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A escala do IPC vai de 0 a 100, na qual 0 significa que o país é percebido como altamente corrupto e 100 significa que o país é percebido como muito íntegro. Com o resultado, o Brasil caiu mais uma posição no ranking de 180 países e territórios, para o 106º lugar. Foi o 5º recuo seguido na comparação anual.
A ONG analisou as razões que justificam o desempenho brasileiro. Segundo a Transparência Internacional – Brasil, em 2018, os resultados derivados das eleições nacionais foram “claramente influenciados” pela pauta anticorrupção, o que rendeu “elevado índice de renovação política” por meio de candidatos que adotaram “fortes discursos anticorrupção”. “O país, no entanto, atravessou 2019 sem conseguir aprovar reformas que atacassem de fato as raízes do problema”, apontou.
Preservar empregos e empresas
Venilton Tadini que é presidente da ABDIB (Associação Brasileira das Indústrias de Base)
lembrou que a relação entre combate à corrupção e desenvolvimento econômico
não é uma questão simples. A forma de tratar o problema e as consequências
do combate à corrupção precisam ser bem organizadas e planejadas para
não colocar em risco a própria sobrevivência das empresas e a existência
dos postos de trabalho. Isso não significa ser leniente com atos corruptos,
mas sim garantir que a sociedade não seja punida duas vezes: uma
com a corrupção, outra com o arrefecimento econômico derivado
da paralisação de investimentos e destruição de empresas.
“Corrupção é igual unha e cabelo: precisa estar sempre atento e cortar sempre. Mas não dá para botar fogo na casa para assar o leitão”, disse Tadini. “As causas da corrupção precisam ser combatidas a todo instante, não há dúvida nenhuma. Cabe aos órgãos de Estado fazer isso de forma articulada e organizada para não causar ainda mais danos à economia”.
O presidente-executivo da Abdib indicou, com exemplo, a resposta do governo norte-americano na crise financeira de 2008 – a chamada “crise do subprime”. “Lá, o governo não deixou quebrar empresas e instituições financeiras importantes, devido ao risco de efeito sistêmico e os impactos e enormes, tanto sociais econômicos negativos – não só nos Estados Unidos, mas no mundo todo. Como lá as instituições públicas são mais fortes, foi possível ao Estado organizar um socorro via orçamento e também entrar no capital de alguns grupos”, disse. “Aqui, no Brasil, a dificuldade decorreu de o próprio Estado estar envolvido no problema e, por isso, não tinha legitimidade para atuar com as soluções adotadas nos Estados Unidos.”
Perspectiva do setor privado
O presidente-executivo da Abdib considera que houve muitas mudanças dentro das companhias. Há Muita atenção para os sistemas de integridade. Os executivos e profissionais que ascenderam estão mais preocupados com meritocracia e com uma cultura de ética e integridade. Para ele, as empresas estão reagindo aos estímulos e estão mudando. Mas o problema é estrutural, que demanda mudanças no setor público.
Fonte: ABDIB
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