Leôncio Queiroz Neto, oftalmologista do Instituto Penido Burnier, de Campinas, observa que a propagação da conjuntivite alérgica no outono e inverno, está relacionada à maior concentração da poluição típica do ar seco, e ao fato de 6 em cada 10 alérgicos terem a manifestação nos olhos durante as crises de alergia.
Para se ter ideia da magnitude disso para a saúde ocular, a estimativa da ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia) é de que 41,8 milhões de brasileiros, ou 20% da população, têm algum tipo de alergia.
Grupos e fatores de risco
O oftalmologista afirma que a conjuntivite alérgica se manifesta mais em:
Conjuntivite viral
Explica o médico que os surtos de conjuntivite viral e bacteriana acontecem no verão. “O problema é que a baixa umidade do ar nos meses mais frios reduz as defesas do organismo e resseca todas as mucosas, inclusive a lágrima que tem a função de proteger a superfície ocular”. Resultado: Nesta época do ano, o ressecamento dos olhos associado à gripe, aumenta o risco de contrair conjuntivite viral. É que, apesar da conjuntivite nem sempre ser causada pelo mesmo vírus, estar gripado é um claro sinal de queda na imunidade que torna os olhos mais vulneráveis à inflamação.
Os grupos mais atingidos são: mulheres na pós-menopausa que têm mais chance de desenvolver olho seco, crianças e idosos por terem o organismo mais frágil.
Sintomas e primeiro socorro
Olhos vermelhos, lacrimejamento, coceira, sensação de corpo estranho, queimação, pálpebras inchadas, fotofobia e visão borrada são os sintomas em comum a todos os tipos de conjuntivite. Queiroz Neto afirma que a principal diferença de sintoma está no tipo de secreção produzida pelos olhos. Na alérgica, ressalta, a secreção é aquosa. Na viral é transparente e viscosa e na bacteriana é purulenta e amarelada.
A dica do especialista é aplicar sobre as pálpebras fechadas,
compressas de gaze embebida em água filtrada fria ao primeiro
sinal de conjuntivite alérgica ou viral. “Para conjuntivite bacteriana
as compressas devem ser mornas”, ensina. Se os sintomas não
desaparecerem em 2 dias é necessário consultar um oftalmologista
Banalização da doença
Queiroz Neto afirma que embora a conjuntivite não seja uma doença grave, a falta de tratamento correto pode trazer complicações como úlceras, cicatrizes na córnea e ceratocone, doença degenerativa que tem como principal fator de risco o hábito de coçar os olhos e responde por 70% dos transplantes no País.
A conjuntivite alérgica leve pode ser tratada com colírio antialérgico e os casos mais severos com corticoide que também é indicado para a viral, pontua.
Os colírios antialérgicos agravam o olho seco. Por isso, devem ser associados a um
lubrificante adequado à análise do filme lacrimal de cada pessoa. Já o uso de colírio
com corticoide precisa de acompanhamento médico porque a dosagem deve ser
regressiva. “A interrupção brusca provoca efeito rebote, ou seja, a doença volta
mais agressiva”, explica. Por outro lado, colírio corticoide usado com frequência
ou continuamente causa glaucoma e catarata, alerta.
Prevenção
A conjuntivite alérgica não é transmissível, mas pode ser prevenida. As principais dicas do oftalmologista são:
Já a conjuntivite viral é altamente contagiosa. As principais recomendações para prevenir a contaminação dos olhos são:
Fonte: Instituto Penido Burnier SP - Eutrópia turazzi
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