Na Câmara dos Deputados, Cirlene Zimmermann afirmou que, atualmente, a prevenção de acidentes ainda é considerada “apenas um custo” para as empresas, que tomam medidas mais baratas ou então nenhuma medida e, como consequência, os acidentes acontecem.
Sugerida pelo deputado Bohn Gass (PT-RS), foi um momento de reeflexão sobre os desafios do traabalhador que merecem atenção sobretudo dos empresários. Disse o Parlamentar que as empresas são contra regulações "claras e objetivas" e considerou "inaceitável" o alto número de acidentes de trabalho notificados em 10 anos (2011 a 2022) no Ministério da Previdência: mais de 7,5 milhões. “As empresas, para auferir seus lucros, não querem regulações claras, objetivas, que têm custos. Mas esses custos são em favor da vida das pessoas e não do mundo de acidentes.”
Exaustão e trabalho escravo
Eduardo Bonfim da Silva, representante do Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambiente de Trabalho (Diesat), contou alguns casos que já acompanhou.
“Recentemente, no setor frigorífico no estado de Goiás, uma empresa teve interrompida suas atividades por exaustão dos trabalhadores, que trabalhavam entre 10 e 16 horas ininterruptas. Outro exemplo que nós vivenciamos no setor do comércio foi que duas trabalhadoras em locais distintos, em estados diferentes, foram impedidas de realizar suas necessidades fisiológicas. Isso quer dizer trabalho análogo à escravidão concreto, contemporâneo.”
Doença mental em terceiro
Pedro Tourinho de Siqueira, presidente da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho, ressaltou que outro aspecto da segurança e saúde do trabalho tem sido o adoecimento psíquico.
De acordo com dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, nos afastamentos pelo INSS entre 2012 e 2022 considerados acidentários, em terceiro lugar estão doenças mentais, como transtorno bipolar, transtornos ansiosos e depressão.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
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