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Universidades se unem contra o mercúrio na Amazônia: IAMER

Universidades se unem contra o mercúrio na Amazônia: IAMER
[foto] - Mercúrio é um problema grave que desafia a região amazônica. Foto Polícia Federal.

21-05-2024 21:53:50
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Enfrentar o desafio do emprego do mercúrio em garimpos na Amazônia é um dos objetivos do Instituto Amazônico do Mercúrio (Iamer). Reúne o conhecimento científico e técnico de 7 universidades da região amazônica, para qualificar profissionais, fazer pesquisa e solucionar o problema da contaminação pelo metal. Atuam juntas: a Universidade de Gurupi, no Tocantins (UnirG), Pará (UFPA), do Oeste do Pará (Ufopa), do Amapá (Unifap) e de Rondônia (Unir) e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

 


“As ações do Iamer vêm facilitar o trabalho que está sendo realizado por muitos grupos da Amazônia, porque traz visibilidade e capacidade de articulação na hora de conseguir recursos. Vai melhorar o desempenho do gasto público para essas ações. A ideia é nos apoiarmos, uns aos outros, aqui na Amazônia”, explica a coordenadora do Iamer, Maria Elena Crespo López, que também é professora da UFPA.

Em temperatura ambiente, o mercúrio é um metal que apresenta forma líquida e 

é usado na mineração, para separar o ouro de minerais sem valor comercial.

Nesse processo, o mercúrio acaba se espalhando pela água, pelo solo e pela

atmosfera (uma vez que ele também se volatiliza, no processo de sua separação do ouro).

Isso gera não apenas a poluição do ambiente, como contamina as plantas, os peixes e, consequentemente, as pessoas que os consomem.

Uma das primeiras propostas do instituto é criar pelo menos um polo de testagem de contaminação de pessoas por mercúrio em cada estado amazônico. Outra proposta é reunir dados confiáveis e realistas para embasar políticas públicas com efeitos duradouros na Amazônia, como a aprovação do Projeto de Lei 1011/2023, que tramita no Senado e que visa estabelecer a Política Nacional de Prevenção da Exposição ao Mercúrio no Brasil.

“O impacto do mercúrio para a população amazônica vai muito além dos problemas neurológicos nos casos de intoxicação aguda. Mas o grande problema é que, mesmo em quantidades baixas, quando a pessoa está exposta continuamente, ele começa a afetar o coração, a aprendizagem das crianças e também há o gasto com a previdência social”.

Maria Elena alerta, no entanto, que o problema extrapola as fronteiras amazônicas, já que uma vez na água e na atmosfera, o mercúrio pode percorrer grandes distâncias. “A ciência já demonstrou que o mercúrio gerado na América do Sul - 80% dele é originado da Amazônia - chega a regiões tão distantes como o Ártico. Se o mercúrio gerado na Amazônia está chegando ao Ártico, ele está conseguindo chegar em todo o Brasil”.

Além disso, produtos alimentícios contaminados por mercúrio podem ser comercializados em outros locais. O Iamer começa a funcionar na terça-feira (240521) e conta com os apoios da organização não governamental WWF-Brasil e do Ministério da Justiça.

 

 

Fonte: Agência Brasil
 

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