Há uma preocupação mundial com o avanço dasa secas sobre solos até recentemente produtivos. “Os meios de subsistência e o bem-estar de centenas de milhões de pessoas estão em jogo”, disse o dirigente da ONU. “Mais de 50% das terras agrícolas estão moderada ou severamente degradadas, com 12 milhões de hectares de produção perdidos a cada ano.”
Considera Ki-moon urgentre “Proteger o planeta, Recuperar a terra, Engajar pessoas”. O objetivo é conscientizar a comunidade internacional sobre a importância do combate à desertificação e mobilizar apoio em torno da implementação da Convenção da ONU sobre o tema.
Desertificação e degradação do solo
Ao contrário do que o nome pode sugerir, a desertificação não é a expansão natural de desertos existentes e não está vinculada necessariamente a biomas desérticos. O fenômeno envolve, na verdade, a degradação do solo — por atividades humanas como agricultura não sustentável, mineração, uso excessivo da terra para pastagem e corte raso de porções do território — em regiões áridas, semiáridas ou sub-úmidas e secas.
A queda da produtividade e a redução da cobertura vegetal são algumas das consequências da desertificação. Ban Ki-moon ressaltou que este e outros problemas, como as mudanças climáticas e as secas, “estão interconectados”.
Afeta as populações
“Sem uma solução a longo prazo, a desertificação e a degradação do solo não vão apenas afetar o fornecimento de alimentos, mas levar também ao aumento das migrações, ameaçando a estabilidade de muitas nações e regiões.”
De acordo com o secretário-geral, uma estratégia importante para combater o esgotamento dos solos é a agricultura sustentável e sensível às questões climáticas. Além de contribuir para a absorção de carbono da atmosfera e seu armazenamento no solo, o investimento em práticas agrícolas conscientes poderia criar cerca de 200 milhões de empregos até 2050 em toda a cadeia global de produção de alimentos.
Meta para até 2030, coloca o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 15, para neutralizar a degradação do solo. Isso quer dizer recuperar 12 milhões de hectares por ano.
Monique Barbut, secretária-executiva da Convenção da ONU para Combater a Desertificação (UNCCD), alertou que a tendência a explorar novas terras, em vez de recuperar e reutilizar o solo já degradado, significa negar às gerações futuras o direito de se beneficiar dos mesmos recursos disponíveis hoje.
Afirma que a conservação e restauração da terra “é um voto para preservar nossas próprias liberdades de escolha e a das crianças. Também é um padrão moral contra o qual poderemos ser julgados pela história.”
“A desertificação é um fenômeno mundial, que afeta a disponibilidade de recursos e a sustentabilidade, além de causar impactos nos meios de subsistência de 900 milhões de pessoas em todos os continentes, representando um terço das ameaças mundiais à biodiversidade”. Assim lamenta a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Irina Bokova.
“Essa é uma ameaça tanto para regiões áridas como não áridas, nas quais a superexploração do solo, incluindo a agricultura intensiva, a exploração das florestas para a obtenção de combustível e madeira, e as atividades pastoris realizadas em excesso transformaram solos férteis em terras estéreis.”
Programa sobre o Homem e a Biosfera, o Programa Hidrológico Internacional e o Programa de Ação Mundial de Educação para o Desenvolvimento Sustentável; são iniciativas que buscam engajar as pessoas em práticas de gestão sustentável da terra e em práticas agroflorestais.
O objetivo comum dos diferentes programas é promover o desenvolvimento de economias verdes, o consumo responsável e a recuperação de ecossistemas.
“A desertificação nem sempre é irreversível. A recuperação do solo é a melhor ferramenta para isso, e a UNESCO está determinada a fazer de tudo para recuperar os nossos ecossistemas, como foi destacado no Congresso Mundial de Reservas da Biosfera, que aconteceu em Lima, em março de 2016.”
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