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Para controlar doenças, OMS quer taxar bebidas açucaradas


17-10-2016 20:42:10
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Tributar bebidas açucaradas pode baixar o consumo e reduzir a obesidade, diabetes tipo 2 e cáries dentárias. É a proposta colocada aos industriais e empresários do setor em todo o mundo, pelos médicos ligados à Organização Mundial da Saúde, OMS. Pela sugestão, os preços dos produtos devem sofrer aumento de até 20%, e oferecer melhor nutrição.

 


 

Nova política é de difícil implantação, mas resultariam em reduções proporcionais do consumo, de acordo com relatório científico e técnico amparado pela Organização. A redução do consumo de bebidas açucaradas significaria uma menor ingestão de “açúcares livres” e calorias em geral, melhor nutrição e menos pessoas sofrendo com sobrepeso, obesidade, diabetes e cárie dentária.

Os açúcares livres referem-se aos monossacarídeos (como glicose ou frutose)

e aos dissacarídeos (como sacarose ou açúcar de mesa) adicionados aos

alimentos e bebidas pelos fabricantes, cozinheiros ou consumidores — e aos

açúcares naturalmente presentes no mel, xaropes, sucos de frutas e suco de

frutas concentrados.

Obesidade cresce

“O consumo de açúcares livres, incluindo produtos como bebidas açucaradas, é um fator importante para o aumento global do número de pessoas que sofrem de obesidade e diabetes”. Fpi o que disse Douglas Bettcher, diretor do Departamento de Prevenção às Doenças Crônicas Não Transmissíveis da OMS.

“Se os governos tributassem produtos como bebidas açucaradas, poderiam reduzir o sofrimento e salvar vidas. Poderiam também diminuir os custos e aumentar as receitas para investir em serviços de saúde.”

Em 2014, ao menos um em cada três (39%) adultos com mais de 18 anos

em todo o mundo, estava acima do peso. A prevalência mundial da obesidade

mais do que dobrou entre 1980 e 2014, com 11% de homens e 15% de

mulheres (mais que meio bilhão de adultos) sendo classificados como obesos.

Além disso, estima-se que 42 milhões de crianças com menos de 5 anos estavam acima do peso ou obesas em 2015, um aumento de cerca de 11 milhões durante os últimos 15 anos. Quase metade (48%) dessas crianças vive na Ásia e 25% na África.

O número de pessoas que vivem com diabetes também tem aumentado – de 108 milhões em 1980 para 422 milhões em 2014. A doença foi diretamente responsável por 1,5 milhão de mortes apenas em 2012.

Reduzir açúcar

“Do ponto de vista nutricional, as pessoas não precisam de qualquer tipo de açúcar em suas dietas. A OMS recomenda às pessoas que consomem esses produtos a manter a ingestão abaixo de 10% de suas necessidades totais de energia e reduzi-la para menos de 5% para benefícios adicionais à saúde. Isso é equivalente a menos de uma porção (pelo menos 250 ml) de bebidas açucaradas comumente consumidas por dia”, afirmou o diretor do Departamento de Nutrição para Saúde e Desenvolvimento da OMS, Francesco Branca.

De acordo com o novo relatório da organização, pesquisas alimentares nacionais indicam que bebidas e alimentos ricos em açúcares livres podem ser uma grande fonte de calorias desnecessárias na dieta das pessoas, particularmente no caso de crianças, adolescentes e jovens adultos.

O documento também apontou que alguns grupos, incluindo pessoas de baixa renda, jovens e aqueles que consomem com frequência alimentos e bebidas pouco saudáveis, têm maior resposta às mudanças nos preços dos produtos e, por isso, podem obter os maiores benefícios na saúde.

Políticas tributárias

As políticas tributárias devem focar em alimentos e bebidas para os quais existem alternativas mais saudáveis disponíveis, disse o relatório.

O documento apresentou resultados de uma reunião em meados de 2015 com especialistas mundiais convocados pela OMS e uma investigação de 11 revisões sistemáticas recentes sobre a eficácia das intervenções de tributos para melhorar as dietas e prevenir doenças crônicas não transmissíveis, além de uma reunião técnica de especialistas internacionais.

Entre as conclusões dos encontros, os especialistas determinaram:

• Subsídios para frutas frescas e vegetais que reduzem os preços entre 10 e 30% podem aumentar o consumo desses alimentos.


• A tributação de certos alimentos e bebidas, particularmente aqueles ricos em gorduras saturadas, gordura trans, açúcares livres e/ou sal se mostra promissora, com evidências claras indicando que os aumentos nos preços de tais produtos reduz seu consumo.


• Impostos especiais de consumo, tais como aqueles usados sobre os produtos derivados do tabaco, que aplicam um montante específico de imposto sobre uma determinada quantidade ou volume do produto, ou ingrediente em particular, podem ser mais eficazes que a venda ou outros impostos baseados em uma porcentagem do preço de varejo.


• O apoio público para tais aumentos de impostos poderia ser estimulado se as receitas geradas fossem destinadas aos esforços para melhorar os sistemas de saúde, encorajar dietas mais saudáveis e aumentar a atividade física.

Alguns países têm tomado medidas fiscais para proteger as pessoas de produtos não saudáveis. Isso aconteceu no México, que adotou imposto sobre bebidas não alcoólicas com adição de açúcar, e na Hungria, que impôs um imposto sobre os produtos com altos níveis de açúcares, sal e cafeína.

Países como Filipinas, África do Sul, Reino Unido

e Irlanda do Norte também anunciaram a intenção

de implementar impostos sobre bebidas açucaradas.

 

 

 

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