Marina previu cautelas que os prestadores de serviço público e administradores, já deveriam ter adotado há muito.
Sugeriu que a reconstrução da infraestrutura de cidades e obras públicas no Rio Grande do Sul, devastadas pelas enchentes,deverá levar em conta o “novo normal” do clima no planeta. Indicou que é preciso recalcular a capacidade de suporte a eventos extremos.
Opinou a Ministra: "Com certeza, teremos que nos adaptar. Algumas coisas poderão ser reconstruídas [como eram], mas outras podem não ser possível mais essa reconstrução, pelo menos naquele mesmo lugar ou da mesma maneira." Espera que equipamentos públicos, como pontes, e mesmo locais de moradia, deverão ter as obras reavaliadas.
"As pontes levadas pelas correntezas não poderão ser reconstruídas no mesmo lugar e não terão a mesma altura, e talvez não terão a mesma espessura, aí vai depender de uma avaliação técnica. Alguns bairros e comunidades talvez tenham que ser removidos para outras áreas, e tudo isso é muito doloroso." Assim falou Marina Silva.
"Não podemos ficar repetindo os mesmos problemas", pediu Marina. Lembrou a autoridade que o Rio Grande do Sul já havia vivido uma tragédia no ano passado, com as enchentes que destruíram localidades inteiras no Vale do Taquari, algo que voltou a se repetir na tragédia de agora. "O clima mudou, a realidade mudou, vamos conviver cada vez mais com esses extremos", alertou a Ministra.
Marina Silva lembrou do número de mortos e desaparecidos no desastre, como prejuízo irreparável, mas ressaltou que outros prejuízos materiais poderão ser mitigados no futuro. Isso poderá ser feito com ações de adaptação, que incluem necessidade de reduzir desmatamento e a emissão de carbono (CO2) na atmosfera, que contribui para o aquecimento do planeta.
É preciso sair da lógica de gerenciar apenas
o desastre para gerenciar a urgência climática.
O volume de chuva da última semana no Rio Grande do Sul, que superou os 500 milímetros (mm), foi de magnitude tão grande que não havia capacidade de resiliência nas cidades.
"Não ter rios assoreados, respeitar a mata ciliar, não ter edificações às margens de rios e córregos, isso ajuda muito. Ter sistemas de drenagem, sistemas de encostas, desobstrução de rios e galerias. Todas essas intervenções, combinadas, são muito importantes. O problema é que o volume de chuva ultrapassou os limites de suporte das cotas de cheias conhecidas."
Essa superação de qualquer paradigma anterior sobre eventos naturais, argumentou Marina Silva, é justamente o exemplo de como a mudança do clima demanda ações urgentes e estruturais de curto, médio e longo prazos. Um dos focos do governo federal, no momento, é apresentar o Plano Clima, que vai tratar de prever ações de adaptação e mitigação para todos os setores da sociedade, com ênfase em um planejamento urbano para os 1.942 municípios brasileiros que são suscetíveis a eventos climáticos extremos.
De acordo com a Ministra, é preciso que se constituam sistemas de alerta eficientes, criação de rotas de fuga, para que as pessoas saibam para onde ir, estocagem prévia de alimentos, de água potável e medicamentos, além de previsão de equipamentos públicos que possam acolher as pessoas rapidamente, em caso de
Fonte: Repórter Brasil, da TV Brasil
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