Pesquisa mostra que usar
óculos melhora o aprendizado
de 50% das crianças. A pandemia
piorou a visão na infância. Entenda.
A volta às aulas presenciais ou online pedem mais atenção com a visão das crianças. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, de Campinas (São Paulo), o Hospital foi o primeiro no Brasil a avaliar o efeito dos óculos no aprendizado. Levantamento promoveu avaliação dos pais e professores de 36 mil alunos da rede pública de ensino. Pesquisa ocorreu um ano depois de entrega às crianças o primeiro par de óculos, durante programa social realizado em parceria com a prefeitura municipal.
Para os professores, 50% dos estudantes tiveram melhora no rendimento escolar, a concentração de 57% aumentou e 38,2% ficaram menos agitados.
Para os pais, 88% das crianças passaram a ter mais concentração e interesse pelo estudo, todos os que sentiam dor de cabeça pararam de se queixar e 91% começaram realizar tarefas que antes não conseguiam.
Queiroz Neto destaca que a pandemia de coronavírus aumentou em até 400% a miopia em crianças de 6 anos segundo um estudo chinês. Para ele isso está acontecendo pela falta de exposição ao sol mais o excesso de horas usando celular ou computador que faz os músculos do olho responsáveis pela mudança de foco para perto e longe ficarem acomodados a focalizar só as imagens próximas.
Triagem online pode reduzir repetência
O problema é que na triagem feita pelo Penido Burnier, 8 em cada 10 crianças nunca tinham ido ao oftalmologista. “Esta é uma realidade nacional nas classes sociais menos favorecidas”, afirma. A estimativa do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) é de que na infância 30% da população têm alguma dificuldade de enxergar relacionada aos erros de refração que são corrigidos com óculos de grau. A falta de exames oftalmológicos na infânci, explica por que a OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta a falta de óculos como a maior causa da deficiência visual no Brasil. O oftalmologista esclarece que não quer dizer que o grau aumenta quando a criança deixa de usar os óculos. Significa que a dificuldade moderada de enxergar à distância (miopia), próximo (hipermetropia) ou desfocado para longe e perto (astigmatismo) é limitante o suficiente para dificultar o aprendizado.
Por isso, no site do hospital, www.penidoburnier.com.br os pais encontram um aplicativo autoexplicativo para checar como os filhos estão enxergando. O médico diz que a ferramenta não substitui a consulta, mas indica quando é necessário passar por exame com um especialista para garantir o aprendizado.
Prevenção da cegueira monocular
Nossos olhos se desenvolvem até a idade de 8 anos. Neste período, qualquer bloqueio visual, como o estrabismo ou olho torto, faz com que a criança utilize mais o olho de melhor visão, podendo comprometer o desenvolvimento do outro. Para resolver este problema que é conhecido com ambliopia ou “olho preguiçoso” é necessário fazer a oclusão do olho de melhor visão para estimular o outro antes do desenvolvimento completo do sistema ocular, salienta. É por isso, comenta, que o primeiro exame de vista deve ser feito aos 3 anos de idade.
Para evitar a miopia precoce recomenda estimular as brincadeiras ao ar livre põem contato com o sol que estimula a produção do hormônio do bem-estar. a dopamina que controla o crescimento do eixo do olho que é mais longo em míopes. Outra dica é intercalar o uso das telas com estas brincadeiras a cada duas horas.
Sinais de problemas
Queiroz Neto afirma que a criança não sabe se
enxerga bem. Por isso, lista dicas para os
pais identificarem problemas de visão.
Até os dois anos os sinais de alerta são olhos lacrimejantes, pupila muito grande, acinzentada, com reflexo ou opaca, desinteresse pelo espaço e pessoas.
A partir dos 3 anos, tombar a cabeça para o lado, olhos desviados para dentro ou para fora, esfregar os olhos com frequência.
No início da fase escolar, o hábito de coçar os olhos após ver muito tempo de TV ou videogame, dor de cabeça e nos olhos frequentes, aproximar ou afastar muito o rosto do caderno, reclamar de dificuldade para enxergar a lousa, baixo rendimento escolar e desinteresse pelos estudos.
Fonte: Instituto Penido Burnier SP - Eutrópia Turazzi
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