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Gera polêmica defesa de preços do SUS pelo Governo


19-08-2019 15:56:40
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Gerou polêmica a defesa da tabela do SUS (Sistema Único de Saúde) feita pelo Ministério da Saúde em debate na Câmara dos Deputados, em Brasília. Ânimos foram mais agitados quando membro da Associação Médica Brasileira (AMB) denunciou que os baixos valores de remuneração pelos serviços médicos defende os interesses da medicina privada. Cláudio Allgayer, da Federação dos Hospitais do Rio Grande do Sul trouxe uma proposta nova: "valor em saúde". Considera "decaída" a atual tabela do SUS.

 


Ministério da Saúde defendeu (190813) a tabela usada para pagar os serviços médicos-hospitalares prestados pelos estabelecimentos conveniados à rede pública de saúde (tabela SUS).

Em debate com os deputados, a diretora do Departamento de Atenção Especializada e Temática do ministério, Maria Inez Gadelha, afirmou que a tabela SUS é transparente e os procedimentos descritos são constantemente atualizados. “É uma tabela moderna”, disse Gadelha.

Ela participou de audiência pública realizada pelo grupo de trabalho que analisa mudanças na tabela SUS. O grupo funciona dentro da Comissão de Seguridade Social e Família. Para Gadelha, o debate sobre a atualização dos valores da tabela desconsidera aspectos importantes, como os gastos dos estados e municípios com financiamento dos procedimentos médicos do SUS, que elevam o valor final recebido pela rede conveniada. “Quando falamos da tabela do SUS, estamos falando de valores federais. Não entram estados e municípios”, disse.

A tabela do SUS descreve, e prevê valores de remuneração, para cerca de 4,6 mil procedimentos médicos, desde atendimentos ambulatoriais até cirurgias mais complexas, como transplantes. Gadelha disse aos parlamentares que o debate sobre a tabela médica passa, obrigatoriamente, pela rediscussão de todo o regramento que dá suporte ao financiamento da saúde pública, como leis, decretos e portarias, e não apenas sobre os valores.

Defasagem existe


O coordenador do grupo de trabalho, deputado Dr. Luiz Antonio Teixeira Jr. (PP-RJ), rebateu o argumento da representante do Governo. Afirmou que há defasagem de valores pagos pelos procedimentos médicos. “O entendimento global é que esses valores não conseguem cobrir os custos do procedimento”, disse Teixeira Jr.

Os deputados Pedro Westphalen (PP-RS) e Hiran Gonçalves (PP-RR) também fizeram ressalvas ao discurso da representante do ministério. Para o primeiro, a tabela pode ser funcionalmente boa, mas não remunera adequadamente. “A parte operacional está bonita, funciona bem. Mas na ponta não funciona. Não é possível fazer [medicina] com o que se chega [em recursos]”, disse Westphalen. Gonçalves afirmou que a participação dos estados e municípios no financiamento à saúde é "mínima". Ele citou o caso de Roraima, onde o governo não repassa recursos para as clínicas conveniadas à rede SUS há seis meses.

Desvalorização do trabalho


A afirmação da representante do Ministério da Saúde também foi contestada por médicos  convidados à audiência. “Como é que uma tabela pode ser atual, pode ser moderna, se não valoriza o trabalho do profissional?”, questionou o diretor da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, Emílio César Zilli, que representou a Associação Médica Brasileira (AMB). Para ele, todo o sistema de saúde precisa ser rediscutido.

O presidente da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Rio Grande do Sul, Cláudio Allgayer, sugeriu um novo modelo de financiamento da rede pública baseado no conceito de "valor em saúde". O conceito usa uma fórmula que leva em conta a pertinência do procedimento, o desfecho clínico (resultado na saúde do paciente) e o ‘desperdício’ com o tratamento. “Esse sistema de remuneração [tabela SUS] decaiu totalmente. Não adianta nós pensarmos em fazer mudanças cosméticas ou incrementais”, disse Allgayer.

Em favoir das empresas


O diretor do Hospital do Câncer de Barretos (SP), recentemente

rebatizado de Hospital de Amor, Henrique Prata, provocou polêmica

ao afirmar que o baixo valor da tabela do SUS serve aos interesses

da medicina privada, pois leva ao esvaziamento da rede pública e

obriga os pacientes a recorrerem aos planos de saúde ou procedimentos

pagos. “Quem manipulou o congelamento da tabela SUS foi a medicina privada”.

 

 

Fonte: Agência Câmara - Janary Junior
 

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