Seminário é organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Socioambiental (PPGPLAN), sediado no Centro de Ciências Humanas e da Educação da Universidade do Estado de Santa Catarina (FAED/UDESC ).
No Seminário de Desenvolvimento, Estado e Sociedade (VII Sedres) está o ambiente propício para colocar e começara executar ideias voltadas parta um novo modelo de desenvolvimento da Amazônia. Professora considera esse "o cenário ideal para a implementação de um polo de desenvolvimento regional com base nos bionegócios amazônicos. Para tanto, devemos aproveitar o conhecimento agregado das instituições de pesquisa, o capital humano já qualificado, a expertise do Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) e da escola de Negócios da Floresta Amazônica no Brasil (Rainforest Social Business School – (RSBS/ UEA)."
Ideias serãao colocadas num ambiente quer pode disseminar debates, reorientar projetos e decisões no sistema amazônico. Veja as colocações da professora da UFAMN:
Os projetos, "Amazônia é a farmácia do mundo: potencialidade dos
bionegócios e Fibras regionais e bioeconomia: a potencialidade do Curauá",
desenvolvidos por Michele, foram submetidos à apreciação da Comissão Científica do
Seminário de Santa Catarina, que tem como tema central, "Os desafios do desenvolvimento
socioambiental e as horizontalidade: pontes entre a região, o estado e o cotidiano."
Ambos projetos reforçam e defendem a necessidade de diversificar a matriz econômica do Estado por meio de estímulo aos polos biofármacos, ao modelo ZFM (Zona Franca de Manaus) com potenciais de complemento ao principal modelo de desenvolvimento da região.
Na proposta, "Amazônia é a farmácia do mundo: potencialidade dos bionegócios", a economista destaca que é indiscutível a relevância do modelo ZFM quanto à contribuição para o crescimento econômico do Estado do Amazonas, mas sabemos da necessidade da identificação de novas matrizes econômicas com foco no desenvolvimento dos municípios do interior para que possamos reduzir as distorções do modelo."
A necessidade de inovação constante; de investimentos públicos e privados em processos colaborativos, é crucial para garantir o avanço tecnológico, a competitividade e o investimento em bioindústrias.
A bioeconomia deve se concentrar na exploração sustentável da biodiversidade, melhorando a economia das cidades do interior da Amazônia, promovendo a produção de produtos florestais. Desse modo será possível beneficiar as cidades ao abordar infraestrutura, saneamento, telecomunicações, mobilidade, segurança, saúde e condições mínimas de negócios.
A Bioeconomia da Sociobiodiversidade ou Bioeconomia Amazônica é uma oportunidade para o Brasil entrar e se tornar uma nova economia que valoriza a flora e a riqueza, de forma sustentável. Investimentos em infraestrutura, pesquisa, inovação, capital humano, ciência e tecnologia, devem ser bem articulados para promover o desenvolvimento sustentável.
No caso do projeto, "Fibras regionais e bioeconomia: a potencialidade do Curauá," o uso de fibras naturais constitui prática antiga e rudimentar à fabricação de utensílios ou produtos usados na pesca e construção de moradias. No caso da Amazônia, o hábito vem desde os povos tradicionais e se intensificou com a exploração econômica dos japoneses na região.
O estado do Amazonas é privilegiado com uma vegetação abundante e um dos maiores polos industriais da América Latina. Conectar a rica biodiversidade e a produção industrial através da Bioeconomia Amazônica, é o grande desafio regional para levantar a potencialidade do uso do Curauá nos processos produtivos do PIM. Isso pode ser feito ao mesmo tempo em que beneficia a economia do interior e contribui para a preservação do meio ambiente.
Distrito de Novo Remanso localizado em Itacoatiara (AM) recebeu o projeto-piloto com o plantio de 12,5 mil mudas de Curauá o que auxiliará na ampliação e diversificação da matriz do setor primário do Amazonas bem como na geração de emprego e renda de aproximadamente 800 agricultores da região que já plantam abacaxi e agora vão diversificar a atividade a partir do Curauá (primo do abacaxi).
Michele Aracaty enfatiza que o estado do Amazonas tem duas realidades distintas:
a vegetação abundante e um dos maiores polos industriais da América Latina.
Para tanto, conectar a rica biodiversidade e a produção industrial através
da Bioeconomia Amazônica é o grande desafio regional.
Nesse aspecto, há a necessidade de outras alternativas de investimentos alinhadas a novas matrizes econômicas tendo o uso do Curauá nos processos produtivos. "A busca pela identificação de novas matrizes econômicas de caráter sustentáveis a partir de produtos da floresta, fomenta o desejo pela bioeconomia amazônica e no caso do Curauá, objeto de estudo que realiza, a cadeia produtiva atende a todos os requisitos do tripé da sustentabilidade. É também capaz de gerar emprego e renda a partir da agricultura familiar com foco na substituição da matéria-prima oriunda da Ásia por uma fibra regional sustentável, no desenvolvimento dos produtos fabricados no PIM. que até então faziam uso do plástico oriundo do petróleo."
Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) iniciou pesquisas há mais de uma década para selecionar as melhores mudas de Curauá, visando atender um projeto-piloto lançado em 2024 no Distrito de Novo Remanso. O uso do Curauá beneficiará o setor termoplástico do Polo Industrial de Manaus, reduzindo custos de produção e elevando o Índice de Regionalização do Produto. A parceria público-privada envolvendo diversas instituições e empresas, fomentou o plantio de 12,5 mil mudas de Curauá na região.
Veja o que mais fala a Professora sobre a exploração desse rercurso natural: "Tal iniciativa contribuirá para a ampliação e diversificação da matriz do setor primário do Amazonas bem como a geração de emprego e renda aos agricultores da região (800 agricultores) que já plantam abacaxi e agora vão diversificar sua atividade a partir do Curauá."
É crescenete o interesse na utilização de fibras vegetais por diferentes segmentos da indústria. Fibras regionais têm potencial de atender a esta demanda por matérias-primas sustentáveis, possibilitando o fortalecimento do processo de transição para uma indústria mais verde.
Sobre o SEDRES
SEDRES é um seminário itinerante, articulado e organizado por programas de pós-graduação filiados à ANPUR. Tem por objetivo estabelecer um canal de comunicação e interlocução entre os pesquisadores do Brasil e do exterior em torno da temática do desenvolvimento regional. Desde a primeira edição, já passou pelas cidades de Rio de Janeiro (2012), Campina Grande, na Paraíba(2014), Blumenau, em Santa Catarina (2016), Palmas, no Tocantins (2018), Taubaté, em São Paulo (2021) e Crato, no Ceaará (2022).
Seminário é organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Socioambiental (PPGPLAN), sediado no Centro de Ciências Humanas e da Educação da Universidade do Estado de Santa Catarina (FAED/UDESC) e será realizado no período de 25 a 28 de setembro de 2024.
Farão parte da programação do evento conferências, mesas redondas, sessões temáticas para apresentação oral de trabalhos, atividades culturais e saídas de campo. Espera-se a participação de pós-graduandos, professores e pesquisadores de todas as regiões do País.
Este SEDRES quer pensar as questões do desenvolvimento socioambiental num mundo marcado por mudanças climáticas e nas interfaces com questões energéticas, de desenvolvimento e as articulações com a sustentabilidade. Pretende o evento incluir as populações, principalmente as mais vulneráveis, em propostas de desenvolvimento que busquem reduzir as desigualdades geradas pelo atual modelo econômico. Desta forma, a discussão das horizontalidades como dinâmicas sociais que vêm de baixo, surgidas em reação às demandas globais, colocam os desafios de criar pontes entre as demandas dos atores locais e as políticas públicas regionais, estaduais e globais.
Fonte: Michele Aracaty, Universidade Federal do Amazonas
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