A entidade lista os requisitos que considera obrigatórios para a exploração:
Os pesquisadores reforçam que o Brasil precisa considerar as metas climáticas com as quais se comprometeu e valorizar o fato de ser a sede da COP30, evento que ocorrerá em Belém no mês de novembro.
Nesse sentido, pedem uma “avaliação transparente sobre o papel de eventuais novas fontes de combustíveis fósseis no balanço nacional de emissões”. Por isso, a recomendação é que seja criado um programa de neutralização das emissões de CO2 associadas à eventual produção de petróleo na Margem Equatorial.
As iniciativas desse programa incluiriam:
Onde fica a Margem Equatorial
Academia Brasileira de Ciências (ABC) se manifestou na última semana (entre 3 e 10 de agosto de 2025) em defesa de mais pesquisas científicas sobre a viabilidade de explorar petróleo na Margem Equatorial. Não há um posicionamento contrário ou favorável à exploração, mas indicação de quais elementos são necessários para tomada de decisão.
A Margem Equatorial Brasileira é uma faixa costeira que abrange os estados do Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, e onde se analisa a existência de reservas de petróleo e gás natural.
A presidente da Academia Brasileira de Ciências, Helena Nader, reforça a importância de fundamentar as decisões com conhecimento científico aprofundado, critérios técnicos rigorosos e transparência.
“Trata-se de uma região ambientalmente sensível e estratégica para o País. Ampliar as pesquisas, fortalecer o monitoramento e garantir planos eficazes de mitigação, são passos indispensáveis para proteger os ecossistemas e as populações locais, hoje e no futuro.” Isto é o que deseja a presidente da Academia.
A parte Norte, embora mais distante da costa, tem áreas próximas a ambientes sensíveis, com recifes ricos em biodiversidade e impacto na pesca. Além disso, a costa adjacente abriga uma das maiores extensões contínuas de manguezais do planeta. Esses ecossistemas armazenam até 50 vezes mais carbono que outros biomas terrestres e funcionam como berçários da biodiversidade.
Documento assinado pela Academia de Ciências faz apelo: “É imprescindível um planejamento minucioso das ações de mitigação, especialmente frente à possibilidade de derramamentos acidentais." É apontado que mesmo países com capacidade técnica mais alta, enfrentam riscos. E há chance de acidentes que provoquem danos irreversíveis.
Assinaram o relatório os pesquisadores Jailson Bittencourt (vice-presidente da ABC), Alvaro Prata (membro da diretoria da ABC e diretor-presidente da Embrapii), Beatrice Padovani Ferreira (UFPE e INPO), Luiz Drude de Lacerda (UFC, ABC e INPO), Milton Porsani (UFBA e ABC), Moacyr Araujo Filho (UFPE e INPO), Segen Estefen (Coppe/UFRJ, ABC e diretor-geral do INPO) e Zelinda Margarida de Andrade Nery Leão (UFBA).
Fonte: Agência Brasil e Academia Brasileira de Ciências
Não há Comentários para esta notícia
Aviso: Todo e qualquer comentário publicado na Internet através do Noticiario, não reflete a opinião deste Portal.