Nevinha Valentim, representante do Fórum disse que a chegada desses empreendimentos causa grande devastação ambiental. E alerta: “Quando chega em larga escala, devasta dunas, manguezais. Quando tem agricultura de produção familiar, então isso é uma coisa devastadora.”
Problema já está sendo visto em Brasília. Um grupo de afetados pelos aerogeradores esteve em reuniões com o governo federal. Apesar de reconhecer a importância desse tipo de matriz energética, querem fazer parte da discussão.
Iure Paiva, professor da Universidade Federal da Paraíba, resume o que seria o ideal. “Esse diálogo. Essa abertura de possibilidade, de a gente fazer com que essas vozes sejam ouvidas, tenham uma repercussão, esse é um primeiro passo. O segundo, é ter a ação do poder público na fiscalização e, em terceiro lugar, a adoção de um modelo de desenvolvimento, de segurança energética, que seja centrado nas pessoas e não apenas na atividade econômica.”
Parques eólicos, submetem as pessoas à convivência dia e noite com as torres que geram energia a partir vento, causam problemas pela poluição sonora provocada pela movimentação dos geradores. Impactos são muitos. Além do barulho, as torres afetam também o meio ambiente, alteram a vegetação, destroem a flora e provocam a morte de animais. Na saúde humana, provocam um zumbido no ouvido, a depressão e o medo.
“Problemas de alergia, problemas de audição, perdem a audição. E um dos piores, que eu acho que tem, é a depressão, a ansiedade. Crianças de 8 anos, 9, 5 e 6 anos, para dormirem, têm que ser à base de medicamentos, e a gente não dorme, a gente cochila e acorda com aquele barulho terrível.” É o relato de Roselma que mora a apenas 160 metros de uma torre.
Aliar a geração de energia com preservação ambiental e proteção social é o desafio. Ainda mais quando os dados mostram que, no Brasil, 44% da energia usada é renovável, seja hidrelétrica, solar ou eólica. Isso é mais do que quatro vezes o que usam os países ricos, que dependem, basicamente, de combustível fóssil.
Grupo que esteve em Brasília participando das reuniões, apresentou para o governo um panorama do cenário atual. Uma possibilidade é a instalação das chamadas eólicas offshore, de construção das torres de energia em alto-mar. Em março, a Petrobras assinou uma carta de intenções para analisar a viabilidade técnica de instalação das eólicas offshores em 6 estados.
Mais de 750 parques eólicos estão em operação no Brasil, com mais de 10 mil torres geradoras. De acordo com o Global Wind Energy Council (GWEC), o Brasil ocupa a sétima posição no ranking mundial de geração eólica.
Fonte: Agência Brasil - Priscilla Mazenotti
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