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Problemas de visão se agravam com pandemia. Médico ensina prevenção.


18-08-2020 20:44:10
(1085 acessos)
 
Falta de correção da presbiopia que dificulta enxergar de perto a partir dos 40 anos de idade; e, dos erros de refração, miopia, hipermetropia e astigmatismo, respondem por 53% das deficiências visuais evitáveis. Superam, inclusive, catarata opacificação do cristalino), que no Brasil responde por 49% da perda reversível da visão, contra 35% nos países mais ricos. Leôncio Queiroz Neto, oftalmologista de Campinas, diz que "a pandemia de coronavírus piorou ainda mais a saúde ocular do brasileiro."

 


20200812 - 17:45 horas

20200811 - 11:25 horas

Lentes de contato e óculos com grau desatualizado,

muitas horas online, envelhecimento e falta de

acompanhamento, são as causas do comprometimento da visão.

A maior causa de deficiência visual no mundo é a falta de óculos de grau. Informação é da OMS (Organização Mundial da Saúde). O levantamento demonstra que a prevalência dos problemas de visão varia entre os países.

No Brasil, a falta de correção da presbiopia que dificulta enxergar de perto a partir dos 40 anos e dos erros de refração, miopia, hipermetropia e astigmatismo, respondem por 53% das deficiências visuais evitáveis. Superam, inclusive, a catarata (opacificação do cristalino), que no Brasil responde por 49% da perda reversível de visão, contra 35% nos países mais ricos.

Leôncio Queiroz Neto, oftalmologista do Instituto Penido Burnier, diz que a pandemia de coronavírus piorou ainda mais a saúde ocular do brasileiro. Isso porque, os prontuários do hospital mostram que 53% dos brasileiros acreditam ser possível perceber qualquer alteração na visão logo no início. Mas não é bem assim.

O médico afirma que a maioria das doenças passam despercebidas no início.  Por isso, para preservar a saúde dos olhos é necessário acompanhamento médico. A quarentena e o medo da Covid-19, fizeram muitas pessoas falharem na periodicidade das consultas oftalmológicas. Resultado: Na retomada das atividades do hospital, uma das queixas mais frequentes tem sido a dor de cabeça decorrente de lentes de contato e óculos com grau desatualizado.

Mais horas online

Oftalmologista afirma que outra causa da dor de cabeça é o aumento de horas em frente ao computador para realizar trabalhos home office. Motivo é que "em frente às telas fazemos menos movimento com o globo ocular e diminuímos de 20 para 6 ou 7 vezes o número de piscadas. Por isso, quem usa computador ou celular por mais de 2 horas, tem cefaleia, olho seco e visão embaçada. Para reduzir o desconforto nos olhos as dicas são: diminuir o brilho e aumentar o contraste da tela, olhar para um ponto distante com frequência, piscar voluntariamente e manter a iluminação ambiente difusa.

Risco das lentes de contato

 “Muitas horas online entre pessoas que usam lente de contato, principalmente do tipo gelatinosa, provocam a quebra mais rápida do filme lacrimal”, salienta.  O risco é ainda maior no inverno porque a baixa umidade aumenta o ressecamento da lágrima e facilita a formação de depósitos na lente. Estes fatores, ressalta, podem provocar alterações na textura, coloração e transparência da lente por causa de sua maior fricção na superfície do olho.

Por isso, recomenda consultar um oftalmologista e interromper imediatamente o uso da lente quando os olhos apresentarem vermelhidão, sensação de corpo estranho e visão embaçada.  Em muitos casos, ressalta é necessário trocar a lente antes do vencimento. As dicas do especialista para  o uso seguro de lente de contato são: jamais dormir com lente, limpar e enxaguar a  lente e o estojo só com solução higienizadora, nunca enxaguar com água, trocar o estojo a cada quatro meses, respeitar o prazo de validade e  interromper o uso sempre que sentir algum desconforto.

Miopia em crianças

Ensina ainda o Médico de Campinas que a dupla jornada online de crianças navegando um período para estudar e outro para brincar, aumenta o risco de miopia. Explicação é que até os 8 anos de idade o olho está em desenvolvimento e o excesso de esforço visual para enxergar as telas próximas, contrai a musculatura ciliar dos olhos que perdem a capacidade de focalizar à distância.

Isso ficou demostrado em um levantamento feito por Queiroz Neto com 360 crianças de 6 a 9 anos. É a miopia acomodativa, uma dificuldade temporária de enxergar à distância. O médico afirma que essa miopia pode ser eliminada com mudança de hábitos, atividades ao ar livre que aumentam a produção de dopamina e controle do consumo de açúcar que interfere no crescimento do eixo óptico de crianças.

Problema é que a pandemia dificulta a prática de exercícios por crianças que vivem em apartamentos sem opção de espaços abertos. Ainda assim, um banho de sol na varanda do apartamento é melhor que permanecer o tempo todo em ambientes fechados olhando para uma tela.

Envelhecimento e doenças crônicas

Queiroz Neto mostra que o rápido envelhecimento da população brasileira vem acompanhado do aumento de casos de catarata que acumula pessoas na fila de espera do SUS, por causa da diminuição das cirurgias eletivas durante a pandemia.

Único tratamento para catarata é a cirurgia de implante de uma lente intraocular que substitui o cristalino opaco. Recentemente Queiroz Neto recuperou a visão de uma paciente que tinha grave comprometimento da visão e poderia ficar definitivamente cega por ter comorbidades.

Na pandemia, muitos portadores de doenças oculares crônicas que podem levar à perda irreversível da visão como o glaucoma, retinopatia diabética e degeneração macular, falharam no acompanhamento dessas doenças.  Por isso após a pandemia os casos de cegueira definitiva podem aumentar no País.

 

 

Fonte: Instituto Penido Burnier SP - Eutrópia Turazzi
 

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