Os números foram compilados pela OCDE e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em relatório que aponta que as taxas latino-americanas e caribenhas de obesidade estão bem acima da média global. O sobrepeso é identificado em 38,9% da população mundial e a obesidade, em 13,1%, de acordo com dados disponibilizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na América da Norte, a região com os maiores índices, o sobrepeso entre os adultos fica em torno de 64% no México e Canadá e sobe para 67,9% nos Estados Unidos. Já a obesidade atinge os 29,4% no Canadá, 28,9% no México e 36,2% nos Estados Unidos.
De 1975 a 2016, a América Latina e o Caribe viram o sobrepeso saltar de 33,4% para quase 60%. Há cerca de quatro décadas, a obesidade afetava 8,6% dos cidadãos da região — agora, estima-se que um em cada quatro latino-americanos e caribenhos sofra do problema.
No Brasil, a obesidade é estimada em 22,1% pela OMS. Já o sobrepeso, em 56,5%.
A publicação lembra ainda que, acompanhando o avanço do sobrepeso e da obesidade, houve um aumento regional da disponibilidade de calorias per capita, estimada em torno de 3 mil calorias por dia em 2018. O valor representa um aumento de 11% na comparação com 1998. No Brasil, o volume calórico passou de pouco menos de 2,9 mil calorias per capita por dia para quase 3,3 mil calorias nesse mesmo período. O valor de referência da OMS para a dieta do indivíduo médio é de 2 mil calorias.
A OMS também recomenda que a proporção de açúcares livres e de gordura ingeridos não exceda, respectivamente, 10% e 30% do total de calorias consumidos. Na América Latina e Caribe, houve queda na proporção de açúcares livres consumidos — de 16% do total de calorias disponíveis em 1998 para 13% em 2018. O Brasil teve a maior redução da região — de 17% para em torno de 12%.
Mas a diminuição não foi verificada em todos os países — na Argentina, por exemplo, o índice subiu de 13,5% para 14% e, no México, a taxa manteve-se estável.
No caso das gorduras, a disponibilidade desses macronutrientes cresceu, e a sua proporção em relação ao total de calorias consumidas subiu de 26% para 29,5% na América Latina e Caribe. Alguns países, como Argentina, Brasil e Chile, já superaram o limite da OMS — no caso brasileiro, o índice chega perto dos 35%.
O relatório da FAO e OCDE aponta ainda para uma mudança no consumo de proteína da população latino-americana, que passou a comer mais carne. Em 1998, as proteínas — de todos os tipos — respondiam por 11% das calorias ingeridas na América Latina, índice então próximo da média global. Mas do total de proteínas consumidas na região, quase metade (45%) era de origem animal, ao passo que, no mundo, essa proporção era estimada em um terço.
Segundo a publicação, houve uma transição na América Latina, de dietas ricas em cereais, raízes, tubérculos e leguminosas para regimes com um maior consumo de proteína animal.
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