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CNA contesta investigação dos EUA em nome de 5 milhões de produtores do agro


15-08-2025 20:24:23
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Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) oficializou argumentos técnicos dirigidos ao Governo dos EUA para contestar o rótulo de que há "práticas desleais" no comércio. Em nome de 5 milhões de produtores rurais brasileiros, a entidade diz que " tem confiança de que a investigação americana comprovará o compromisso, não só do agro, mas de toda a economia brasileira, em um comércio internacional justo, transparente e baseado em regras claras."

 


Na investigação aberta contra o Brasil, Estados Unidos apontaram 6 eixos temáticos com base na Seção 301 da Lei de Comércio que permite ao Poder Executivo americano, apurar práticas comerciais que possam ser consideradas "desleais ou discriminatórias":

  1. Comércio Digital e Pagamentos Eletrônicos,
  2. Tarifas Preferenciais,
  3. Práticas Anticorrupção,
  4. Propriedade Intelectual,
  5. Acesso ao Mercado de Etanol,
  6. Desmatamento Ilegal.

Interessam diretamente à Confederação, "Tarifas Preferenciais," "Acesso ao Mercado de Etanol" e "Desmatamento ilegal." Objetivo da CNA é evitar aplicação de sanções, de forma unilateral, caso sejam comprovadas irregularidades.

Na defesa enviada (250815) pela CNA, foram apresentados dados e fundamentos

legais que demonstram a conformidade e a legalidade das políticas e

práticas adotadas pelo Brasil, relativas a 3 eixos apontados pelos americanos:

"Tarifas Preferenciais", "Acesso ao Mercado de Etanol" e "Desmatamento ilegal."

 

Estados Unidos são o terceiro principal destino das exportações agropecuárias do Brasil e um parceiro estratégico para o setor.

A diretora de Relações Internacionais da CNA, Sueme Mori, afirmou que o agronegócio brasileiro está intrinsicamente ligado ao mercado internacional, seja comprando insumos ou vendendo sua produção. "O Brasil se tornou um grande exportador agrícola porque somos altamente produtivos e competitivos".

Assim falou a representante da CNA: "A CNA, que representa mais de 5 milhões de produtores rurais brasileiros, tem confiança de que a investigação americana comprovará o compromisso, não só do agro, mas de toda a economia brasileira, em um comércio internacional justo, transparente e baseado em regras claras."

A manifestação da CNA foi submetida ao Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês). Em setembro, a Confederação pretende participar presencialmente da audiência pública sobre a investigação.

 

Resumo das alegações da CNA enviadas ao governo americano:

"Tarifas Preferenciais"

  1. O Brasil concede tratamento tarifário preferencial de forma limitada, com base em acordos compatíveis com o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) e com a Cláusula de Habilitação da Organização Mundial do Comércio (OMC), como os celebrados com México e Índia;
  2. Esses acordos com tratamento tarifário preferencial representam apenas 1,9% das importações brasileiras e não discriminam ou prejudicam as exportações americanas;
  3. Em comparação, os EUA possuem acordos de livre comércio abrangentes em vigor com 20 países;
  4. Portanto, argumenta a CNA, não há tratamento discriminatório contra os EUA e a rede atual de acordos preferenciais do Brasil é limitada e não prejudica as relações comerciais bilaterais com o país.

"Acesso ao Mercado de Etanol"

  1. Entre 2010 e 2017 houve isenção tarifária para o etanol dos EUA; posteriormente, adotou-se a tarifa de Nação Mais Favorecida (NMF) de 18%, inferior à aplicada aos países do Mercosul, que permanecem com tarifa de 20%;
  2. A política tarifária é transparente, não discriminatória e em conformidade com a OMC;
  3. O programa RenovaBio é aberto a produtores estrangeiros que atendam aos critérios técnicos e ambientais;
  4. Alegações de favorecimento à Índia e México não se sustentam diante dos volumes exportados;
  5. A CNA defende a cooperação bilateral com os EUA na transição energética, especialmente em bioenergia e combustíveis sustentáveis, reconhecendo a relevância desses produtos para a descarbonização global.

"Desmatamento ilegal"

  1. - O Brasil possui legislação ambiental robusta e avançada, como o Código Florestal e a Lei de Crimes Ambientais, além de sistemas de monitoramento;
  2. O Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas (PPCD) e políticas semelhantes resultaram em reduções no desmatamento;
  3. Ferramentas como o Cadastro Ambiental Rural (CAR) garantem rastreabilidade e conformidade da produção agropecuária;
  4. O controle da exploração de madeira é feito via Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor) e via Documento de Origem Florestal (DOF+), com rastreabilidade obrigatória e certificações reconhecidas.

 

 

Fonte: CNA, Assessoria de Comunicação
 

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