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Cirurgia de ceratocone aumenta 276% em 10 anos. Tecnologias modernas.

Cirurgia de ceratocone aumenta 276% em 10 anos. Tecnologias modernas.
[foto] - Ceratocone transforma a córnea em cone. Há cirurgias e tratamentos modernos.

22-07-2025 20:25:42
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Aumentou 276% no período entre 2015 e 2025, o número de cirurgias de ceratocone, uma doença que altera a córnea (lente externa do olho) para o formato de cone, além de afinar e enfraquecer. Explica o médico oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor do Instituto Penido Burnier, de Campinas (São Paulo) que a disfunção ocular responde por 7 em cada 10 transplantes, no Brasil. Entre janeiro e março de 2015 foram feitos 3.031 transplantes de córnea e a fila somava 10.048 inscritos.

 


É o que mostra um levantamento realizado pela equipe do Instituto Penido Burnier nos relatórios da ABTO (Associação  Brasileira de Transplante de Órgãos). Entre janeiro e março de 2015 o País realizou 3.031  transplantes de córnea e a fila somava 10.048 inscritos, totalizando 13.079 brasileiros com necessidade da cirurgia.

No mesmo período de 2025, foram 35.651 brasileiros que buscaram pelo transplante. Desses  3.959 passaram pela cirurgia e 31.792 estavam inscritos na fila.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo os serviços públicos de saúde realizaram, de janeiro a abril de 2024, nada menos que 160 diagnósticos da doença que subiu para 542 no mesmo período de 2025.  Revelam os relatórios da ABTO que o estado de São Paulo é o primeiro do ranking de transplantes e responde por 35% do todas de cirurgias.

 

Aquecimento do clima e poluição

De acordo com o oftalmologista Queiroz Neto, diretor executivo do  hospital e membro do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia), uma das causas do aumento do ceratocone é o aquecimento global que somado à maior poluição, aumentou o número de pessoas alérgicas no País.

Ensina o Médico que o principal fator de risco do ceratocone é o hábito de coçar os olhos. Embora a condição possa ter  um componente genético, é uma doença multifatorial que geralmente surge na puberdade  e adolescência, embora possa aparecer mais tarde.

Os principais fatores  de risco parra o ceratocone, são:

  1. Predisposição a doenças alérgicas como urticária, asma, rinite, entre outras;
  2. A síndrome de Down que faz o portador esfregar os olhos;
  3. Olho seco severo.

Queiroz Neto explica que não é apenas por concentrar a maior população do Brasil que o Estado de São Paulo realiza mais de 1 em cada 3 cirurgias.

O domínio do  transplante de córnea pela técnica lamelar que substitui apenas a parte comprometida da córnea também explica esta participação. O transplante lamelar permite que uma única córnea devolva a visão para 2 pessoas, além de permitir a recuperação mais rápida, por eliminar pontos e diminuir o risco de rejeição.

Ressalta o Oftalmologista que muitos pacientes buscam por vagas no interior do Estado que tem atendimento mais rápido que em outras partes do País.

 

Sintomas e diagnóstico

O ceratocone tende a progredir de forma gradual e muitas vezes é confundido com astigmatismo, no início. Queiroz Neto destaca que geralmente surge na puberdade e início da adolescência, mas pode ocorrer também entre adultos.

A tomografia da córnea,  exame que analisa as duas faces da córnea, anterior e posterior, é crucial para detectar a doença logo no início. Os sintomas elencados por Queiroz Neto são:

·Visão embaçada e embaralhada;

·Troca frequente dos óculos;

· Coceira e irritação nos olhos;

·Aumento progressivo da miopia, astigmatismo e irregularidades na córnea;

·Sensibilidade à luz (fotofobia) e ofuscamento;

·Enxergar halos ao redor das luzes, especialmente à noite;

·Visão dupla ou poliplopia, visão de múltiplas imagens de um único objeto.

·Dificuldade  de dirigir à noite e de adaptação às  lentes de contato

·Desconforto nos olhos causado pela irregularidade da superfície da córnea;

 

Tratamentos, óculos e colírios

No início, o tratamento é feito com óculos e colírios para reduzir a coceira, afirma Queiroz Neto. Mas conforme o ceratocone progride, são indicadas lentes de contato rígidas que aplanam o cone da córnea e permitem melhor correção visual.

Crosslink interrompe 

Ressalta o Médico de Campinas que o único tratamento que interrompe a progressão do ceratocone é o crosslink. Trata-se de uma cirurgia ambulatorial realizada com aplicação de luz ultravioleta associada à riboflavina (vitamina B2) que aumenta em até três vezes a resistência da córnea.

O procedimento é contraindicado para olhos com glaucoma e córneas com menos de 4 micras de espessura. Em alguns casos também melhora a visão, especialmente quando aplicado em crianças.

 Anel intraestromal e lente escleral

Para melhorar a visão o tratamento pode incluir o implante de um anel entre as camadas da córnea que aplana o cone e facilita a adaptação à lente de contato.

Uma alternativa para escapar do transplante de córnea nos casos de ceratocone avançado é a adaptação de lentes esclerais.

Queiroz Neto observa que essa lente fica apoiada na esclera, parte branca do olho e por isso é mais confortável que as lentes rígidas que se apoiam na córnea.

Crianças que têm hábito de esfregar os olhos, devem passar por consulta. O ceratocone é mais agressivo na infância, mas também responde melhor aos tratamentos

 

 

Fonte: Instituto Penido Burnier SP - Eutrópia Turazzi
 

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