Em todo o território americano, 21 nações são consideradas
endêmicas para a doença de Chagas. Por ano, são registrados
em média 30 mil novos casos da infecção e 14 mil mortes
pela condição. Mais de 70 milhões de pessoas vivem em
áreas de risco para a patologia.
A comprovação de que o Estado paraguaio suspendeu a transmissão vetorial veio na semana passada, com o término de uma missão independente ao país. Convocados pela OPAS, especialistas concluíram que o protozoário Trypanosoma cruzi, o agente causador da doença de Chagas, não era mais transmitido pelo barbeiro no departamento de Presidente Hayes, na região do Chaco. Essa era a última área onde a infecção pelo inseto ainda não havia sido interrompida.
“O fato de que o Paraguai, com as condições sociais e econômicas por que passou nesses anos, ter conseguido eliminar a principal forma de transmissão de uma doença intimamente ligada à pobreza é um verdadeiro exemplo a ser adotado por outros países que também estão essa luta”, disse o representante da OPAS no Paraguai, Luis Roberto Escoto.
O dirigente ressaltou que a nação sul-americana terá agora de manter ações de vigilância epidemiológica e entomológica, a fim de impedir o retorno desse tipo de transmissão. Para o funcionário da OPAS, autoridades devem dedicar o mesmo empenho à eliminação da transmissão vertical, de mãe para filho, da doença de Chagas.
O relatório da missão independente foi entregue a organismos de saúde do Paraguai em 3
de agosto. O documento aponta que ações sistemáticas de prevenção e controle da
transmissão vetorial foram implementadas de maneira consistente durante
décadas. Especialistas também afirmaram que o país demonstrou a importância
da participação comunitária para o combate à doença. A avaliação elogia
ainda as estratégias para prevenir a transmissão da patologia por transfusão
de sangue, por meio da triagem universal dos doadores.
As Américas são a única região do planeta onde ocorre a transmissão vetorial da doença de Chagas. Uma pessoa também pode se infectar por meio de transplantes de órgãos, transfusão de sangue, durante a gravidez e o parto ou pelo consumo de alimentos contaminados.
Em 30% dos indivíduos que desenvolvem a forma crônica da infecção, são identificadas complicações mais graves de saúde, envolvendo os sistemas nervoso, digestivo e cardíaco. A OPAS lembra, porém, que em sua fase inicial, a doença pode ser curada ou ter sua evolução clínica controlada. Na fase crônica, o tratamento pode retardar o progresso da enfermidade.
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