerada a principal patologia que ataca os bananais.
Para evitar o mal no Brasil, já estão em ação os pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental (AM), Embrapa Roraima e da Bioversity International, que fica em Cali, na Colômbia. Fazem parceria com a Superintendência Federal de Agricultura no Amazonas (SFA/AM) e já produziram um comunicado técnico, dirigido a produtores e extensionistas, com o objetivo de alertá-los e orientá-los para se protegerem da raça quarentenária.
Doença muito destrutiva
A murcha-de-Fusarium é uma das doenças mais destrutivas da bananeira e a que mais causa prejuízos à cultura. O fitopatógeno é habitante do solo e sobrevive por décadas na ausência do hospedeiro.
A TR4 encontra-se disseminada na Austrália, China, Filipinas, Indonésia, Laos, Líbano, Malásia, Moçambique, Myanmar, Omã, Paquistão, Taiwan e Vietnã. Recentemente foi constatada na Colômbia, e assim está colocando em risco a bananicultura brasileira.
Comunicado técnico apresenta os sintomas causados pela doença, comparando-os com os indícios do moko (Ralstonia solanacearum, raça2) e da murcha abiótica. Mostra diversas fotografias, para facilitar os trabalhos de monitoramento e detecção em campo da TR4 nos bananais brasileiros. A publicação aborda ainda os cuidados a serem observados durante o levantamento e quando houver suspeita de ocorrência.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Luadir Gasparotto, a possível ocorrência da TR4 pode ser indicada observando cultivares resistentes às raças 1 e 2, chamadas “sentinelas”, como as do subgrupo Cavendish (Nanica, Nanicão, Grande Naine, etc.) subgrupo Terra (D’Angola, conhecida no Amazonas como Pacovan, Cumprida, Farta Velhaco, Terra Anã, etc.), Thap Maeo, Caipira, BRS Conquista, Pacovan Ken, BRS Japira, BRS Vitória , BRS Caprichosa e BRS Princesa.
Após análise de cultivares de bananeiras resistentes às raças
1 e 2 do patógeno - e a conclusão de que a doença é causada
pelo TR4 - o técnico, ou o produtor, não deve coletar amostras
ou realizar qualquer atividade naquele plantio. Deve isolar
a área e impedir o acesso de pessoas.
Fonte: EMBRAPA - Comunicação Social, Maria José Tupinambá
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