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Empresas brasileiras reagem contra corrupção. Setor público precisa mudar.

13-02-2020 19:21:54 (1382 acessos)
Empresas brasileiras estão reagindo a estímulos contra a corrupção e atuando com objetivos à ética e integridade, procurando mudar. "Mas o problema é estrutural, que demanda mudanças no setor público." Esta é a análise de Venilton Tadini, presidente-executivo da ABDIB (Associação Brasileira das Indústrias de Base), a propósito do 106º lugar do Brasil no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) 2019, onde obteve 35 pontos.

 


Transparência Internacional apresentou (20200123) os resultados do Índice de Percepção da Corrupção (IPC) 2019 para o Brasil. O indicador, produzido desde 1995, avalia a percepção do nível de corrupção no setor público em 180 países e territórios. Venilton Tadini, presidente-executivo da Abdib, participou do painel de abertura, que discutiu os efeitos da corrupção e de seu enfrentamento na economia brasileira. Acesse os resultados.

Segundo a Organização, 35 pontos da nota brasileira, equivalem ao valor mais baixo alcançado pelo Brasil desde 2012,  ano em que o índice passou por alteração metodológica e permitiu a leitura em série histórica. Em 2018 a nota foi igual. A escala do IPC vai de 0 a 100, na qual 0 (zero) significa que o país é percebido como altamente corrupto e 100 significa que é muito íntegro. Resultado brasileiro no ranking de 180 países e territórios, caiu para o 106º lugar. Foi o 5º recuo seguido na comparação anual.

A ONG analisou as razões que justificam o desempenho brasileiro. Em 2018 os resultados derivados das eleições nacionais, foram “claramente influenciados” pela pauta anticorrupção. Isso rendeu “elevado índice de renovação política” por meio de candidatos que adotaram “fortes discursos anticorrupção”. “O país, no entanto, atravessou 2019 sem conseguir aprovar reformas que atacassem de fato as raízes do problema”.

Preservar empregos e empresas

Tadini lembrou que a relação entre combate à corrupção e desenvolvimento econômico

não é uma questão simples. A forma de tratar o problema e as consequências do

combate à corrupção precisam ser bem organizadas e planejadas para não colocar em

risco a própria sobrevivência das empresas e a existência dos postos de trabalho. Isso

não significa ser leniente com atos corruptos, mas sim garantir que a sociedade não seja

punida duas vezes: uma com a corrupção, outra com o arrefecimento econômico derivado

da paralisação de investimentos e destruição de empresas.

“Corrupção é igual unha e cabelo: precisa estar sempre atento e cortar sempre. Mas não dá para botar fogo na casa para assar o leitão”, disse Tadini. “As causas da corrupção precisam ser combatidas a todo instante, não há dúvida nenhuma. Cabe aos órgãos de Estado fazer isso de forma articulada e organizada para não causar ainda mais danos à economia”, disse.

O presidente-executivo da Abdib indicou, com exemplo, a resposta do governo norte-americano na crise financeira de 2008 – a chamada “crise do subprime”. “Lá, o governo não deixou quebrar empresas e instituições financeiras importantes, devido ao risco de efeito sistêmico e os impactos e enormes, tanto sociais econômicos negativos – não só nos Estados Unidos, mas no mundo todo. Como lá as instituições públicas são mais fortes, foi possível ao Estado organizar um socorro via orçamento e também entrar no capital de alguns grupos”, disse. “Aqui, no Brasil, a dificuldade decorreu de o próprio Estado estar envolvido no problema e, por isso, não tinha legitimidade para atuar com as soluções adotadas nos Estados Unidos.”

 

 

 

 

Fonte: ABDIB
 

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