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Bioacústica mede frequência respiratória para o bem-estar dos animais


18-12-2020 22:21:12
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Um método inédito que mede condições de temperatura e umidade enfrentadas pelos animais, consegue oferecer espaços adequados a um conforto térmico que propicie maior produção. Produtividade foi conquistada com auxílio das técnicas de bioacústica, através de estudos de pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e das universidades federal de Pelotas e Rondônia. Cabrestos com equipamentos digitais acoplados, propiciam avaliações precisas e não invasivas.

 


  • Pesquisa desenvolve método inédito de bioacústica para medir a frequência respiratória (FR) de bovinos no pasto.

  • A técnica consiste em acoplar gravadores digitais no cabresto dos animais e avaliar a FR com a ajuda de um software gratuito.

  • A análise é precisa, não invasiva e independe de interferência humana.

  • O conforto térmico é fundamental para aumentar o desempenho produtivo de bovinos.

  • Pode auxiliar diretamente na avaliação de animais nos sistemas ILPF para definição de áreas de sombreamento e de manejo do rebanho.

  • O ineditismo da metodologia teve destaque internacional e foi considerada um dos dez melhores trabalhos do Workshop Temple Grandin de Bem-estar Animal.

As perdas de produtividade de animais expostos a altas temperaturas e umidade não são tão silenciosas quanto parecem. E foi literalmente escutando as vacas que uma pesquisa liderada pela Embrapa Rondônia utilizou a bioacústica, ou seja, os sons emitidos pelos animais, para medir a frequência respiratória (FR).

A equipe de cientistas validou um método inédito de avaliação desse parâmetro de conforto térmico, que utiliza gravadores digitais fixados ao cabresto dos animais. Assim é possível mensurar de maneira prática, precisa e não invasiva, o comportamento dos bovinos em pastejo.

O trabalho, realizado em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Universidade Federal de Rondônia (Unir), conta com o auxílio de um software gratuito para as análises. Com isso, é possível obter dados acústicos por um período de até 48 horas e sem a interferência humana. A metodologia foi validada para rebanho leiteiro Girolando – cruzamento entre as raças Holandês e Gir – tanto para novilhas como para vacas em lactação.

Segundo o professor da UFPel, Eduardo Schmitt, trata-se de metodologia que pode se tornar forte aliada em avaliações de sistemas como Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), sendo possível identificar o nível de conforto ao qual os animais estão submetidos.

Ao escutar a respiração dos animais, é possível saber se estão gastando mais energia com os mecanismos de dissipação de calor e, posteriormente, correlacionar essas informações com o desempenho. “Numa visão prática, essa medida pode auxiliar em pesquisas que ajudem a definir, por exemplo, quantos metros quadrados de sombra devem ser ofertados para os animais produzirem mais, de que forma essa sombra deve estar disposta na pastagem, entre outros fatores”, explica Schmitt.

Indica o professor que quando os bovinos são expostos a altas temperaturas, precisam acionar mecanismos para dissipação de calor, como aumento da circulação de sangue na pele, aumento do suor e da frequência respiratória. Tudo isso representa um custo energético para o animal, que acarreta diminuição de produtividade, aumento de susceptibilidade a doenças, podendo resultar também em interferências na fertilidade.

“Para avaliar as perdas e se precisamos interferir para melhorar as condições

ambientais dos animais, a medição da frequência respiratória das vacas pode

dizer muita coisa.”

 

 

Fonte: EMBRAPA - Assessoria de Comunicação Social
 

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