Irritação crônica, piora do ceratocone,
glaucoma, catarata e até doenças
sistêmicas são as principais.
Há ainda a influência da concentração de pólen no ar, intensificada com a primavera. Problemas são potencializados nas pessoas que têm doenças alérgicas respiratórias e em quem tem dermatite atópica recorrente.
Sintomas da conjuntivite são coceira, vermelhidão nos olhos, pálpebra inchada e aversão a luz que em 2022 podem ser mais intensos, em face da maior secura do ar e vento frio, devido ao La Niña que pela primeira vez em 100 anos, ocorre pelo terceiro ano consecutivo.
Abuso com o colírio
Queiroz Neto afirma que o tratamento depende da gravidade da conjuntivite alérgica e deve ser feito sempre com acompanhamento médico.
Problema é que os prontuários do hospital mostram que 30% dos paciente já chegam aos consultórios usando colírio por conta própria. Perigo é que a maioria dos brasileiros usa à vontade, todo tipo de colírio, sem se preocupar com os efeitos colaterais. Isso porque, explica, todos dão alguma sensação de alívio ao umedecer os olhos.
O médico afirma que o tratamento da conjuntivite alérgica pode ser feito com colírio antialérgico, anti-inflamatório não-hormonal ou AINE e anti-inflamatório hormonal, ou seja, que tem corticoide sintético como princípio ativo.
Queiroz Neto adverte que o uso indiscriminado de colírio anti-inflamatório com corticoide, pode provocar irritação ocular crônica e por isso desencadear o ceratocone que tem como maior fator de risco o hábito de coçar os olhos. Isso é perigoso, porque oferece conforto inibindo a chegada das células de defesa até a superfície ocular e isso deixa os olhos mais suscetíveis a infecções recorrentes. Dependência é outro efeito do uso de corticoide sem supervisão médica. Isso porque, causa falso bem-estar por expor ao efeito rebote, ou seja, volta dos sintomas ainda piores caso o uso seja interrompido repentinamente.
Isso explica porque, na maioria dos casos, a prescrição não ultrapassa duas semanas
e a interrupção do uso é feita mediante diminuição progressiva da dosagem,
pelos oftalmologistas. Queiroz Neto destaca que um dos efeitos mais graves
da instilação prolongada de corticoide é o desenvolvimento de glaucoma,
doença degenerativa do nervo ótico que leva à perda irrecuperável
da visão. O outro, é o desenvolvimento precoce da catarata,
opacificação do cristalino, maior causa tratável de cegueira no mundo.
Colírio antibiótico
O oftalmologista ressalta que o uso de colírio antibiótico é contraindicado para conjuntivite alérgica ou viral. Isso porque, tem a função de combater infecções bacterianas e pode agravar a alergia e a infecção viral. Adverte que até o uso de colírio que sugere lavar o olho e parece inofensivo porque deixa os olhos branquinhos, não pode ser usado sem prescrição. Isso porque, tem efeito vasoconstritor, pode aumentar a pressão intraocular, alterar a frequência cardíaca e elevar a pressão arterial.
Lente de contato e prevenção
Para quem usa lente de contato, a dica do Oftalmologista é usar colírio lubrificante para manter os olhos confortáveis durante a primavera. Os únicos alertas para este grupo são, não usar lágrima artificial com conservante que cria depósitos na lente e por isso antecipa o vencimento. Sugere o médico de Campinas, evitar o uso de comprimidos de antialérgico de conteúdo loratadina que resseca a lágrima e, não dormir com lente, porque a produção da lágrima diminui naturalmente.
As principais recomendações para evitar a alergia ocular são:
·Proteja os olhos com óculos nas atividades esportivas ao ar livre.
·Mantenha os ambientes arejados e livres de poeira.
·Beba bastante água.
·Inclua na sua dieta amêndoas e peixes gordos que contêm ômega 3, como o bacalhau, salmão e sardinha.
·Troque regulamente os colchões, travesseiros e almofadas.
Fonte: Instituto Penido Burnier SP - Eutrópia Turazzi
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