
Tesouro Nacional não havia aprovado o pedido anterior que era de R$ 20 bilhões, feito pelo Ministério das Comunicações.
A taxa de referência das operações interbancárias é próxima à taxa básica de juros, a Selic. O percentual ficou abaixo do limite usual de 120% do CDI adotado pelo Tesouro para operações com garantia da União.
Os recursos poderão ser utilizados como financiamento para capital de giro e investimentos estratégicos da estatal. O dinheiro pode ainda ser destinado ao pagamento da comissão de estruturação da operação de crédito, além de outras despesas vinculadas ao plano de reestruturação.
Segundo o Tesouro, a proposta aprovada atende aos critérios de capacidade de pagamento exigidos para empresas estatais que têm plano de reequilíbrio financeiro validado pelas instâncias competentes. Caso o compromisso não seja saldado nos prazos previstos, os cofres públicos da União é que garantirão o pagamento.
251122 - 00:48 horas
Plano de recuperação dos Correios terá demissão voluntária e prevê R$ 20 bilhões de empréstimo
Abertura de um programa de demissão voluntária, fechamento de 1000 agências deficitárias, venda de imóveis para conquistar receita de R$ 1,5 bilhão. Esse é o plano da Empresa Brasileira de Correios agora (251121), visando ainda para novembro de 2025, um empréstimo de R$ 20 bilhões para equilibrar e ser lucrativa em 2027. Projeto quer reduzir custos, modernização e readequação do modelo operacional e infraestrutura tecnológica;
Os Correios aprovaram um plano de reestruturação que prevê entre outras medidas, um novo programa de demissão voluntária, o fechamento de 1 mil agências consideradas deficitárias e a venda de imóveis da estatal que podem render R$ 1,5 bilhão.

O plano prevê, até o fim de novembro, um empréstimo de até R$ 20 bilhões, parar reduzir o déficit, retomar o equilíbrio financeiro em 2026 e gerar lucro em 2027.
As ações planejadas para garantir “continuidade, eficiência e qualidade” dos serviços postais foram aprovadas na última quarta-feira (19).
Segundo os Correios, o plano foi elaborado após análises da situação financeira e do atual modelo de negócio para retomar o equilíbrio financeiro em um prazo de 12 meses.
“Diante do cenário de queda de receitas e aumento de custos operacionais, a reestruturação contempla três fases: recuperação financeira, consolidação e crescimento”, justifica a estatal .
Entre as medidas, estão:
Há previsão de expansão no e-commerce e parcerias estratégicas, além da possibilidade de operações de fusões, aquisições e outras reorganizações societárias para aumentar a competitividade no médio e longo prazo.
O novo modelo de negócio reforça a universalização dos serviços postais, como missão pública dos Correios, mesmo nas localidades mais remotas e de difícil acesso.
A expectativa é de que, adotadas tais medidas, o déficit seja reduzido ao longo do ano que vem, e que a lucratividade seja retomada já em 2027.
Após fechar o ano de 2024 no vermelho, com o prejuízo total de R$ 2,6 bilhões, a empresa anunciou, em maio deste ano, um pacote de medidas que incluiu outro programa de demissão voluntária (PDV); redução de jornada de trabalho para 6 horas diárias em unidades administrativas; suspensão temporária das férias de 2025 e a decretação do fim do trabalho remoto.
A última edição do PDV do Correios teve a adesão de aproximadamente 3,5 mil empregados, o que gerou uma economia anual de cerca de R$ 750 milhões.
Os Correios estão presentes nos 5.568 municípios, além do Distrito Federal e do Distrito Estadual de Fernando de Noronha (PE), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A estrutura abrange mais de 10 mil agências de atendimento, 8 mil unidades operacionais (de distribuição e tratamento de encomendas e correspondências), 23 mil veículos e 80 mil empregados diretos.
Entre os serviços realizados pelos Correios estão entrega de livros didáticos às escolas públicas; a distribuição das provas do Enem simultaneamente em todo o território; a entrega das urnas eletrônicas em locais de difícil acesso; distribuição de mantimentos e outros artigos em situações de emergência e calamidade, como nas enchentes no Rio Grande do Sul, e mais recentemente, às famílias atingidas pelo tornado em Rio Bonito do Iguaçu (Paraná), em 7 de novembro.
251114 - 22:03 horas
Histórica empresa de Correios do Brasil, enfrenta crise e procura soluções
Sem conseguir reestruturação financeira anunciada e muito menos ordem para privatização, a Empresa Brasileira de Correios tenta novas investidas administrativas em busca do equilíbrio para evitar maior endividamento. Bancos que operam no Brasil estão temerosos em colocar R$ 10 bilhões pretendidos, porque a Empresa enfrenta dificuldades para arrecadar R$ 3 bilhões em juros anuais de um empréstimo desse tamanho. Incertezas são profundas, pois no final de setembro a ideia era conseguir R$ 20 bi.
Empesa Brasileira de Correios está enfrentando dificuldades desde 2022, quando logo acumulou resultados negativos de R$ 4 bilhões. Com despesas que chegam mais de R$ 1 bilhão mensal e receitas em queda, dizem os técnicos de administração que a solução é fundamentar muito bem um plano de recuperação. Sem essa medida, dificilmente será possível viabilizar amparo financeiro no mercado bancário.
Com o endividamento, a situação da Empresa vai se complicando e pode acumular descumprimentos de compromissos e em consequência, corre o risco de confisco de ativos. Perigo é iminente, porque de janeiro a junho de 2025, o prejuízo somou R$ 4,36 bilhões e sem lucro, a tendência é crescer.
Analistas do serviço público admitem que uma parte do pllano de reestruturação, poderá ser a abertura de 10 mil cargos em demissão voluntária. Correios tem uma despesa mensal com 85 mil funcionários.
No segmento do Governo, alternativa é dar garantia via Tesouro Nacional, a um eventual empréstimo bancário, oferecendo possível lucro para 2027.
Correios estão presentes em 100% dos municípios do Brasil. O País tem 5.568 municípios, além do Distrito Federal e do Distrito Estadual de Fernando de Noronha (PE), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A estrutura da estatal abrange mais de 10 mil agências de atendimento, 8 mil unidades operacionais (de distribuição e tratamento de encomendas e correspondências), 23 mil veículos e 80 mil empregados diretos.
Mas o que está acontecendo para uma situação ficar assim descontrolada? É o que os brasileiros perguntam.
Emmanoel Rondon, o presidente dos Correios explica que um dos fatores que contribuíram para as contas negativas foi a crescente concorrência no comércio eletrônico. A estrutura histórica dessa organização brasileira, não tem condições de concorrer com os avanços da modernidade. Precisa ser modernizada.
Veja o que diz o Presidente: "A nossa empresa não se adaptou de forma ágil a uma nova realidade e isso fez com que a gente sofresse em termos de resultados, de geração de caixa e da operação em si. Então, nos últimos anos, o que vem acontecendo na empresa é que a perda de competitividade vem fazendo com que a gente tenha perda de receitas."
De acordo com o presidente, o Postalis (fundo de pensão complementar dos funcionários dos Correios e um dos maiores do País) é um dos itens relevantes de despesas da empresa pública e é preciso negociar uma solução melhor do que a existente.
"Esse programa de demissão voluntária está sendo tratado de forma bem cuidadosa para enxergar no País onde a gente tem ineficiências e ociosidades e não trabalhar de uma forma linear, perdendo capacidade operacional onde a gente já está justo, gerando todo o potencial de resultado que a gente pode alcançar.” Assim falou Rondon.
A estatal também planeja vender imóveis ociosos, o que poderá representar a entrada de recursos novos, acompanhada da redução de gastos com manutenção desses espaços.
Para que a empresa pública volte a reequilibrar as contas, o plano financeiro prevê também a redução de custos operacionais com a renegociação de contratos com os maiores fornecedores da empresa, em busca de condições mais vantajosas, sem colocar em risco a segurança jurídica das operações.
Os Correios, que têm como marca o serviço postal, planejam ampliar o portfólio de produtos e serviços para captar e gerar novas receitas. A empresa está fazendo um esforço de reaproximação com grandes clientes, ao mesmo tempo em que estuda experiências internacionais ligadas à rede logística, sobretudo na área de serviços financeiros, e também planeja o lançamento de produtos.
"Normalmente, as empresas que geram lucro conseguiram se adaptar rápido e aumentaram o portfólio de ofertas de produtos, com destaque aos serviços financeiros e serviços de seguridade, que são os carros-chefes da maioria das empresas que geram resultados positivos", avalia o presidente da estatal.
Para recuperar a liquidez, a empresa espera que a captação de recursos de empréstimos ajude a financiar as demais medidas de reestruturação.
"Estamos negociando a operação para ter reequilíbrio da empresa em 2025 e 2026, para ter tempo de adotar as medidas que começam a impactar em 2026, para em 2027 a gente conseguir iniciar um ciclo de balanço em azul. A ideia é que em 2027 a empresa já esteja reequilibrada e com lucro."
Após fechar o ano de 2024 no vermelho, com o prejuízo total de R$ 2,6 bilhões, a empresa anunciou, em maio deste ano, um pacote de medidas que incluiu outro programa de demissão voluntária (PDV); redução de jornada de trabalho para 6 horas diárias em unidades administrativas; suspensão temporária das férias de 2025 e a decretação do fim do trabalho remoto.
Como resultado, a última edição do PDV do Correios foi encerrada com o pedido voluntário de demissão de cerca de 3,5 mil empregados, o que gerou uma economia anual de aproximadamente R$ 750 milhões à estatal.
Presidente Emmanoel Rondon comparou as medidas do primeiro semestre às anunciadas em meados ded 2025. "Aquelas foram medidas emergenciais, não foram estruturais. O que a gente está buscando agora são medidas estruturais que permitam o equilíbrio da empresa nos próximos anos".
Questionado se a direção dos Correios cogita a privatização da estatal, o novo presidente respondeu que as medidas estudadas para o curto prazo são maiores do que as que foram feitas em um passado recente e estas poderão cumprir a função de reestruturação da empresa. Rondon adiantou que novas medidas estão em análise e poderão acompanhar as ações estruturantes anunciadas nesta quarta-feira.
"Neste momento, estamos buscando ter o equilíbrio financeiro da empresa, que as receitas dela sejam suficientes para pagar as despesas que temos todos os meses, para sair dessa discussão de viabilidade ou não da empresa. A empresa vai se colocar em pé e vai ser viável."
Rondon afirmou que os Correios têm capacidade de geração de receita. "Se fizermos a normalização da situação de caixa dela e da operação, [os Correios] têm capacidade de gerar receita suficiente para pagar as despesas."
Fonte: Correios e Agência Brasil
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