No Dia Mundial de combate à Tuberculose 24 de março), o Brasil lembra o
perigo da doença. É o momento de dar amparo às campanhas de
superação, de ajudar famílias com esclarecimento para enfrentar a pobreza,
sem ser afetadas. Aos governantes, em sintonia com o racional, parar de
empobrecer os cidadãos, aviltar ganhos e precarizar a vida.
Informação sobre saúde sempre salva vidas. É o Dia de renovar esperança de que haja diagnósticos precoces e tratamentos corretos, para o bem dos enfermos, palavras do reitor do Santuário Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, Padre Omar Raposo.
A tuberculose é causada por uma bactéria (Mycobacterium tuberculosis) que se espalha pelo ar quando pessoas infectadas tossem ou espirram.
Apesar de afetar com mais frequência os pulmões, pode acometer qualquer parte do corpo, incluindo ossos e sistema nervoso. A bactéria pode viver anos inativa dentro do indivíduo. Cerca de 10% das pessoas infectadas desenvolve a forma ativa e contagiosa da doença em algum momento de suas vidas.
Os sintomas da Tuberculose incluem:
tosse persistente, febre, perda de peso,
dores no peito e falta de ar, que pode levar à morte.
Mas os dirigentes fizeram apelo aos participantes da Assembleia Mundial da Saúde, sugerindo que precisam se mover mais rapidamente para proporcionar às pessoas acesso a diagnóstico e cuidados. Mas a tuberculose é um mal tipicamente ligado à pobreza, algo muito presente na conjuntura internacional de economias em crise.
Embora os esforços para responder à tuberculose tenham
salvado mais de 3 milhões de pessoas em 2015, o relatório
mostra que a carga da doença é, atualmente,
mais alta do que o estimado anteriormente. Em 2015, estima-se que houve 10,4
milhões de novos casos de tuberculose em todo o mundo.
Seis países contabilizaram 60% da carga total da doença, com a Índia à frente, seguida da Indonésia, China, Nigéria, Paquistão e África do Sul.
Estima-se que 1,8 milhão de pessoas morreram em decorrência da tuberculose em 2015, das quais 400 mil também foram infectadas com HIV. Apesar de as mortes globais por tuberculose terem caído 22% entre 2000 e 2015, a doença foi uma das 10 principais causas de morte no mundo em 2015, responsável por mais óbitos que o HIV e a malária.
As falhas nos testes continuam como um desafio. Dos cerca de 10,4 milhões de novos casos, apenas 6,1 milhões foram detectados e notificados oficialmente em 2015, deixando uma lacuna de 4,3 milhões. Essa diferença ocorre devido à subnotificação, especialmente em países com grandes setores privados não regulamentados e ao subdiagnóstico em países com grandes barreiras para acessar cuidados.
Além disso, a taxa de redução dos casos de tuberculose permaneceu estática (-1,5%) de 2014 a 2015. É necessário acelerar para uma queda de 4% a 5% até 2020 para alcançar os primeiros objetivos da Assembleia Mundial da Saúde.
A tuberculose multidroga resistente (TB-MDR) continua a ser uma crise
de saúde pública. A OMS estima que 480 mil pessoas adoeceram com
TB-MDR em 2015. Três países carregam o maior fardo da doença: Índia,
China e Rússia que, juntos, respondem por quase metade de todos os casos em nível global.
As lacunas de detecção e tratamento continuam a prejudicar a resposta à TB-MDR. Em 2015, apenas uma em cada cinco pessoas recém-elegíveis para tratamento de segunda linha foram capazes de acessá-lo. As taxas de cura continuam baixas globalmente (52%).
“O sombrio progresso na resposta à tuberculose é uma tragédia para milhões de pessoas que sofrem com a doença. Para salvar mais vidas agora, precisamos adquirir novos testes rápidos recomendados, drogas e regimes para aqueles que precisam. As ações e investimentos atuais estão muito aquém do necessário”, afirmou Mario Raviglione, diretor do programa global de tuberculose da OMS. “O mundo está finalmente acordando para a ameaça da resistência antimicrobiana – agora é hora de acelerar a resposta à TB-MDR.”
Em 2015, 22% dos pacientes com tuberculose e HIV positivo não foram inscritos na terapia antirretroviral. De acordo com as recomendações da OMS, o tratamento precisa ser disponibilizado para todos esses pacientes.
Quase um milhão de crianças com menos de 5 anos e pessoas que vivem com HIV, que são especialmente vulneráveis à tuberculose e elegíveis para o tratamento preventivo, foram capazes de acessá-lo em 2015, número que precisa ser rapidamente ampliado.
Para o cuidado e prevenção da tuberculose, investimentos em países de
baixa e média renda somaram quase US$ 2 bilhões, enquanto o valor
necessário para 2016 era de US$ 8,3 bilhões. Essa lacuna aumentará para
US$ 6 bilhões até 2020 se os níveis atuais de financiamento não forem aumentados.
No geral, aproximadamente 84% do financiamento disponível em países de baixa e média renda em 2016 veio de fontes domésticas e isso é explicado principalmente devido ao BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Outros países de baixa e média renda continuam a depender fortemente do financiamento internacional de doadores, com mais de 75% provenientes do Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária.
Além disso, a OMS estima que seja necessário pelo menos 1 bilhão de dólares a mais por ano para acelerar o desenvolvimento de novas vacinas, diagnósticos e medicamentos.
“Os recursos utilizados contra a tuberculose, a principal causa de morte infecciosa no mundo, estão aquém”, disse Ariel Pablos-Méndez, administrador assistente da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, sigla em inglês) — principal financiador bilateral de resposta à tuberculose.
“Todos têm um papel a desempenhar na cobertura dessa lacuna. Como o relatório mostra, precisamos de cobertura universal de saúde, mecanismos de proteção social e financiamento de saúde pública em países com alta carga da doença. O desenvolvimento de ajuda da comunidade precisa intensificar os investimentos agora ou nós simplesmente não acabaremos com uma das mais antigas e mortais doenças do mundo.”
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