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Estudo de 2018 mostra degradação em 38% da Amazônia

Estudo de 2018 mostra degradação em 38% da Amazônia
[foto] - Floresta Amazônia sofria em 2018, algum tipo de degradação numa extensão de 38%. Foto Marizilda Cruppe, Rede Amazônia Sustentável

11-08-2025 21:17:23
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Embora se refira a dados até 2018, estudo diz que 38% da floresta na Amazônia sofre algum tipo de degradação. Trabalho é assinado por 35 pesquisadores de instituições como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), no Brasil, e Lancaster University, no Reino Unido.

 


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Dados do MapBiomas mostram que, no período 2001-2018, a área desmatada na Amazônia foi de 326 mil km² e a área degradada por incêndio, extração de madeira e efeito de borda totalizou 000 mil km². "Apesar da incerteza sobre o efeito total de tais distúrbios, está claro que o efeito da degradação pode ser tão importante quanto o desmatamento para as emissões de carbono e a perda de biodiversidade", diz Jos Barlow, pesquisador da Universidade de Lancaster e coautor do estudo.

"Os impulsionadores e impactos da degradação da floresta amazônica" é o título da públicação que considerou quatro fatores principais de degradação florestal causada pela ação humana: incêndios florestais, efeitos de borda (as mudanças que acontecem em áreas florestais próximas a áreas que foram desmatadas para agricultura ou outros fins), extração de madeira (desmatamento ilegal) e secas extremas. A conclusão foi que tais fatores já comprometeram mais de um terço (38%) de toda a cobertura florestal que ainda permanece na região amazônica. 

A degradação envolve mudanças antropogênicas transitórias ou de longo prazo nas condições da floresta. Ao contrário do desmatamento, onde a vegetação é suprimida e a floresta deixa de ser floresta, em degradação a vegetação permanece na área, mas em diferentes estágios de degeneração, com perda de biodiversidade e impacto negativo na prestação de serviços ambientais.

Para a obtenção dos resultados, os autores fizeram uma revisão analítica de dados científicos baseados em imagens de satélite e dados de campo, previamente publicados sobre as mudanças na região amazônica no período 2001-2018. 

Dados do MapBiomas mostram que, no período 2001-2018, a área desmatada na Amazônia foi de 326 mil km² e a área degradada por incêndio, extração de madeira e efeito de borda totalizou 000 mil km². "Apesar da incerteza sobre o efeito total de tais distúrbios, está claro que o efeito da degradação pode ser tão importante quanto o desmatamento para as emissões de carbono e a perda de biodiversidade", diz Jos Barlow, pesquisador da Universidade de Lancaster e coautor do estudo.

Efeitos que vão além do clima

O estudo aponta que a degradação tem efeitos que vão além do clima – com emissões equivalentes ou mais de gases de efeito estufa do que o desmatamento – e da perda de biodiversidade. Tem impactos socioeconômicos sobre as populações, afetando a renda, a alimentação, a saúde, a qualidade de vida e a cultura de quem vive na região. "A degradação favorece poucos, mas sobrecarrega muitos", afirma David Lapola, pesquisador do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp e líder do estudo.

"Um dos diferenciais deste estudo foi associar a degradação a outras questões que vão além do uso material da floresta, como madeira, caça e geração de renda. A degradação tem impacto na relação que as populações têm com a floresta, na qualidade de vida, migração, educação, saúde pública e identidade cultural", afirma Joice Ferreira, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental e coautora do estudo. Para os autores, tais impactos devem ser mais investigados no futuro. 

Monitorização e agricultura eficiente

Em uma projeção que a equipe fez para 2050, os quatro fatores de degradação continuarão a ser as principais fontes de emissões de carbono para a atmosfera, independentemente de o desmatamento florestal cessar ou crescer.

A agricultura desempenha um papel importante na redução do avanço do desmatamento e subsequente degradação. "As áreas florestais fragmentadas que margeiam áreas agrícolas sofrem com o efeito de borda, e o uso da agricultura de corte e queima também é um fator de degradação", explica o pesquisador da Embrapa.

Para Ferreira, é fundamental aplicar o conhecimento agrícola previamente gerado com o ordenamento do território, utilizando menos áreas com maior produtividade e eficiência, aliadas a uma gestão adequada e à redução de incêndios nas áreas agrícolas.

Entre as propostas apresentadas pelos autores no estudo está a criação de um sistema de monitoramento da degradação, além de prevenir e inibir a extração ilegal de madeira e controlar o uso da agricultura de corte e queima. Uma das sugestões é o conceito de "florestas inteligentes" que, à semelhança do conceito de "cidades inteligentes", utilizaria diferentes tipos de tecnologias e sensores para recolher dados úteis para melhorar a qualidade do ambiente.

 

 

Fonte: EMBRAPA, Ana Lauraa Lima
 

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