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Brasil vai reunir 192 países para estimular aleitamento materno


23-02-2019 22:48:46
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Aleitamento materno poderá salvar até 820 mil crianças com idade inferior a 5 anos. Sob esta crença a Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar (IBFAN, na sigla em inglês), vai realizar no Brasil (Rio de Janeiro) um evento mundial amparado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Evento espera reunir representantes de 192 países.

 


Tudo está programado para o período de 11 a 15 de novembro de 2019. Serão debates na  III Conferência Mundial de Aleitamento Materno (WBC), I Conferência Mundial de Alimentação Complementar (WCFC), XV Encontro Nacional de Aleitamento Materno e V Encontro Nacional de Alimentação Complementar Saudável.

Para difundir práticas, durante os eventos serão realizadas atividades de promoção do aleitamento.

Amamentação se relaciona de várias formas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS) – com os quais o Brasil e outros 192 países se comprometeram em 2015.

No caso do ODS 1 (Fim da pobreza), a amamentação dá às crianças melhor começo de vida, independentemente de nascer em um país de renda alta ou baixa ou da família ser rica ou pobre. Estudo publicado no Lancet Global Health aponta que crianças amamentadas durante 12 meses em áreas urbanas do Brasil alcançaram, na vida adulta, rendimentos 33% mais altos do que as amamentadas por menos de 12 meses.

Em relação ao ODS 2 (Fome zero), o aleitamento materno exclusivo, durante os primeiros 6 meses de vida, ajuda a prevenir a fome, a desnutrição e a obesidade, ao garantir todos os nutrientes e calorias necessários para o crescimento e desenvolvimento do bebê. Após esse período, a OPAS/OMS recomenda que a criança continue se amamentando, junto com a ingestão de outros alimentos, por até dois anos ou mais.

O leite materno também contribui para o alcance do ODS 3 (Saúde e bem-estar). Uma pesquisa divulgada no periódico The Lancet afirma que a amamentação está associada a uma redução de 13% na probabilidade de ocorrência do sobrepeso e/ou obesidade e também a uma queda de 35% na incidência do diabetes tipo 2.

A mesma análise diz que o leite materno contribui para um aumento médio de três

pontos no quociente de inteligência (QI). Outra evidência científica mostra que crianças

amamentadas por um período superior a 12 meses em áreas urbanas do Brasil

completaram um ano a mais de atividades educacionais em comparação com as

amamentadas por menos de 12 meses. Ambas as conclusões indicam que o

aleitamento contribui com o cumprimento do ODS 4 (Qualidade na educação).

O direito à amamentação e ordenha em locais públicos, que se relaciona com o ODS 5 (Igualdade de gênero), também deve ser garantido para toda a população.

Quanto ao ODS 8 (Trabalho decente e crescimento econômico), somente dez dos 38 países das Américas concedem pelo menos 14 semanas de licença-maternidade, conforme recomendado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). São eles Belize, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Panamá, Peru e Venezuela. Esse número pequeno de nações pode ser um entrave à realização do aleitamento materno segundo as orientações da OPAS/OMS. E é prejudicial também para a economia dos países.

Um estudo publicado no American Journal of Health Promotion mostra que mães que amamentam se abstêm menos do trabalho do que as que dão fórmula infantil para os filhos. Isso porque os problemas de saúde das crianças alimentadas com leite materno costumam ser menos frequentes e graves.

No México, por exemplo, estima-se que os custos associados ao aleitamento materno inadequado, entre crianças nascidas em 2012, variam de 745,6 milhões a US$ 2,41 bilhões. Os cálculos são de pesquisa publicada pela Sociedade Americana de Nutrição.

Já nos Estados Unidos, os gastos com os efeitos da amamentação abaixo do recomendado são de US$ 13 bilhões para as crianças, excluindo desse valor as perdas associadas a efeitos cognitivos. Quando considerada a situação das mães, os custos chegam a US$ 17,4 bilhões. Os números foram calculados em estudos divulgados pelas revistas PEDIATRICS, da Academia Americana de Pediatria, e Obstetrics and Gynecology.

Em relação ao ODS 13 (Ação contra a mudança global do clima), o aleitamento materno é uma fonte natural e sustentável de nutrição e subsistência, que não polui o meio ambiente e exige poucos recursos. Já as fórmulas infantis se somam às emissões de gases do efeito estufa em cada passo da sua produção, transporte, preparação e uso, além de gerarem lixo. Por isso, só devem ser consumidas se forem realmente necessárias.

Lucro humano e econômico

A OPAS/OMS recomenda que os bebês sejam alimentados exclusivamente com o leite da mãe até os seis meses e que a amamentação continue acontecendo, junto com a ingestão de outros alimentos, por até dois anos ou mais.

O aumento do aleitamento materno para níveis quase universais poderia salvar, por ano, a vida de 20 mil mulheres e também de mais de 820 mil crianças com menos de 5 anos de idade.

Anualmente, a amamentação quase universal também adicionaria

um valor estimado em US$ 300 bilhões à economia global. O valor

está associado a melhorias da capacidade cognitiva, caso cada criança

fosse amamentada até pelo menos os seis meses de idade, e ao

aumento do que elas poderiam produzir ao longo da vida.

A OPAS lembra ainda que expandir as taxas de aleitamento materno reduziria significativamente os custos das famílias e dos governos no tratamento de enfermidades infantis, como pneumonia, diarreia e asma.

Dez passos

Em abril de 2018, a OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) publicaram novas orientações sobre amamentação, com dez passos para aumentar o apoio ao aleitamento materno nas unidades de saúde que prestam serviços de maternidade e para recém-nascidos.

A publicação Ten Steps to Successful Breastfeeding (“Dez passos para o sucesso do aleitamento materno”, em português) faz parte da Iniciativa Hospital Amigo da Criança, lançada em 1991 pela OMS e UNICEF. Essas orientações práticas incentivam novas mães a amamentar, além de informar os profissionais de saúde sobre a melhor forma de apoiar o aleitamento materno.

 

 

 

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