211013 - 13:38:09 horas
“Estudos já haviam associado o uso inadequado de antibióticos em humanos e na agricultura, ao longo de várias décadas atrás, à crescente resistência, mas o papel do meio ambiente e da poluição recebeu pouca atenção”, alertou o diretor-executivo da agência das Nações Unidas, Erik Solheim.
O levantamento do organismo internacional indica que há provas claras de que — com
o contato direto entre bactérias ao ar livre e bactérias resistentes descartadas nos
ecossistemas — o despejo de substâncias antimicrobianas em canais de esgoto de casas,
hospitais e indústrias farmacêuticas, bem como por meio de estruturas de escoamento
agrícola, está impulsionando a evolução dos microrganismos e provocando o aparecimento
de linhagens mais resistentes.
A pesquisa revela que, ao serem consumidos, até 80% dos antibióticos são excretados sem ser metabolizados, junto com bactérias resistentes. Apenas no século XXI, o consumo humano desses remédios cresceu 36%. Até 2030, o uso de antibióticos na pecuária deverá aumentar em 67%, segundo o relatório. Além disso, até 75% dos antibióticos utilizados em aquiculturas se disseminam no ambiente ao redor das criações de seres aquáticos.
A ONU Meio Ambiente alerta que instalações para o tratamento de esgoto não conseguem remover todos os antibióticos e bactérias resistentes da água. Ao contrário, centros de purificação podem ser focos para o desenvolvimento da resistência microbiana. Há evidências científicas que mostram que microrganismos resistentes a diversas drogas são encontrados no mar, em sedimentos próximos a aquiculturas e em zonas industriais e municipais de despejo de resíduos.
“O alerta aqui é verdadeiramente assustador. Poderíamos estar incitando o desenvolvimento de superbactérias ferozes por causa de ignorância e descuido”, ressaltou Solheim. O cenário, recomendou o dirigente, exige “ações prioritárias agora”. “Do contrário, corremos o risco de permitir que a resistência surja ‘pela porta dos fundos’, com consequências potencialmente aterrorizantes”, acrescentou o chefe da ONU Meio Ambiente.
O relatório da agência das Nações Unidas também
aborda outros 5 temas: nanomateriais; áreas marinhas
protegidas; tempestades de areia e de poeira; soluções
de energia solar que não são conectadas à rede
elétrica; e deslocamento ambiental.
Fonte: ONU Meio Ambie3nte
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