Trombone, a técnica do músico paranaense Douglas F

Trombone, Instrumento de Origem Remota e Atração na Orquestra O Trombone deixou de ser "patinho feio" entre os instrumentos de uma orquestra. 

Apresentado aqui pelo músico paranaense Douglas Ferrari, é considerado versátil. Pode integrar qualquer grupo musical e as qualidades técnicas modernas que possui permitem ao profissional produzir o som exato que tem em mente. 

 Como todos os instrumentos de metal, é executado sob o mesmo princípio: os lábios do músico vibram dentro do bocal e o instrumento se encarrega de amplificar a vibração. 
 Ferrari, formado na Escola de Música e Belas Artes e membro da Orquestra Sinfônica do Paraná relata os desafios históricos da construção do Trombone. Explica que quanto mais longo e largo o instrumento, mais graves os sons que ele emite. Também é maior e mais profundo o bocal.

Aluno do professor Sílvio Spolaore, o músico ensina que a abertura do tubo, regida pelas leis da Física, conduz a uma determinada seqüência de notas (série harmônica). Parte de uma nota base (fundamental). É o mesmo princípio do funcionamento da corneta, instrumento mais simples dos metais. Mas tocar apenas as notas de uma série harmônica é algo muito limitado. Para se tocar uma escala diatônica seriam necessários 7 instrumentos. E cada um deveria ir diminuindo de tamanho na medida em que se desejam notas mais agudas.

Usar notas do extremo agudo da série harmônica é algo limitado e difícil. A solução seria um instrumento que aumentasse ou diminuísse o tamanho conforme a nota desejada. Durante muito tempo esse foi o problema característico do trompete (no princípio apenas uma corneta) e da trompa (um tubo de metal bastante longo, enrolado em si e com diâmetro interno que aumentava gradualmente). Depois surgiu o sistema de 3 válvulas, montado sobre o tubo principal daqueles instrumentos.

Na medida em que o músico pressiona as válvulas, individualmente ou associadas, o comprimento do tubo aumenta ou diminui. Assim permite que sejam tocadas várias séries harmônicas e todas as notas. Mas com o trombone esses problemas nunca existiram. Sempre teve funcionamento pelo sistema de um tubo corrediço sobre o outro. E desta forma o músico ajusta o comprimento do instrumento para executar qualquer nota.

Quando os técnicos conseguiram essa condição, logo passaram a produzir trombones de vários comprimentos. E é aí que chegaram aos sons das vozes de um coro: soprano, alto, tenor, baixo e até contrabaixo. Ainda na história um pouco distante, os trombones estavam presentes muito mais nas igrejas.

Nas peças escritas especialmente para atos religiosos dobrava as vozes do coro. É isto que se pode observar em algumas missas de Wolfgang Amadeus Mozart e certas obras de Johann Sebastian Bach. Também era comum o uso do trombone em óperas. Estava presente quando chegava o momento de produzir sons sugerindo forças sobrenaturais.

Em Don Giovanni (de Mozart), por exemplo, e no famoso solo do Réquiem, Tuba Mirum. Na música sinfônica foi Ludwig van Beethoven um dos primeiros a empregar o som do trombone. Está na parte final da sinfonia número 5. Na sinfonia número 7, Leningrado, de Dimitri. Schostakovich. usam-se seis trombones. Gustav Mahler emprega freqüentemente 4 trombones, 3 dos quais tenores.

Na atualidade o trombone tem destaque pela versatilidade de uso em qualquer gênero musical. Pode ser adquirido em várias especificações. Caminho extenso na história, é possível que o trombone ainda sofra novas evoluções. "O que permanece inalterado é a magia de, a partir de um objeto inanimado, produzir a Música que de alguma forma toca o Espírito do Homem".
 
Douglas Ferrari estuda com os principais mestres trombonistas do Brasil. Desde 1998 quando entrou para a Orquestra do Paraná, passou a fazer aulas com Darrin Milling, trombonista-baixo da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, onde também costuma atuar como músico extra. 

Tocar Trombone Exige Investimento e Muita Dedicação

Tocar trombone exige não só dedicação e interesse em estudar, mas investimento. Douglas Ferrari, após formar-se na Escola de Música e Belas Artes (EMBAP), gastou uma boa soma em aulas particulares e em instrumentos. Para chegar à graduação de 4 anos na Universidade, o músico precisa antes de outros 2 anos de estudos. E com todo esse aperfeiçoamento chega a um mercado de trabalho reduzido; no Brasil há poucos grupos sinfônicos.

Há também no País certa carência no ensino musical, praticamente inexistente nas escolas públicas ou privadas. Uma orquestra comporta normalmente até 4 trombones. Mas o padrão é ter 2 trombones-tenores e 1 baixo.