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Estudo da CNA indica medidas para suprir déficit de energia à irrigação

Estudo da CNA indica medidas para suprir déficit de energia à irrigação
[foto] - Há carência de abastecimento de energia destinada à produção agrícola irrigada

10-06-2025 13:31:38
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Há no Brasil um déficit de 2,5 gigawatts nos 16 polos de produção agrícola irrigada e essa falta tende a crescer se não forem desenvolvidas soluções para abastecimento de energia de qualidade. No Atlas da Irrigação brasileiro, em 2040, a demanda será de 5 megawatts. Estudo inédito da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) aponta direcionamentos para melhoria da infraestrutura de energia em atendimento à demanda para irrigação. Projeto apareceu no 3º Workshop de São Paulo.

 


No 3º Workshop Setor Agropecuário na Gestão da Água (250610), o professor Afonso Santos, da Universidade Federal de Itajubá, apresentou o estudo: "Avaliação da Demanda Energética na Agricultura Irrigada para Apoio na Condução de Políticas Públicas do Planejamento Setorial." Trabalho foi pedido pela Confederação e executado pela Universidade, através do Núcleo de Pesquisa e Extensão do Instituto de Recursos Naturais (Neiru).

De acordo com a CNA, a produção agropecuária precisa de disponibilidade elétrica com qualidade para continuar produzindo e garantindo a segurança alimentar no Brasil e no mundo. Objetivo do estudo feito na UFIta é fornecer subsídios para políticas públicas, planejamento setorial e investimentos em infraestrutura energética rural.

"Os resultados obtidos não apenas oferecem uma visão clara da situação eletroenergética atual da irrigação no Brasil, mas também servirão como ferramentas valiosas para a análise das futuras expansões. O planejamento da demanda energética foi feito tendo como base as regiões onde há potencial para o aumento da irrigação, evidenciando as regiões que necessitam de investimentos adicionais em energia elétrica para suportar esse crescimento, seja na infraestrutura ou na demanda de potência."

Estudo identificou uma demanda reprimida em todas as regiões

com elevada concentração de agricultura irrigada, outro ponto

levantado também foi a baixa qualidade ou até mesmo falta de

energia no campo, ofertadas pelas distribuidoras de energia do Brasil.

 

Pesquisa teve ainda como resultado, alguns indicadores importantes para estimar investimentos do setor elétrico em relação às demandas do agro. Um desses é o "Índice de Adensamento Rural" (IAR), que avalia a disponibilidade de rede de média tensão das distribuidoras de energia nas áreas rurais. Outro é o "Energia Não Suprida (ENS)" que analisa aspectos de continuidade do serviço de fornecimento de energia elétrica aos sistemas de irrigação.

De acordo com os dois indicadores, a energia que chega ao campo ainda é deficitária e não atende a contento as áreas irrigadas. "O não suprimento de energia significa falta de água nas lavouras, tempo que os equipamentos de irrigação não puderam funcionar por falta de energia, portanto, afeta diretamente a produção agrícola."

Energia para o futuro

Outro ponto abordado pelo estudo da CNA é a viabilidade elétrica para atender a demanda futura da irrigação. De acordo com o levantamento, é necessário um crescimento anual da rede elétrica entre 5% e 7% para suprir essa demanda.

Entre as regiões produtoras, a Região Norte apresentou os maiores desafios estruturais, mostrando cobertura limitada, apontando uma necessidade de crescimento da rede elétrica acima de 20% ao ano, para alguns Estados.

O estudo levantou ainda as demandas atuais e futuras dos 16 polos de agricultura irrigada no país e alerta que há um déficit de 2,5 gigawatts para essas áreas irrigadas.

Em relação a 2040, marco temporal já considerado pelo setor no Atlas da Irrigação, a demanda total desses polos será de 5 gigawatts. "Essa demanda evidencia a importância do desenvolvimento de políticas públicas, tanto no setor da irrigação quanto na área de planejamento e expansão elétrica, visto a necessidade de atendimento dos irrigantes" diz o documento.

Política nacional de irrigação

Entre as estratégias sugeridas para o setor, o levantamento aponta ajustes necessários nos instrumentos do Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional (Prodist) e na Política Nacional de Irrigação para melhor interpretação da realidade das áreas irrigadas.

Concluiu mais a pesquisa d a Universidade, que nenhuma política energética teve alguma estratégia ligada ao atendimento das áreas irrigadas. É o que indicou o estudo sobre o histórico de políticas públicas e setoriais de energia, para identificar a existência de relação entre a evolução da área irrigada e a condução de políticas públicas.

O estudo da CNA usou como fonte para o crescimento da irrigação no Brasil o estudo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Esalq/USP, além da Base de Dados Geográficos da Distribuidora (BDGD) de 2022, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e de dados do Atlas Irrigação da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). São fontes já consolidadas de informação para que as propostas sejam coerentes com os anseios setoriais.

 

Clique aqui e acesse o estudo na íntegra.

 

 

 

Fonte: CNA, Assessoria de Comunicação
 

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