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Energia renovável atrai US$ 288,9 bilhões e supera combustíveis


03-07-2019 00:10:19
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Superou US$ 288,9 bilhões o investimento global em energias renováveis no ano de 2018. É maior que o apoio financeiro à geração de energia a partir de combustíveis fósseis. Foi a BloombergNEF (BNEF), que produziu o levantamento como parte do Relatório da Situação Global das Renováveis 2019, da REN21 (Renewables 2019 Global Status Report, em inglês). A despeito da queda de 11% sobre 2017, 9 anos seguidos superou a casa dos US$ 200 bilhões e, 5 anos foi superior a US$ 250 bilhões.

 


Na publicação não está incluída a energia hidrelétrica acima de 50MW, que registrou um adicional de US$ 16 bilhões investidos, também abaixo de 2017, quando US$ 40 bilhões foram direcionados ao setor.

A queda no investimento em 2018 pode ser parcialmente atribuída à baixa dos custos relacionados à tecnologia para energia solar fotovoltaica. Significa que a mesma quantidade pode ser gerada com menos investimento, bem como a uma desaceleração na implantação da energia solar na China.

Pelo mundo a energia solar ainda foi o maior foco de investimento, com US$ 139,7 bilhões em 2018, representando uma queda de 22%. Em energia eólica aumentou 2% em 2018, totalizando US$ 134,1 bilhões. Os outros setores ficaram muito abaixo, embora o investimento em biomassa e energia a partir de resíduos tenha aumentado 54%, para US$ 8,7 bilhões.

O estudo compara o total investido em nova capacidade de geração de energias renováveis, que foi de US$ 272,3 bilhões em 2018 (excluindo grandes hidrelétricas) em todo o mundo, com a nova capacidade de geração de energia a partir de carvão e gás, que foi de US$ 95 bilhões.

“As tendências globais continuam indicando que investir em energia renovável é investir em um futuro lucrativo. Os investimentos em energias renováveis em 2018 foram três vezes maiores do que o valor investido em novas capacidades para gerar energia a partir de carvão e gás”, afirmou Inger Andersen, diretora-executiva da ONU Meio Ambiente.

“Embora isso seja encorajador, precisamos intensificar significativamente o ritmo, se quisermos atingir as metas internacionais de clima e desenvolvimento”.

China lidera, Europa e países em

desenvolvimento se recuperam

A China liderou o investimento global no setor pelo sétimo ano consecutivo, com US$ 91,2 bilhões. Porém, esse número caiu 37% em relação ao ano anterior. Isto pode ser explicado por vários fatores, como a mudança na política de tarifas do governo a partir da metade do ano, que afetou o investimento em energia solar.

A China também foi responsável por 32% do investimento global total, seguida pela Europa com 21%, Estados Unidos com 17% e Ásia-Oceania (excluindo a China e a Índia) com 15%. As ações menores foram vistas na Índia com 5%, Oriente Médio e África com 5%, continente americano (excluindo o Brasil e os Estados Unidos) com 3% e o Brasil com 1%.

Se a China não fosse considerada, o investimento em energia renovável nos países em desenvolvimento teria aumentado 6%, para US$ 61,6 bilhões, um recorde.

“Quando o investimento global cai, é fácil pensar que estamos retrocedendo, mas esse não é o caso”, comentou Angus McCrone, editor-chefe da BloombergNEF. “A energia renovável está ficando menos cara e estamos vendo uma ampliação no investimento em energia eólica e solar em mais países da Ásia, Europa Oriental, Oriente Médio e África”.

Na Europa, o total investido aumentou 39%, totalizando US$ 61,2 bilhões, o nível mais alto em dois anos, impulsionado em grande parte por projetos eólicos e offshore.

Nos Estados Unidos, o investimento subiu 1%, alcançando US$ 48,5 bilhões, o nível mais alto desde 2011, também impulsionado por um aumento no financiamento da energia eólica.

Na região Ásia-Pacífico (excluindo China e Índia), o investimento aumentou 6%, ou seja, US$ 44,2 bilhões, o nível mais alto em três anos, enquanto o Oriente Médio e a África registraram um salto de investimento de 57%, para um recorde de US$ 15,4 bilhões. No entanto, no continente americano (excluindo o Brasil e os Estados Unidos), o investimento caiu 23% (sem considerar a energia hidrelétrica de grande porte), ficando em US$ 9,8 bilhões.

“É animador ver o investimento crescer nos Estados Unidos”, disse Nils Stieglitz, presidente da Escola de Finanças e Administração de Frankfurt, envolvido no relatório.

“Ironicamente, esse crescimento do investimento em renováveis ​​pode ser, em parte, impulsionado por projetos querendo se qualificar para o atual esquema de apoio fiscal, que deve expirar em apenas alguns anos, já que as chances de prorrogação são atualmente bastante baixas”.

Informações mais detalhadas sobre o investimento global em energias renováveis ​​em 2018 serão compartilhada no relatório Tendências Globais de Investimento em Energia Renovável, que será divulgado em setembro, antes da cúpula Global de Ação Climática da ONU.

A edição deste ano é co-financiada pelo Ministério do Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear da Alemanha e apresentará a retrospectiva de uma década de investimento em energia renovável.

 

 

 

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