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Clonagem espera salvar herança de 750 anos do pinheiro, araucária que caiu

Clonagem espera salvar herança de 750 anos do pinheiro, araucária que caiu
[foto] - Pinheiro, araucária com 750 anos , não resistiu às chuvas e ventos. Foto Prefeitura de Cruz Machado

07-11-2023 21:30:53
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Pesquisadores da EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, estão empenhados em preservar um exemplar de pinheiro, araucária, gigante de 750 anos e 42 metros (m) de altura, destruído pelo mau tempo na localidade de Cruz Machado, Estado do Paraná, sul do Brasil. Dos brotos e galhos que restaram, desenvolvem técnicas que tem esperança de conseguirem fazer vingar por clonagem, pelo menos a herança da espécie que só é encontrada abundante na região sul do Brasil.

 


Um trabalho de resgate genético iniciado pela Embrapa Florestas pretende, por meio da técnica de enxertia, clonar a araucária  de presumidos 750 anos,

Foto EMBRAPA, Katia Pichelli

que desabou no Paraná, e, assim, possibilitar o plantio de árvores geneticamente idênticas à árvore gigante.

Na segunda-feira (231106), o pesquisador Ivar Wendling esteve na propriedade e coletou brotos para realizar o procedimento, além da coleta de material para o Laboratório de Cultura de Tecidos e Transformação, que vai realizar estudos sobre a viabilidade da clonagem in vitro

Em 29 de outubro de 2023, ruiu pela ação mau tempo, a maior araucária do Paraná, que ficava em uma propriedade rural em Cruz Machado. A árvore, com 42 m de altura, circunferência à altura do peito de mais de 6 m, e idade estimada, segundo informações da Prefeitura Municipal, em mais de 750 anos.

“O impacto de ver uma gigante destas caída é muito grande”, revelou Wendling, “mas fico feliz em podermos estudar melhor a árvore e realizar sua clonagem”. A técnica é simples, mas exige acesso a brotos da  copa, que podem originar os chamados enxertos “de galho” ou “de tronco”.

Wendling explica que “a araucária é a única árvore do Brasil que tem galho e tronco separados com muita clareza. Então, dependendo de onde tiramos o broto, teremos diferentes características da planta que vai surgir”. A araucária de galho dará origem a uma “mini araucária”, que vai chegar a, no máximo, 3 a 5 metros de altura. “Como esta árvore é fêmea, teremos mini araucárias que produzem pinhões”, explica o pesquisador. “Mas, seus pinhões, vão originar árvores de tamanho normal’”. Já os enxertos “de tronco” vão dar origem a árvores “normais”. “Possivelmente os clones desta árvore não chegarão à mesma altura, pois coletamos brotos maduros, mas a sua genética vai permanecer”, esclarece Wendling.

Mesmo com a idade e altura fora do comum, a araucária gigante de Cruz Machado estava bastante ativa: “ao chegar ao local, nos deparamos com inflorescências e pinhas em formação, indicando que a árvore ainda estava em idade reprodutiva”, comemora o pesquisador. No entanto, seu tronco já estava completamente oco, o que vai impedir a retirada de discos de madeira e a efetiva contagem de anos da árvore.

“O Laboratório de Dendrocronologia da Embrapa Florestas poderia calcular a idade da árvore com mais assertividade, mas árvores mais velhas como esta geralmente formam ocos em seu interior e, sem podermos chegar ao cerne, não é possível a efetiva contagem dos anéis de crescimento”, explica. Mas a pergunta que fica é: ‘como ela ainda estava viva se o seu interior estava oco?’. Wendling explica que o interior do tronco da árvore serve para a sustentação de sua estrutura, mas a seiva, que alimenta a árvore, corre muito próxima à casca. “E é por isso, possivelmente, que ela sucumbiu às fortes chuvas e ventos: com o interior oco, não havia sustentação”.

Se os brotos serão viáveis para os enxertos darem certo ainda é uma incógnita. “Procuramos vir o mais rápido possível e conseguimos coletar muitas brotações de galho, mas poucas de tronco, que são realmente mais difíceis de conseguir. Mas, sendo viáveis, esperamos em breve levar para a proprietária da área e para o município de Cruz Machado diversas

Foto EMBRAPA, Katia Pichelli

mudas para serem plantadas tanto na área onde a araucária gigante caiu quanto em outros locais do município.

Também esperamos enriquecer o banco genético de araucárias que temos na Embrapa Florestas”, salienta Wendling.

Para Silmar Kazenoh, secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Cruz Machado, “além de ser o símbolo do Paraná, tínhamos o privilégio de ter a maior do estado, que recebia muitas visitas. O trabalho de enxertia será importante para termos clones deste material”.

 

 

Fonte: EMBRAPA - Comunicação Social
 

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